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Tudo de novo a Ocidente

ÁRVORES EM BARDA

A utilidade e importância do arvoredo manifesta-se por vezes em pequenos pormenores passam despercebidos a nossa atenção,tolhida pelo frenético frenesim de um quotidiano apressado.

As árvores são derrubadas por motivos fúteis e  utilitarismo imediato, por tal motivo não alcançam fustes e idades significativas.No entanto quando plantadas ou espontaneamente surgem nas extremas de propriedades, os donos das terras , protegem arvoredo de modo a sua presença, assinale os limites das  "possessões ".

Deparamos por esse motivo com verdadeiros tapumes arboreos formando sebes  de porte significativo que ponteiam horizontes de renques vistosos. Parece impossível  a pouco mais de 25 quilómetros de Lisboa, algures  alfoz da terra saloia, Município de Sintra, observamos, ainda , paisagens com árvores em barda, delimitando courelas 

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JANELA DISCRETA

Diversa da " cinéfila " esta é uma discreta " ventana " adorna a parede de solarenga construção no remanso de pacata povoação do alfoz sintrense.

O ferro forjado protege , portadas de madeira centenárias que garantem a privacidade do interior.

A burguesia e nobreza de antanho,com quintas e moradas " nos saloios ",eram ciosas das suas propriedades e defendiam-nas da indiscrição dos caminhantes,  daí abundarem exemplos como da imagem.

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UM NOVO "AMIGO".

O tempo primaveril, convida a passear pelo campo que na região sintrense nesta altura, apresenta um aspecto de grandiosa e garrida coloração. Árvores cobertas de folhas, parecem reclamar a nossa atenção para a beleza da sua ramaria.

Um destes dias num rincão cheio de evocações históricas, e "senhor " de um coberto vegetal, que lembra a fechada mata de outros tempos, deparamos, uma árvore de grande porte, que nos impressionou. Cresce num recôndito do Casal da Granja, entre os sítios do Telhal e a Serração, afloz de Almargem do Bispo no Município de Sintra.Nesta quinta esteve para ser construída a "cidade do cinema" Foi por acaso que o "descobrimos",cresce no interior da propriedade, numa das extremas, por isso é visível de fora, a sua copa, imponente atinge um diâmetro  perto de 15 metros. 

Trata-se de um carvalho alvarinho, nome científico "Quercus-Robur", apresenta uma "cobertura" larga arredondada e extensa,vegeta em terreno argiloso e húmido,sem qualquer outra vegetação em redor,condições ideais para  alcançar  notável fuste. O tronco inclinado pela acção dos ventos dominantes, serve de suporte a uma "hera" também antiga a julgar pelos grossos caules que abraçam o roble. A longevidade desta espécie pode atingir de 500 a 1000 anos. Encontramos um novo "amigo" certamente duplamente centenário. A partir de agora, iremos visita-lo sempre que possível.Antigo e impressionante e belo.

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Aldeia "escondida",na selva urbana

O município de Sintra tem uma superfície de 317 quilómetros quadrados, vasto território albergando motivos de interesse dignos de referência, o seu conhecimento poderá despertar curiosidade para uma visita. Sintra não só no aglomerado da sede do concelho, mas também no seu termo possui monumentos, paisagens, centros históricos, templos, quintas e aldeias que irradiam encantos peculiares das antigas "vintanas" do alfoz sintrense.

Uma delas: São Marcos permanece quase intacta paredes meias com gigantesca urbanização. São Marcos pertenceu até aos anos cinquenta do século XX, a Freguesia de Nossa Senhora de Belém de Rio de Mouro: Os proprietários das terras circundantes durante gerações pertenciam à família Torres genealogia onde se inclui o "arcade" Sintrense Domingos Maximiano Torres. Actualmente São Marcos faz parte da Associação de Freguesias do Cacém. São Marcos evangelista, dia 25 de Abril é a data da sua festa religiosa, protector dos ermos e coutadas, o couto de perdizes privativo do Rei D.Manuel  I de Portugal no século XVI, situado na região compreendida da ponte de Agualva e a foz da ribeira de Barcarena, seria "guardado" pelos habitantes do casal de São Marcos como então se designava.

A capela edificada no centro da velha aldeia é um templo reconstruído no século XVIII, o primitivo foi arrasado em consequência do grande sismo de Lisboa em 1755. Aberta ao culto, no adro vegetam ainda as oliveiras fonte do azeite para a lâmpada do Santíssimo.

O casario um pouco maculado por algumas construções inestéticas, mantém o encanto dos vilarejos saloios. Observando a grande urbe contígua, não resta dúvida: agente modelador da crosta terrestre o homem, é capaz de edificar locais  de beleza humanizados e ao lado o seu contrário. Património versus pandemónio expressão de nosa autoria que amiude utilizamos. Mais do que um problema de índole urbanística a "nova S.Marcos", exemplifica a ganância desmedida de certos capitalistas.Surgiu antes de estar em vigor o euro,assim a urbe foi uma criação dos senhores, do "marco" do "escudo" da "libra" do "franco" e da "peseta". Adjacente ao "mar de betão" no vizinho concelho de Oeiras existe um campo de golfe, inactivo, servindo de poiso a bandos de gaivotas, implantado naquele local, parece por obra e graça do "espírito santo".

 

O ROBLE CENTENÁRIO DA ERMIDA DAS MERCÊS

O concelho de Sintra, abriga no seu alfoz um património variado e rico, desde o construído, ao natural até o hodiernamente designado de "imaterial", muito é desconhecido, por isso, não apreciado nem defendido. Se olharmos com atenção descobrimos, ás vezes, de forma inesperada, motivos de interesse em locais onde não seria suposto ocorrerem.

A zona das Mercês nos limites das Freguesias de Algueirão Mem-Martins e Rio de Mouro, é vulgarmente citada como exemplo de urbanismo onde os espaços verdes são muito a baixo do mínimo exigido, caso da Tapada das Mercês. Curiosamente, na orla do aglomerado a mata senhorial dos antigos proprietários conserva vestígios florestais que devidamente aproveitados  como um parque de lazer urbano seria uma requalificação, que sem grande investimento permitiria aos moradores desfrutarem da natureza.

Junto à ermida setecentista de Nossa Senhora das Mercês, situada dentro dos muros da antiga Quinta do Marquês de Pombal, que apresenta sinais de progressiva ruína, existe um carvalhal formado por variedade de carvalho negral; durante séculos dominante na região, sendo o terreno fértil e regado pelas águas da fonte da ermida, o aspecto vegetativo das árvores é bom. No conjunto do roboredo, há um digno de destaque, pelo seu bojudo tronco, de perímetro quatro metros medido a altura do peito (P.A.P.), o fuste atinge quinze metros. Com estas dimensões terá cerca de duzentos anos, se atendermos que a criação da Feira das Mercês foi antes de 1771, à sombra destas árvores devem ter descansado romeiros e feirantes. Poucas cidades de Portugal, além de Sintra, possuem no seu tecido urbano exemplares silvestres deste porte.

Como na zona circulam automóveis, nomeadamente ao domingo quando se celebra missa na capela, este "Quercus robur" devia estar protegido, a coberto de eventuais colisões, seria ígualmente conveniente cortar as ramagens rasteiras, para possibilitar melhor visualização do caule grandioso do ROBLE da ERMIDA, que ficando tão perto, passa despercebido, chamarmos a atenção para tal "monumento", cumprimos um dever de cidadania.

 

 

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