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Tudo de novo a Ocidente

O Ministro terá lido o meu blogue?

Quando iniciamos o labor solitário e desinteressado de "construirmos" este espaço, nunca pensamos ser fonte de inspiração a alguém!

O Senhor Vice Primeiro Ministro, segundo a imprensa em 3 de maio p.p., na Ovibeja afirmou :"O Alqueva é a auto-europa da agricultura." Ficamos radiantes. Em 26 de janeiro de 2013 no post: "O mar outra vez não", escrevemos:

"A teses que o nosso futuro está no mar, voltam de novo, quem sabe se não deriva esta convicção das elites dirigentes continuarem a meter água "..." a esperança está em utilizar a água do "mar" que é o alqueva para desenvolver uma grande indústria agro-alimentar de produtos com procura  no mercado global e garantir o auto-abastecimento de Portugal". Anteriormente em Março de 2009, sob o título "A nossa árvore comum porta do ocidente",escrevemos:"O novo "império" pode estar no Alqueva. A descolonização das mentalidades está por realizar".

Quando Aquilino Ribeiro visitou a empresa onde trabalhei durante a maior parte dos 43 anos que descontei para a segurança social, num encontro com o pessoal no refeitório promovido pelo grupo recreativo um operário colocou uma questão, só possível vinda de quem tivesse consultado o livro. Aquilino comovido terá dito: "vocês leram os meus livros". Poderiamos afirmar o mesmo, se o ministro não leu o meu blogue, demorou cinco anos a perceber a "prenominação" de 2009. Se não consultam o blogue devem passar a fazê-lo, quem sabe pode ser útil!? Vamos continuar, se ficarmos "afónicos" seguiremos o conselho dos antigos: "Estou rouco estou rouquinho, tapadinho da garganta, manda o médico que beba água de açucena branca".

 

A muito nobre e realenga Vila de Belas

A recente "degola" de Freguesias, atingiu uma das mais distintas e senhoriais das terras Portuguesas, a Vila de Belas no termo de Sintra. Estamos ligados a esta localidade não só por apreciarmos o seu valioso património natural e construído, mas também porque durante algum tempo, no período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974, foi "assento" duma tertúlia de amigos na qual debatíamos aquilo que pensávamos ser o melhor para a Freguesia o Município de Sintra e Portugal. Bons tempos.Além disso no cemitério de Belas repousam os restos mortais do grande Português e Sintrense Leal da Câmara, cujo tumulo por vezes visitamos.

Para se aquilatar o desconhecimento da importância social e histórica de Belas, da parte de quem legislou, e acabou com sua autonomia autárquica secular, recordamos: foi sede de Concelho até 1855, no entanto durante séculos.pela amenidade do clima, ponto de passagem obrigatório da corte no caminho para Sintra, habitada por famílias nobres, serviu de pousada e estancia á mais alta nobreza do Reino. (Lavanha, 1622) relata: "Aos dezassete de Setembro (1619), foi sua Majestade e Altezas a Sintra, e de caminho el-rei passou pela fonte da agua livre, a qual se pretende meter na cidade (Lisboa), examinando-se diante de sua Majestade a quantidade de água,presente o Presidente da Câmara (de Lisboa) e outros oficiais dela. De ali foi a Belas vila de António Correa da Silva onde tem uma boa casa e jardins, nela comeu sua Majestade e Altezas, e passaram a dormir a Sintra. "Estes factos ocorreram no decurso da viagem de D. Filipe II,de Espanha, ao Reino de Portugal.

Mais tarde em 23 de Setembro de 1728, a Gazeta de Lisboa, noticiava:" A Rainha nossa senhora, foi ontem a Belas com a senhora infanta D. Francisca ver o senhor infante D. Carlos". Tratava-se da Rainha D. Maria Ana de Áustria esposa de D. João V. O infante D. Carlos,seu filho, encontrava-se doente e procurava alivio, no ambiente saudável de Belas. Faleceu em 1730, com 14 anos.O infante D.Manuel de Portugal, irmão de D. João V, nascido em 1696 viveu alguns anos em Belas onde faleceu em 1766, reinando D. José I, que o visitava com regularidade. Foi cabeça de Marquesado e Condado, adstritos aos senhores de Pombeiro e Castelo Branco D. Manuel I Duque de Beja, antes de ser rei, doou os rendimentos da igreja de Belas, as freiras do convento daquela cidade.

Artistas e autores de relevo, influentes na cultura,do nosso País,viveram ao longo do tempo na Vila. A igreja matriz,o Paço do Senhor da Serra, um dos pioneiros clubes de golf fundados em Portugal, quintas maravilhosas, uma doçaria única (fofos de Belas), são alguns dos atributos da povoação. Ironia do destino por incultura de quem pensou a "lei autárquica" reduziu esta nobre terra à condição de ostentar nome de estação ferroviária "agrupamento de freguesias Queluz-Belas". Mais prosa para quê? Doí constatar o atrevimento dos ignorantes. Belas não merecia ser tratada assim.A freguesia de Belas tem de ser reposta,por imperativo da justiça e da História.(Foto,portal manuelino da igreja matriz)

TOPÓNIMOS SINGULARES: A-DA-BEJA

Aldeia de A-da-Beja, na actualidade integrada no Concelho de Amadora, no distrito de Lisboa pertenceu ao Concelho de Belas até 1855, quando este foi extinto, em resultado da reforma administrativa promulgada por Passos Manuel. Depois dessa data, foi anexada ao concelho de Sintra, do qual foi separada em 1979 ao ser criado o municipio Amadorense. A aldeia está implantada num local, de onde se disfruta amplo panorama, que abarca grande parte da cidade de Lisboa e arredores, incluindo o estuário do rio Tejo,e a Serra da Arrábida na margem sul do mesmo rio. 

Os terrenos circundantes eram apropriados para a cultura de cereais. Como consequência da abundancia  de água, existiam quintas bastante produtivas de hortaliças e frutos. Lembrando este aspecto, ainda hoje deparamos na rendondeza com nomes realacionados com o precioso líquido: Fonte das Avencas, Fonte Santa entre outros. A aldeia, sendo uma povoação que tinha limites, com a Freguesia de Benfica, termo de Lisboa suscitou durante séculos a cobiça de alguns poderosos, que tentaram, por vezes incluir o sítio na lista dos seus domínios; para vincar  a quem devia ser atribuia a posse, o nome do povoado surgiu como afirmação de pertença. Os factos são os seguintes:

A Infanta D. Brites, mãe de D. Manuel I, Duque de Beja deixou algumas das suas propriedades as freiras do Convento de Nossa Senhora da Conceição daquela cidade alentejana, entre elas o rendimento da Igreja Matriz da Vila de Belas, e as terras onde surgiu a Aldeia objecto deste apontamento. Sempre que era referido primeiro o casal e depois a aldeia, era costume dizer: "é das de Beja", significando que pertencia as monjas do citado convento. Com o andar do tempo ficou A-da-beja, que diga-se de passagem deve ser único em Portugal. 

 

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