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Tudo de novo a Ocidente

A árvore de Judas.

A quadra Pascal é um tempo pleno de significado, sagrado e profano os cristãos celebram a ressurreição e morte de Jesus Cristo, a passagem do Mestre para a casa do Pai. O vocábulo deriva do termo hebraico que significa isso mesmo. A anteceder o Domingo de Páscoa, decorre a quaresma, durante quarenta dias. Quarenta é o numero da preparação da espera e do castigo, este numero vem citado na Bíblia associado a acontecimentos relevantes. A antiga crença que este lapso de tempo, destruía qualquer malefício originou o hábito de colocar de "quarentena" quem sofria de infecção contagiosa.

Nos festejos profanos da Páscoa, o consumo de carne de cordeiro, deve ser uma reminiscência de sacrifícios rituais praticados por povos antigos. Simbolicamente este período remete o homem para a meditação em torno da sua existência terrena, realçando a importância de aceitar que  teremos de passar sacrifícios traições e morte para atingirmos a felicidade plena. Uma questão de fé, temática com reflexos em diversas facetas da nossa vida. Judas o discípulo, traiu Jesus, arrependido ter-se ia enforcado no tronco duma figueira. Outros admitem igualmente que judas não resistiu ao remorso e se enforcou, utilizando uma olaia, por tal facto aquela é  designada  "árvore de Judas". Talvez a olaia seja injustiçada é uma planta com um ciclo vegetativo e floral conducente a fazer crer dar frutos deliciosos, no entanto o aspecto traí as expectativas, por isso árvore "traidora", como foi Judas.

Existem alguns topónimos derivados de "olaia", aqui perto existe uma "Avenida das Olaias" em cujo passeio foram plantadas espécimes daquele tipo, "traições" à parte em plena floração como hoje são bonitas.

Boa Páscoa. 

O sitio da capela de Nossa Senhora da Conceição

Na periferia da povoação de Morelena,município de Sintra,antiga freguesia de Pero Pinheiro,nos terrenos outrora fazendo parte do grande latifundio medieval,conhecido por "prazo de Meleças" ,deparamos com um singelo e vistoso monumento: a capela de Nossa Senhora da Conceição.O aspecto arquitectónico da ermida tem um certo ar "levantino"pouco usual em Portugal.

O culto a Nossa senhora da Conceição parece ter sido trazido do oriente pra a Irlanda no século IX,daí passou á Inglaterra dois séculos depois.O primeiro bispo de Lisboa o cruzado inglês D.Gilberto,iniciou este culto mariano em Portugal no ano de 1147.No século XVII,a Igreja difunde e aprofunda a veneraçao a Nossa Senhora da Conceição.Em 1646, o Rei de Portugal D.João IV,proclamou solenemente padroeira de Portugal "a Santíssima Virgem Nossa Senhora da Conceição"

Talvez seja este facto o impulso fundador desta "orada".A sua localização e pormenores construtivos ,merecem uma referencia especial neste dia dedicado aos sitios e monumentos dignos da nossa atenção:

O medo

Nem nas minhas mais negras cogitações pensei viver alguma vez,as agruras quotidianas com as quais sou confrontado.Sempre gostei e amo a minha Pátria, nesga de terra desde São Gregório em Melgaço ao Cabo de Santa Maria em Faro,e da foz do  vianense rio Neiva a fronteira  leste de Paradela no planalto mirandês, casa lusitana,humilde e acolhedora,onde nunca tive receio viver nem nos negros dias da ditadura,porque a esperança acompanhava os meus dias , com razão, tive a alegria sentir o tempo maravilhoso que Abril nos proporcionou. Nação, como escreveu Malraux,é uma comunidade de sonhos.Infelizmente aqueles esfumaram-se,a propaganda não disfarça a falta de esperança no provir ,principalmente o medo.

Tenho medo de ficar doente e não ter dinheiro para tratamento, medo reduzam cada vez mais os rendimentos ,que acreditei o estado garantiria,medo de não ser capaz de pagar a água a luz o gáz e telefone, medo que algum dos meus familiares ou amigos fiquem desempregados,medo que vigiem os passos através de facturas das poucas despesas ainda realizadas ,medo  continuem a enganar acerca da verdadeira situação do País,medo aumentem os impostos os transportes água e outros serviços básicos,medo de não continuar o meu serviço de voluntariado por falta de condições,medo da  violência na rua,medo da degradação dos serviços públicos por falta de gente competente e motivada,medo de andar de carro porque a maioria das pessoas não tem meios para manter as suas viaturas em condições de circularem e pagarem seguro e inspecção,medo que o predio onde vivo se degrade os condóminos não pagam as mensalidades porque não têm dinheiro ,medo se o café onde bebo a bica feche por falta de clientes,medo  de andar  em transportes publicos,  a insegurança continua a aumentar,medo quem manda na Europa continue a castigar-nos para servimos de exemplo a outros.Medo de não haver coragem para sairmos do euro, enfim de não ser possível terminar o pesadelo.Este medo não é cobardia ou falta de coragem,é temor  ansiedade fundamentada, baseada  na consciência do perigo que corremos.Um dia destes receio chegar á conclusão não valer o empenho e acabo esta "página", será mau sinal ,tenho medo e pena.

Nunca desejei mal a ninguém não sou rancoroso, sei por experiência quem  faz mal acabará mal, não temos dúvidas os responsáveis deste estado de medo provarão do veneno destilado,  sentirão na alma o fel da amargura que distribuiram com abundância.Tudo chega para quem sabe esperar...Vamos ver!A esteva planta rustica,folhas pegajosas,e flores com pintas cor de sangue ilustra a época que atravessamos.

 

Ao carnaval de Lisboa

O nosso conterraneo Sintrense, Domingos Maximiano Torres,insigne membro da Arcádia Lusitana ,onde era conhecido por Alfeno Cynthio,um dos grandes cultores do soneto em língua portuguesa ,escreveu no final do século XVIII composição versando o periodo canavalesco na Lisboa daquele tempo.Dois séculos volvidos, pouco terá mudado ,a exemplo de antanho,é preciso muita lata e...peras.

 

                                          Entre nuvens de talco,salta Isabela

                                          Solto o cabelo,o rosto prateado

                                          mostrando aos seus amores eclipsado

                                          O vivo lume de uma ,e de outra estrela

 

                                             

                                           Com as cheirosas linfas jonia bela

                                           Molha o esbelto casquilho embonecado

                                           que havendo-o por mercê fica curvado

                                           o felpudo chapéu com os olhos nela

                                           

                                           Nas esquinas da sordida travessa

                                           a assustadora lata o ar atroa

                                           a pálida laranja se arremessa

 

                                           Largo brinde geral a Baco soa.

                                           Colhe as presas da gula a morte a pressa

                                           Eis aqui os entrudos de Lisboa.

 

 

Moinhos de vento de água e de sangue

No rotineiro costume de comemorar o dia de... tivemos no pretérito fim de semana, e supomos igualmente hoje, chamada de atenção para os moinhos referindo os aspectos económicos culturais e paisagísticos de tais engenhos.

Os moinhos são compostos por duas mós sobrepostas, movidas pelo vento, água electricidade e força do braço humano. O primeiro denomina-se moinho de vento está conotado com as aventuras delirantes de D. Quixote de la mancha, magistral criação de D. Miguel de Cervantes. As eólicas moendas adornam o cimo de cerros e colinas onde o sopro dele é intenso. Existe exemplar deste tipo bem perto no sítio de Mira Sintra.

O moinho de água no norte e centro de Portugal onde o domínio romano foi vincado é tocado por rodízio de madeira provido de palhetas onde bate a água,conduzida por intermédio dum cano normalmente recebendo água duma levada, no sul de Portugal as mós são accionados por uma roda exterior movida pelo peso da água, aqui o moinho toma a designação de azenha. No município de Sintra existe um moinho de água na praia da samarra.

Outro modelo de moinhos de água são chamados de maré, impulsionados pela alternancia da baixa e praia-mar. Encontramos esta forma de engenhos no concelho do Seixal, margem esquerda do rio Tejo defronte a Lisboa, e Lagoa no Algarve sítio das fontes, margem esquerda do rio Arade a montante da cidade de Portimão.

O antigo moinho de "sangue"  utilizava-se no Algarve movido por braço humano daí o nome, ainda se econtra nas aldeias do Atlas magrebino, este moinho estroçoava o milho, para  alimentação permitindo confecionar, papas de milho(carolos) e "xerém".

Os moinhos motivaram lendas e provérbios cuja origem radica em tempos antigos no vocabulário quotidiano as referencias ao acto moer são frequentes: "as dificuldades do dia a dia moem-nos o coração sem descanso", moer significa também: amassar, calcar, pisar, machucar. Que tipo de moinho será este que nos mói de dor e desesperança,neste molestoso ano de 2014?

 

Terra das oliveiras doentes

 No munícipio de Sintra distrito de Lisboa Portugal,ao qual pertence o agrupamento de freguesias de Almargem do Bispo-Montelavar-Pero Pinheiro,circunscrição administrativa onde está implantada em terrenos outrora pertença da Casa Pombal,a denominada "granja do marquês"a base aérea nº1 da Força Aérea Portuguesa. Nas imediações encontramos o sítio da Cortegaça,localidade onde subsistem rústicas construcções testemunhos da sua ancestral fundação.

A origem do topónimo Cortegaça,deve ser estudada de acordo com a situação geográfica das povoações designadas por esta palavra, os "localismos " influenciam o significado.Corte tem inumeros significados ,para a nossa pesquisa escolhemos,"casal campo",evitamos aldeia porque estaremos perante povoado anterior ao domínio arabe.

Em redor de Cortegaça algumas  oliveiras velhas porventura denunciam restos de robustos olivais, e também zambujos ou oliveiras bravas certificando abundância de azeitona . Uma doença que atacava as oliveiras era conhecida por "gafa", tal moléstia provocava  queda do fruto antes da maturação,e consequente quebra na producção de azeite.
A povoação seria conhecida por Corte Gafa; casal,campo ou terra das oliveiras doentes (portadoras de gafa).Por corruptela,tão vulgar na topononímia,Cortegafa passou a Cortegaça.

A oliveira é associda á luz, da azeitona se diz "para dar a luz ao mundo mil tormentos padeci".O azeite alimentava as lampadas,fontes de claridade,triunfo sobre a escuridão, igualmente permitia melhorar a dieta alimentar das populações em tempos de penúria.

Talvez para evocarem a protecção divina para as suas oliveiras,os moradores da Cortegaça tenham desejado como padroeira do "burgo"Nossa Senhora da Luz,em honra da qual erigiram uma capela singela e humilde,construída na entrada da povoação ladeando a antiga estrada vinda de Sintra.A escolha de alguém ou algo associados a luz ,baseava-se na antiga crença.de na luz existir um Deus misericordioso e bom;de acordo com o pensamento de J.Boehme.

A capela actual do século XVIII,substituiu a anterior destruída pelo terramoto de 1755;provavelmente,situada perto do cruzeiro,hoje no meio da estrada,antes quem sabe, adorno do adro da ermida. 

 

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