LIMÃO FONTE DE RIQUEZA DO TERRITÓRIO DE SINTRA
A região de Sintra no arrabalde da capital portuguesa, desde tempo recuado, com maior significado a partir das reformas promulgadas pelo Marques de Pombal: Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro ministro do rei de Portugal D. José I, era considerada zona agrícola de boa aptidão para produzir citrinos, nomeadamente limões.
As directivas pombalinas para fomentar a cultura deste fruto, importante fonte de rendimento para os agricultores, levou a formação de pomares de limoeiros em Sintra e seu termo.
Há cerca de cem anos no verão de 1918 por causa da epidemia da pneumónica, também conhecida por gripe espanhola, o calor excessivo que se fazia sentir e valor terapêutico do limão, fez o preço atingir valores astronómicos. Os limões vendiam-se a 30 centavos cada um, se considerarmos salário do trabalhador agrícola seria 10 escudos diários, o cento de limões valia o triplo.
Quem desejava saborear uma limonada e mitigar a sede, teria de pagar 25 centavos. Nos arredores de Sintra, um proprietário de pomar com dimensão apreciável vendeu de uma só vez oito carradas de limões. Fez uma fortuna. Resultado os agricultores desataram a plantar limoeiros em qualquer pedacito de terra. Quem não tinha terreno plantava no quintal, hábito que ainda hoje se verifica.
A cultura dos limões passou ser generalizada, vinte cinco anos depois, surge a famosa melodia "rosinha dos limões",talvez, influência que a "alta" do preço do citrino deixou no imaginário popular.