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Tudo de novo a Ocidente

TELEGRAFO ELÉCTRICO CHEGAVA A "CINTRA" 1855

A implantação da monarquia constitucional, contribuiu para que o estatuto da vila de Sintra como estância de veraneio da realeza, ganhasse ainda maior visibilidade.

D. Fernando rei consorte, segundo marido da Rainha Dona Maria II, dedicava a Sintra especial carinho, adorava permanecer na Vila, e preocupava-se com o progresso do burgo, não descurando nenhuma ocasião de dotar a povoação das infra-estruturas mais modernas.

Quando regente do reino após falecimento da esposa e menoridade do filho príncipe Dom Pedro, futuro rei Pedro V, conseguiu que  governo presidido por António Fontes Pereira de Melo, adjudicasse em Agosto de 1855 a EMPRESA DOS TELÉGRAFOS ELÉCTRICOS DE PORTUGAL, linha de telégrafo eléctrico, entre Lisboa e Sintra. O traçado partia do edifício do Ministério das Obras Públicas, no Terreiro do Paço em Lisboa, seguindo pelos Palácios de São Bento, Necessidades, Ajuda, Caselas Queluz e até Sintra e Palácio Real (Palácio da Vila).

Importante beneficio para Sintra, uma das primeiras terras do reino a dispor desta tecnologia de comunicação moderna para a época.

Talvez, D. Fernando II estivesse a pensar no Palácio da Pena que iria mandar construir por sua conta. Quem sabe? Sem dúvida Sintra deve estar grata a quem a admirava, e muito fez dotá-la das comodidades da civilização.

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Visconde de Massamá

O título não deve ser entendido como verrinada, nada disso, é indício que no âmbito de "serviço público" que pretendemos prestar com os conteúdos deste espaço, partilhamos o que investigamos e descobrimos, assim vamos publicar novos elementos acerca do personagem que em vida ostentou aquele titulo nobiliárquico.

Massamá, populoso "bairro" do município de Sintra, e muito conhecido em todo o Portugal, durante séculos foi território de extensas e produtivas propriedades pertencentes a conventos, burgueses e nobres, alguns da vetusta classe e da novíssima elite "criada" após triunfo da revolução liberal portuguesa de 1820. Quem era o Visconde de Massamá?

Nuno José Severo Ribeiro de Carvalho, teve como progenitores, Pedro Ribeiro de Carvalho, e Vitória Margarida, neto paterno de Luís Ribeiro de Carvalho e Dona Maria Rita, materno Francisco Mendes Pena e Roza Maria, nasceu na freguesia da Ajuda, concelho de Belém, sendo baptizado, na igreja paroquial em 26 de Junho de 1824, foram padrinhos o Marquês de Loulé D. Nuno José Severo de Mendonça Rolim Moura Barreto e Nossa Senhora do Cabo. Curiosamente o padrinho atribuiu ao baptizando o  próprio nome de baptismo, o Marquês, depois  Duque de Loulé  detentor de avultadíssima fortuna, protegeria o afilhado  toda a vida.O pai de Nuno Carvalho  trabalhava no paço por isso acompanhou a família real para o Brasil, casou em idade serôdia com Dona Vitória muito mais nova, no dia 2 de Setembro de 1823, o casal teve um único filho.

Nuno Severo concluiu o curso de medicina na Escola Médica de Lisboa. Ingressou na função pública, pertenceu ao quadro de pessoal do Hospital de São José, atingiu o cargo de cirurgião chefe. Desenvolveu trabalho político sendo aderente do partido político liderado pelo padrinho, o qual como é sabido, exerceu vários cargos ministeriais, foi primeiro  ministro,  presidente do ministério, designação do cargo na época. O Duque de Loulé presidia ao ministério quando se construiu a cargo das obras públicas do reino, o chafariz  de Massamá (1863), água que ainda hoje corre nas bicas, nascia numa propriedade do futuro Visconde que graciosamente permitiu a captação.

Vereador da Câmara Municipal de Lisboa, teve responsabilidade do pelouro dos cemitérios e arborização das ruas, contribuiu para a  consolidação do cemitério ocidental de Lisboa (alto de s.joão), mandou plantar os primeiros jacarandás em algumas artérias da capital portuguesa. Eleito deputado teve acção parlamentar relevante.

Estas actividades e amizade do padrinho permitiram constituir apreciável património, no qual se incluíam extensas propriedades em Massamá e Carenque. Casou duas vezes não teve descendência. O titulo de Visconde de Massamá, concedido a D. Nuno Severo José Ribeiro de Carvalho, pelo Rei Dom Luís por decreto de 29 de Janeiro de 1885. Faleceu em 28 de Outubro de 1885, às nove horas da noite numa quinta situada no lugar da Buligueira freguesia de Dois Portos, Concelho de Torres Vedras. Residia habitualmente na freguesia de São José, concelho de Lisboa. O caixão seria depositado em jazigo próprio no cemitério ocidental de Lisboa.

Ironia do destino o titulo de Visconde de Massamá, durou menos de um ano, com a morte de D. Nuno José Severo Ribeiro de Carvalho, extinguiu-se. Esclarecemos este apelido Ribeiro de Carvalho não está relacionado com outro semelhante relativo ao ilustre republicano que viveu no Cacém igualmente concelho de Sintra.

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Alfarrobeira numa rua da cidade

Curiosamente há pouco tempo descobri a importância da alfarrobeira, na regulação do comércio de pedras preciosas. Acreditava-se antigamente que o peso das sementes da alfarroba, fruto da alfarrobeira, seria uniforme pesando cerca de duas gramas cada, por esse motivo foram utilizadas em tempos recuados, para pesar jóias e especiarias. Em grego designa-se a semente "carat", a unidade de peso das pedras preciosas e do  ouro, continua a ser o "carat".Em Lisboa durante séculos entreposto de especiarias e preciosidades, deveria por isso existir possibilidade de facilmente obter sementes  de alfarroba ,necessárias á aferição dos actos de transacções daqueles produtos. Em Portugal a alfarrobeira é abundante no Algarve, no entanto,em povoamentos dispersos vegeta a sul das montanhas da cordilheira central. Na região da capital portuguesa deparamos com topónimos relativos a alfarrobeira alguns com importância histórica,exemplo da batalha de alfarrobeira, travada,em 1449 num local situado no município de Vila Franca de Xira.Em alguns parques e jardins de Lisboa,deparamos com alfarrobeiras. Existe em Sâo Domingos de Benfica a quinta da alfarrobeira.E na via pública? Procuramos, felizmente numa artéria de Lisboa, Estrada de Pedro Teixeira, no alto da Ajuda, sítio do Caramão próximo dum conhecido restaurante, encontramos uma alfarrobeira de provecta idade, exemplar sobrevivente dos outrora numerosos espécimes espalhados pela cidade. A alfarrobeira tem folha persistente nunca seca, justificação suficiente para dedicarmos este apontamento, a quem acintosamente no inicio deste nosso trabalho numa verrinada, manifestava a preocupação acerca do futuro de Portugal, ironizando com o conteúdo do nosso blogue. Já passou um lustro, infelizmente a escolha não se concretizou entre sobreiros e alfarrobeiras, mas na prevalência dos "chaparros".

 

 

AS ÁRVORES FLORESTAIS DOMINANTES EM PORTUGAL 1878

O livro de Barros Gomes:"Cartas Elementares de Portugal", publicado em 1878, contém informações interessantes, sobre o tipo de arvoredo existente ao tempo em cada um do concelhos do País, a propósito escrevia: "Citam-se sobretudo as de abundante reprodução espontânea, embora muitas vezes perseguidas pelo homem a acolher-se aos incultos e para longe dos povoados." Sobre o concelho de Lisboa referia: "a arborização espontânea, hoje desaparecida, deve ter sido de carvalho portuguez e oliveira; como indica o zambujal da Ajuda, talvez o também conservado hoje ainda do alto do CARVALHÃO, para designar um dos altos de Lisboa". Do zambujal da ajuda restam ainda alguns zambujos no alto da Ajuda junto ao parque de Monsanto.

No concelho de CINTRA, como então se escrevia, eram apontadas como árvores florestais dominantes: a oliveira o sobreiro, o pinheiro bravo e o carvalho portuguez de restam muitos vestigios na toponimia, como temos observado em trabalhos anteriores.

Dos olivais de Sintra  uma das modernas "memórias " é o viaduto do LAGAR  ligando, o Cacém ao Casal do Cotão, e edificado no local onde durante décadas laborou um lagar de azeite junto á Ribeira das Jardas também citada como do Papel.

O estudo da evolução do coberto florestal de Portugal é importante para se alterarem os comportamentos que levaram à sua destruição e ao plantio de espécies inadequadas aos nosso solos e clima. Mas nem tudo é mau a Serra de Sintra por exemplo nunca teve  tanta e tão variadas árvores como na actualidade.  

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