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Tudo de novo a Ocidente

"ANTIGAMENTE HAVIA MAIS RESPEITO PELAS COISAS E PESSOAS"

O titulo é idêntico a frase que inúmeras ocasiões ouvimos, quando alguém se refere a algo que causa estranheza e repulsa. Pretende-se afirmar os tempos hoje são menos propícios ao cumprimento da lei, regras da civilidade e convivência, há menos respeito pela propriedade etc.

Antigamente é que era bom.

São afirmações empíricas, não "resistem" a estudo ainda que pouco aprofundado da história. Quem investiga e segue metodologia adequada, deve fugir das "evidências", são sempre enganadoras.

Na segunda década do século XX, Mário Azevedo Gomes, insigne democrata republicano, professor catedrático no Instituto Superior de Agronomia,situado na tapada da Ajuda em Lisboa, grande estudioso da arboricultura horticula e silvicula, admirador de Sintra, nomeadamente do Parque da Pena, acerca do qual deu estampa monografia relevante, igualmente publicou em 1916 pequeno livro, incluído na colecção "os livros do povo" destinado a difundir conhecimentos úteis sobre várias temáticas no seio das classes populares.

Esse livrinho, intitulado "A UTILIDADE DAS ÁRVORES", contem na introdução relato de um episódio que o Professor Azevedo Gomes, presenciou na Freguesia de Colares, Concelho de Sintra, escreveu o "mestre": "Eu estava aqui há uns anos, no verão, em Colares-que é uma pequena povoação perto de Lisboa afamada pelo vinho e pela boa fruta, especialmente pecegos, que a região produz-quando ali foram um dia muitos indivíduos da capital, empregados do comércio creio eu, e talvez operários, para se divertirem; pois essa gente que por viver em Lisboa devia ser mais educada e respeitadora, não teve dúvida em andar lá por aqueles pomares, que quase não tem defesa, apanhando fruta aqui e além, como se ela lhe pertencesse; e, se já isto é um mal que todos percebem, ainda se fez pior: que foi, com a pressa de colher os frutos, partir ramos inteiros e esgarrar árvores novas, e portanto fracas, em termos de se estragar fruta naquele ano e de se colher menos, também, no futuro."

Elucidativo texto não necessita comentários. A nós quase todos os anos "apanham " cerejas produzidas por árvores que plantei na minha terra natal. Quem procede assim não são pessoas, é gente, a populaça só acata algo quando sente repressão. Ouvimos "eu tenho os meus direitos",é verdade e deveres ?  Essa gente danifica  jardins públicos, parques infantis, deixam os dejectos do cão no passeio e relvados, não colocam os sacos do lixos nos contentores, grafitam paredes de prédios acabados de pintar , sabe Deus com que sacrificio dos proprietários. etc... 

Afinal sempre foi apanágio  da gentalha, não respeitar nada e ninguém, só existe um caminho vigiar punir e educar.Não se diga no meu tempo era melhor ,porque... era mesma coisa, ou pior que actualmente, a natureza humana sem o afago da civilização é rude tosca propensa á rapina...

P8244634.JPG

 

AS ÁRVORES MORREM DE PÉ E A CULPA MORRE SOLTEIRA...

Começaram a chegar à RINCHOA as primeiras andorinhas deste ano, se estiver certo o presságio a Primavera chegou. É um motivo de jubilo a volta destas pequenas "mensageiras" que anunciam o inicio dum ciclo que anualmente se repete.

É um momento de alegria e reflexão sobre a magia e desígnios da Natureza...
Isto vem a propósito dum outro facto que ocorreu aqui, e, que infelizmente não se trata dum recomeço mas dum fim que não deveria ter acontecido.
A história é curta e merece ser contada...
Na Praceta do Rouxinol, junto à Rua do Casal da Serra, existiam dois pinheiros mansos de grande porte, um dos quais tinha crescido com uma acentuada inclinação o que tornava ainda mais relevante o seu robusto tronco. Estes pinheiros eram poiso de rolas e outros pássaros, e sob as suas copas as crianças recolhiam os pinhões que as  árvores largavam e na queda das pinhas cobriam o chão.
Um dia alguém, para mostrar obra, resolveu remodelar o espaço envolvente e  desse "projecto" resultou terem sido colocadas lajetas de betão para cobrir o chão de terra que existia. Resultado…  
Os pinheiros privados de água nas raízes, porque as lajetas IMPERMEABILIZARAM o solo SECARAM...  

    


O que tinha o tronco inclinado já foi cortado restando um "coto" com um diâmetro de 85 cm. O outro está ainda de pé mirrado e seco à mingua de água. É uma árvore com um perímetro à altura do peito de 2,35 metros e uma altura de cerca de 7 metros.


Com estas dimensões eram exemplares com mais de 100 anos. Ironicamente no local os autores deste "genocídio" florestal colocaram uma placa pedindo respeito para o jardim. Mas os belos e antigos pinheiros porque não os respeitaram?


A incúria é a fonte de todos os males. As andorinhas voltaram mas os pinheiros elementos do quotidiano dos habitantes da Rinchoa e que tinham sido poupados pela urbanização já não voltam a largar pinhas nem a proporcionar sombra no Estio.
Foi um acto lamentável, o que podemos fazer é deixar aqui para memória futura nota deste facto.
AS ÁRVORES MORREM DE PÉ mas a incúria de quem as liquidou continuará activa, quem sabe para dar próximas provas.
Um episódio triste que os NOSSOS AMIGOS PINHEIROS E A RINCHOA  NÃO MERECIAM...
 

AS ÁRVORES MONUMENTAIS DE SINTRA: A SOBREIRA DOS FETOS

 

As árvores são monumentos vivos e devem de ser considerados como tal.

Algumas árvores são importantes sob o ponto de vista histórico, cultural e estético, contribuindo assim para religar os habitantes aos sítios, e, sendo mais um elo para reforçar o sentimento de pertença das pessoas aos locais onde habitam ou que frequentam.

Plantadas junto aos caminhos, estradas e nas quintas as árvores referenciam memórias que doutro modo seriam esquecidas.

No concelho de Sintra existem inúmeras árvores notáveis pelo seu porte e longevidade, algumas já declaradas de interesse público e outras que o deveriam ser.

Conhecer este património é importante para que as pessoas ao passarem junto delas as olhem com atenção e sejam guardiães da sua preservação.

Iremos referir as árvores do concelho de Sintra consideradas de interesse publico.

Começaremos pelo sobreiro do Largo da Quinta do Relógio, na freguesia de S. Martinho mesmo em frente da Regaleira.

Segundo José Alfredo da Costa Azevedo, no seu livro “Velharias de Sintra I”, “este sobreiro é também conhecido, pela SOBREIRA DOS FETOS, porque está coberto de fetos que nascem, fruto da humidade da sua cortiça virgem”.

Na Quinta do Relógio, passou a “Lua de Mel”, a Rainha D. Amélia e o Rei D. Carlos, em 22 de Maio de 1888.

Ainda segundo José Alfredo, a Rainha D. Amélia costumava dizer “ vale mais a sobreira dos fetos que Cascais e Estoris junto”.

 

Este monumento “vivo” merece a atenção de toda, e, até uma visita de propósito. Facilmente identificável porque tem uma vedação de ferro, deveria contudo, ter uma placa informativa, em várias línguas, para chamar a curiosidade das pessoas.

 

A sobreira dos fetos, foi declarada árvore de interesse público, por despacho publicado no Diário da República II Série de 28 de Novembro de 1996. Tem uma idade aproximada de 350 anos, sendo por isso uma das mais antigas do concelho de Sintra.

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