A primeira das avenidas traçadas por Leal da Câmara, na urbanização da quinta grande na Rinchoa concelho de Sintra, é denominada "Avenida das Acácias" paralela à Calçada da Rinchoa, com uma extensão de setecentos metros e largura de doze.
O nome atribuído demonstra que Leal conhecia o significado simbólico da acácia, associado a valores religiosos. A madeira da arca da aliança seria desta árvore, a coroa de Jesus Cristo na Cruz, teria os espinhos da acácia espinhosa. Igualmente nos rituais da maçonaria de que Leal da Câmara foi membro representa a imortalidade; segundo a tradição judaico-cristã o "lenho" desta planta é indestrutível.
A acácia está relacionada a todos os processos de iniciação e conhecimento de coisas transcendentais que Leal perfilhava. Era intenção realizar na Rinchoa uma obra singular, baseada no triunfo da luz solar sobre o obscurantismo e mesquinhez que predominavam na sociedade portuguesa dos anos quarenta do século XX. No seu pensamento, deveria ser a "acácia da flor doirada a mimosa do oriente" e não a da flor branca, a falsa acácia do ocidente a robínia.
Na avenida existem sómente acácias junto ao lote 27 do projecto inicial, pertença de um dos amigos do Mestre. Aquele plantou duas árvores não só para estar de acordo com o plural do nome, mas também porque a companhia ajuda a concretizar os sonhos e as fantasias...
Seria conveniente plantar em toda a artéria árvores iguais. O porte sendo pequeno, não traria inconvenientes aos moradores. Pelo contrário as flores doiradas das acácias na primavera transformariam a avenida num traço "luminoso"de acordo com a ideia de Leal.
Belas, sendo hoje uma simples freguesia do Concelho de Sintra, foi cabeça de um Municípioaté 1855. Pertenceu à Casa dos Marqueses de Belas, no seu termo ainda é possível observar diversas quintas onde a aristocracia lisboeta costumava veranear.
Belas, possui um conjunto de características que lhe dão um cunho de mistério e distinção, próprio dos lugares de eleição. O vale onde se situa, e as encostas adjacentes, que a construção ainda não ocupou, estão revestidos de frondoso arvoredo que no Verão proporcionam um ambiente de agradável frescura. Como curiosidade referira-se, a existência na Quinta do Senhor da Serra, de duas alamedas uma com 120 "BUXUS SEMPERVIRENS" eoutra com 15 PLÁTANOS que foram declaradas de interesse público em 2001.
No entanto, o nosso apontamento tem como objectivo chamar a atenção para uma majestosa árvore situada no sítio da Idanha, no cruzamento da Avenida Veiga da Cunha coma estrada para a Agualva e a Venda Seca. Trata-se duma Acácia com um aspecto vegetativo vigoroso e com um tronco denotando ser um exemplar de idade avançada. O local apesar deter transito intenso está dotado de um pequeno recanto para lazer, perto da acácia.
Porventura poucos se interessam na árvore, por isso seria útil identificá-la, assim talvez fosse, admirada como merece.
Desconhecemos quem terá mandado plantá-la, deverá ter um qualquer significado, porque segundo Chevalier e Gheerbrant (1982): "por toda a parte se pode ver, portanto, a acácia ligada a valores religiosos, como uma espécie de suporte do divino, no seu aspecto solar e triunfante".
Sendo uma árvore notável, a acácia da Idanha merece a nossa atenção, já agora porque não declara-la de interesse público? Outros elementos sobre as acácias constam do nosso "post" de 8 Fevº p.p.
Doravante esta ACÁCIA poderá ser conhecida, como é devido, não só por quem passar no local mas também observando aqui a sua imagem.
Na Volta do Duche em plena Vila de Sintra, um pouco adiante da FONTE MOURISCA, que a vereação de 1982 mandou colocar no local, existe uma estátua erigida em memória do ilustre clínico Dr.Gregório de Almeida, conhecido pela sua competência e bondade.
Segundo José Alfredo da Costa Azevedo, no seu livro "A Vila Velha" (Ronda Pelo Passado pág.65), o Dr. GREGÓRIO DE ALMEIDA foi "venerável" da Loja Maçónica - "LUZ DO SOL", que existiu durante algum tempo em Sintra. Curiosamente por detrás da estátua cresceu uma acácia...
A acácia: "é um símbolo solar de renascimento e imortalidade". Nos rituais maçónicos conhecer a ACÁCIA significa que se tem a qualidade de "maçon". Sendo este o caso, nada mais apropriado de que terem plantado uma junto à estátua. Nesta como em outras ocasiões é preciso VER porque observar não chega.
É interessante notar, nas redondezas a única árvore desta espécie está aqui talvez lembrando, que só quem pratica o bem e defende a verdade merece respeito e gratidão, como este, médico conhecido pelo, PAI DOS POBRES.