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Tudo de novo a Ocidente

FEIRA DAS MERCÊS: TEMPO DA "VIDAIRADA "

A Feira de 2017, já lá vai, decorreu com animação a contento de quem demandou o velho terreiro "pombalino", bem  organizada pela Câmara Municipal de Sintra, secundada pelas Juntas de Freguesia de Rio de Mouro e Algueirão Mem Martins.

No programa paralelo da "feira" tive ensejo dia 21 de Outubro por volta das quatro da tarde, proferir  despretensiosa "palestra" relativa a aspectos pouco conhecidos da história do secular evento. Satisfeito tive  prazer  falar para  audiência, atenta  em número razoável, neste tipo de "função".

A narrativa realçou o carácter peculiar da feira no âmbito concelhio e região de Lisboa. Durante décadas a frequência do "certame", numerosa,  abertura do Caminho de ferro na década de oitenta século XIX, possibilitou levar ao planalto dezenas de milhares de pessoas.

Gente das classes populares,onde se misturavam, pedintes,saltimbancos, circo pobre,prostitutas "acampadas no pinhal do escoto", carteiristas, como celebre "faquir" de alcunha, com cabra amestrada, que subia um escadote, originando concentração de "otários" alguns dos quais deixava sem as carteiras.

Petisco da feira "carne de porco as Mercês", servido em caçoila de barro, em vez da suína procedência, certas ocasiões, era de burro. Bebia-se agua pé, "marada", vinho proveniente de Torres Vedras, e redondezas, principalmente do Zambujal, Cacém da propriedade do republicano Ribeiro de Carvalho, bebedeiras de monta ocasionavam "arraial" de pancadaria.

Jogavam a "laranjinha" a dinheiro, consultavam-se cartomantes, namoro no muro do derrete, podia acabar em casamento...

Feira dos saloios, arreigada na tradição do lugar, resistiu a tentativa do Marquês de Pombal, também Conde de Oeiras, pretendeu passá-la para a sede do condado.

No conjunto das romarias da região alfacinha, Atalaia no Montijo, Senhora da Rocha Linda-a-Pastora, Nossa Senhora do Cabo Espichel Sesimbra, as Mercês assumiu sempre cunho popular remediado e Republicano a partir do final do século XIX.

Leal da Câmara fixou na tela traços pitorescos e rudes da feira, satirizando  saloios, a quem apelidava "esses animais nossos irmãos em São Francisco". O figurino actual, próprio para visita de famílias, na pacatez e arrumação do espaço podem tranquilamente "feirar", oxalá continue por muito tempo.

Feira das Mercês na verdade deveria ser Feira de Rio de Mouro, nasceu prosperou, quase findou nesta freguesia. Até para o ano se Deus quiser,na capelinha de Nossa senhora das Mercês, ou no pátio da Senhora Marquesa.

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