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Tudo de novo a Ocidente

A CONVENÇÃO DE SINTRA 30 DE AGOSTO DE 1808

Faz  duzentos anos, que foi assinado um acordo, entre os comandantes dos exércitos Inglês e Francês para a evacuação de PORTUGAL pelas tropas francesas.

Segundo José Acursio das Neves, na sua História Geral da Invasão dos Franceses em Portugal e da Restauração deste Reino, tomo V: "apesar de ter sido concluída e datada em Lisboa, ratificada pelo general em chefe do exército britânico em Torres Vedras, onde se achava o seu quartel, é geralmente, conhecida pelo nome de CONVENÇÃO DE SINTRA".

Infelizmente o nome de Sintra ficou associado a um lamentável facto da nossa História.

O Rei fugiu para o Brasil abandonando o Reino e o Povo. Os Ingleses venceram os Franceses e humilharam Portugal. Outra coisa não era de esperar. Como era possível, alguém estrangeiro, respeitar um País onde o Chefe de Estado deixou para outrem aquilo que era seu dever realizar?

Este episódio nunca foi devidamente explicado aos Portugueses. A CONVENÇÃO tem XXII artigos. O artigo V ilustra o conteúdo do documento. Diz: "O exército Francês levará consigo tudo quanto se compreende debaixo da denominação de propriedades do exército, a saber,

a sua caixa militar e carros de adidos ao comissariado e aos hospitais de campanha ou lhe será permitido dispor de qualquer porção das mesmas que o comandante em chefe  julgar desnecessário embarcar, do mesmo modo todos os indivíduos do exército terão a liberdade

de disporem das suas propriedades particulares, de qualquer descrição que sejam, com toda a segurança de futuro para os compradores."

Esta clausula permitiu aos franceses levarem o produto dos roubos que tinham feito.

A CONVENÇÃO DE SINTRA uma ofensa a PORTUGAL para a qual não pode haver perdão, não deve ser esquecida.

Para conhecimento deixamos, sem comentários, o texto completo extraído da citada obra de Acúrsio Neves. Como nota final leia-se o artº XIV...

     

AS ÁRVORES COMO ORIGEM DAS POVOAÇÕES- UM EXEMPLO

A flora tem tido uma grande importância na designação do nome dos sítios, como já referimos em diversos apontamentos. No território sintrense deparamos com um exemplo apropriado para ilustrar o fundamento de que o arvoredo foi também um factor de povoamento. Nos limites das actuais freguesias de Algueirão/ Mem-Martins, Belas e Almargem do Bispo no seguimento do Belas Clube de Campo, existiu há vários séculos um  bosque extenso, uma  MATA como então se dizia .


Essa MATA era formada por milhares de SOBREIROS e CARVALHOS. Para explorar a riqueza florestal os povoadores fundaram junto a ribeira um casal - O CASAL DA MATA, para melhor aproveitarem o arvoredo construíram uma SERRAÇÃO. A ribeira do Casal da Mata corria num fojo de feras abrigados na floresta VALE DE LOBOS. A existência de argila ou barro nas proximidades e de lenha para os fornos possibilitou o fabrico de telha surgindo assim o TELHAL.

A utilização final da serração foi a de serrar pedra porque como era de esperar a exploração intensiva do bosque levou ao seu esgotamento. Restam um pouco adiante da passagem de nível do Telhal uns dispersos espécimes do coberto arbóreo primitivo. Um exemplo mais de com as árvores são presença assídua na paisagem e na memória das nossa VIDAS.

OS CASTANHEIROS ÁRVORES DA FRESCA SOMBRA

De todas as árvores da PÁTRIA considero os CASTANHEIROS as mais belas e frondosas. Abunda no norte de PORTUGAL, no entanto no ponto mais ao sul é possível encontra-los no território de Sintra e em povoamentos residuais na Serra de Monchique no Algarve.

A presença do Castanheiro na nossa terra, deve-se como escreveu ORLANDO RIBEIRO, ao seguinte motivo:

"Sintra, envolta em névoas e afofada de arvoredos ...é uma recorrência do Norte".

No Município Sintrense, encontramos castanheiros, na sede do concelho no Parque da Liberdade e em diversas quintas. Alguns exemplares têm séculos, como o da Quinta do Castanheiro na Freguesia de S.Martinho considerado de interesse público por portaria publicada no D.G.nº70 de 26/03/1945. Consta ter sido plantado no tempo dos DESCOBRIMENTOS!

Além da sombra refrescante, o Castanheiro produz um fruto saboroso, a castanha. Na tradição popular as castanhas são geradas na primeira noite de Agosto. Não posso afiançar isso mas como na RINCHOA existem castanheiros lembrei-me de abrir um ouriço e verificar, neste dia, como está o desenvolvimento do fruto.

 

 

Aqui partilho a experiência...

Já se podem ver as castanhas! O seu crescimento significa a chegada do Outono e mais tarde ouvimos pelas ruas o pregão "QUENTES E BOAS" do homem das castanhas assadas, o qual, como se canta no Fado:é ETERNO.

Na Rinchoa há castanheiros, para alguns que passam o tempo a denegrir o nosso Bairro e quem cá vive, isto deve ser difícil de admitir. Sendo assim, pode aplicar-se ao burgo onde habitamos, o poema de MIGUEL TORGA:

 

VINDE, AMADOS SENHORES DA JUVENTUDE

TENDES AQUI O LOURO DA VIRTUDE,

A OLIVEIRA DA PAZ E O LÍRIO AGRESTE...

 

E CARVALHOS, E VELHOS CASTANHEIROS,

 A CUJA SOMBRA UM DORMITAR CELESTE

PODE FAZER OS SONHOS VERDADEIROS

 

VESTíGIO RARO NA RIBEIRA DA JARDA

A adicionar aos encantos da Ribeira das Jardas, já referenciados em anteriores apontamentos, há agora acrescentar uma construção com aspecto duma ponte mas na realidade é outra coisa.

No troço da Ribeira entre a Estrada da Quinta Grande e a Rua Teixeira Bastos, limites das Freguesias de Rio de mouro e Belas na Cidade de Sintra, encontramos em adiantado estado de ruína, vestígios dum muro, cuja observação  ao longe, parece sugerir serem restos duma antiga passagem pedonal sobre a Ribeira. Todavia, no local, com uma cuidada análise a conclusão é a de que se trata dum pedaço do muro de protecção da Quinta Grande de Meleças e os arcos destinavam-se a permitir o escoamento das águas das Jardas.

É um tipo de edificação pouco usual em espaço público. Devia ser considerado de interesse municipal. Mais acima, fica a ponte que dá acesso á Quinta do Escoto, cuja história, importante, iremos tratar em próximo apontamento.

Por hoje fiquemos com este muro arqueado imaginado para facilitar o caminho da RIBEIRA das JARDAS e aproveitar as suas águas para a rega duma notável Quinta.

Mais uma particularidade dum curso de água "MÁGICO".

PATRIMÓNIO MUTILADO - A INCÚRIA ARRASA TUDO!

Nas estradas que servem a Cidade de Sintra foram colocados no século XIX marcos quilométricos indicativos da distancia de "CINTRA" a Lisboa. Restam alguns exemplares. Conhecemos um no Jardim 25 de Abril em Belas em frente à sede da Junta de Freguesia. Outro está na Rua Cupertino Ribeiro em Rio de Mouro Velho.

Já deveriam ter sido retirados e substituídos por réplicas pois correm o risco de poderem ser destruídos, por qualquer acidente de tráfego ou, simplesmente, por desleixo próprio de quem tem ousada incultura.

Se este reparo pode pode parecer alarmista, deixamos aqui o exemplo do triste fim dum marco existente na estrada de Belas a Vale de Lobos um pouco antes da localidade da Serração. Acabou num recanto escondido da berma, mutilado por causa do descuido de quem devia cuidar do património e a incúria dos que ao executarem trabalho só pensam em arrasar tudo.

Comentários são escusados...

Mas que dói, lá isso DÓI...

 

A RIBEIRA DA CABRELA UM TESOURO DESCONHECIDO

A Cidade de Sintra alberga no seu território diversos motivos de interesse para além dos conhecidos monumentos e outras particularidades que são do senso comum. Mas aquilo efectivamente distingue o Município Sintrense: O seu potencial humano e as singularidades ainda pouco conhecidas, disseminadas pela geografia concelhia.

 

Uma delas é o vale da Ribeira da Cabrela. Quem desça das alturas do planalto do Casal Sequeiro vindo de Montelavar ou da Cabrela se vier da Terrugem avista um profundo e encaixado vale no centro do qual corre a Ribeira da Cabrela. Este curso de água nasce do manancial do Algueirão junto à Granja do Marquês e vai desaguar na Ribeira de Cheleiros.

 

Parece impossível existir no coração duma Grande Área Metropolitana um recanto tão bucólico e aprazível como este.

As margens da Ribeira estão cobertas com choupos carvalhos e outras arvores que dão um enquadramento magnifico, como o terreno é plano permite passear tranquilamente escutando o murmúrio das águas. No Inverno e Primavera a Ribeira leva um caudal significativo o que dá ao quadro ainda mais grandeza.

Em tempos chegou a falar-se na possibilidade de construir uma barragem com fins de recreio e abastecimento de águas. O dique serviria para ligar a Terrugem a Montelavar .

Infelizmente o projecto não se concretizou.

 

Hoje em dia é possível encontrar peixes nas cristalinas águas deste tesouro que dá pelo nome de Ribeira da Cabrela, mais um dos encantos da NOSSA SINTRA.

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