AS ÁRVORES COMO SÍMBOLOS MÁGICOS
As árvores além da sombra e da madeira, proporcionam as populações outros motivos justificando o seu plantio em determinados locais. Algumas espécies como o TEIXO serviam para assinalar os locais de enterramento dos fiéis junto de igrejas e Ermidas. Ainda hoje nas ASTÚRIAS, no Norte de Espanha, existem teixos milenares em adros e cercanias de templos.
Os Celtas consideravam o teixo uma árvore funerária. Outras crenças difundiram a ideia de que a sombra da figueira não é saudável porque segundo a tradição Judas que traiu CRISTO, enforcou-se numa.
Poderíamos evocar muitos outros exemplos, ficaremos pelas "mágicas" propriedades associadas aos FREIXOS. Referimos em anterior apontamento uma possível razão para se encontrarem estas árvores nas imediações dos locais de culto cristão. Deparámos com um robusto provavelmente secular, junto da IGREJA MATRIZ de Rio de Mouro no concelho de Sintra, cujo orago é NOSSA SENHORA DE BELÉM. Este templo foi mandado construir no século XVI pelos Frades Jerónimos do Mosteiro da Penha Longa fervorosos devotos da VIRGEM DE BELÉM.
O freixo que no presente se encontra na via pública deveria em tempos recuados estar no terreiro do adro. Segundo (Chevalier e Gheerbrant 1982) ao freixo atribuía-se a propriedade de afugentar as serpentes dos locais onde estivessem plantados.
Na Bíblia simbolicamente a serpente representa o pecado. Poderia ser esta outra das razões porque se plantariam freixos na envolvente dos Templos. Pretendia-se que tais sítios estivessem resguardados dos "Pecados do Mundo", para isso, um meio adequado seria recorrer ao "poder mágico" da árvore que as serpentes temem? O FREIXO é uma planta "virtuosa".
As árvores são elementos indispensáveis para compreender a cultura dos Povos.
Cada árvore notável destruída é algo que não se pode remediar porque com ela se esfuma um pouco da nossa memória colectiva. Proteger as árvores é um dever da CIDADANIA.