O aqueduto das Aguas Livres,emblemática obra de engenharia , mandada construir pelo Magnânimo rei D.João V de Portugal, o qual gastou os recursos do erario publico, até a exaustão,de tal sorte, quando faleceu seria necessário contrair emprestimo para lhe fazerem as exéquias.
O aqueduto capta as principais nascentes no território hoje Município de Sintra sendo a principal no Olival do Santíssimo;foi preciso encontrar mais agua ao longo do percurso, para garantir um caudal suficiente para mitigar a sede aos lisboetas,já que no século XVIII, para lavar as ruas da cidade imundas e fétidas, com suínos a solta pelas calçadas,não havia agua suficiente.
Para o efeito foram construidos aquedutos secundários tributários do principal; um deles é o da Mata, denominado assim porque tem origem no sitio da Mata, junto da ribeira de Vale de Lobos, pouco adiante da localidade do Telhal.
Para reforçar caudal de agua aduzido,foram feitas captações por meio de poços no aquífero subterraneo, o primeiro dos quais da Chamuscada, continua, actualmente, ser utilizado.O segundo era o do Grajal junto da aldeia Venda Seca.
O aqueduto da Mata, entronca com ramo principal ,vindo da banda das terras de Dona Maria, no casal do Pelão, perto da quinta das Aguas Livres.O traçado desta obra é quase totalmente enterrado, no entanto junto a quinta do Molhapão é visível pequena parte da arcaria.
Na antiga Feira das Mercês a mais concorrida da região de Lisboa, depois supressão da romaria do Senhor da Serra, em Belas.
No terreiro da Tapada da Marquesa,a carne de porco a moda das Mercês, servida em caçoilos de barro, as deliciosas peras pardas cozidas, eram dos "petiscos" mais consumidos, pelos milhares de pessoas ali acorriam "feirando ".
No sitio onde hoje está Parque Urbano da Rinchoa, velhinha pereira, pouco cuidada e apresentando,muitos ramos secos cobertos de musgo, ainda produz com algum vigor frutos, regalam a vista a medida vão amadurecendo,demonstram ser da variedade cor castanha ou parda, como antanho se dizia.
Deveriam ser assim, antigamente, a maioria das pereiras da terra das peras : a Rinchoa
Cumprem-se 50 anos,da data um grupo empresarial, adquiriu grande propriedade a Quinta do Grajal, onde pretendiam edificar fábrica de cervejas.
De facto,lideradas pelo Conde de Caria,conjunto de empresas, de bebidas, vidreiras , e importante cervejeira espanhola,associaram-se para instalar no concelho de Sintra,uma das maiores fábricas do ramo em Portugal ,
O projecto foi elaborado em Madrid; durou cerca 13 meses construção; a 2 de Agosto de 1972, iniciaram distribuição de cerveja em garrafa, e 20 Novembro ,em barril.
No fim de 1972, trabalhavam na Venda Seca, 394, empregados efectivos e 25 eventuais total de 419, pessoas, maioritariamente residentes nos arredores .
A nova cerveja de muito boa qualidade e excelente sabor,foi bem aceite pelos consumidores.
No período seguir a 25 de Abril de 1974 seria nacionalizada e integrada no grupo cervejeiro; com sede em Vialonga, concelho de Vila Franca de Xira.
Na quinta da Fonte do Cedro, junto da fabrica, laborou produtora de refrigerantes de óptima qualidade; cuja laranjada apreciava muito .
Antes do encerramento, na Venda Seca, existiu delegação da Casa do Pessoal da empresa que absorveu a unidade sintrense.
Memoria da fábrica , ainda hoje paragem de autocarros, na estrada perto da antiga entrada se denomina " CERGAL".
Ontem, vestuário , maquinas de escrever, cervejas, metalomecânica,química,e hoje em muitos outros sectores;concelho de Sintra,continua sendo dos mais industrializados do País.
Quem acintosamente, realçava carácter " dormitório " fazia pretendendo, esvaziar Sintra da sua maior riqueza, as pessoas, moro cá há 47 anos, gosto cada vez mais.
Vai uma cergal ? Em qualquer supermercado ou loja de bebidas de Sintra podem encontrar; bem vistas as coisas, nasceu aqui.
Na anarquia "produtiva" do meu arquivo encontrei, inserida no Jornal de Sintra nº891 datado de 18 Fevereiro 1951 curioso apontamento:
Nesta data a localidade do Cacém, fazia parte da freguesia de Rio de Mouro e a de Agualva, da freguesia de Belas.
A freguesia de Agualva-Cacém seria instituída pelo decreto - Lei nº 39210 de 15 Maio 1953. A análise da estatística é interessante porque permite aquilatar as mudanças verificadas na actividade da prestimosa instituição, ao longo de setenta anos,
No centro geográfico do território do Município de Sintra,na localidade da Tala, pertencente a antiga freguesia de Belas,mas perto da Agualva, Algueirão , Rinchoa e Mercês,encontramos aprazível local para degustar uma especialidade : cozido a portuguesa.
Há por esse Portugal muitos sítios " famosos" porque lá também é possível apreciar aquela prato tradicional da nossa culinária.Conheço alguns, posso afirmar sem receio de desmentido, os que associam a receita a um "canal " , esqueçam , na Tala , é mais do que isso é um ..." rio ".
Servido em doses " pantagruélicas " , carnes e enchidos numa travessa , vegetais arroz feijão, em outra, o pitéu atinge perfeição " estrelar ".
Agora mais acessível pela A16, ali afluem apreciadores de todo País, aos fins de semana as três centenas de lugares enchem mais de uma vez.
Quem duvidar deve provar. Na Tala , Município de Sintra é servido o melhor cozido a portuguesa de todo Portugal e sua diáspora.Pela minha " riquinha " saúde !
Incêndio perigoso devorou ontem 9 de Outubro , neste árido e demasiado ensolarado 2019, durante algumas horas, vegetação de um sitio emblemático e ambientalmente notável da Área Metropolitana de Lisboa : a Serra da Carregueira.
O fumo visível a grande distancia, deixava antever acontecimento de possível gravidade. Vento forte ausência de humidade,fizeram a prontidão dos bombeiros fosse ainda maior.Mesmo assim densa fumarada, e proximidade de casas de habitação, originaram intoxicações ligeiras em alguns " soldados da paz ", pessoa vitima de enfarte , talvez com susto, teve de ser conduzida ao hospital.
Precaução justificada pela violência das chamas, originou a saída de cerca meia centena de pessoas de suas casas.Localizado perto da capital, não admira as estações televisivas, enviassem meios reportagem.
A televisão SIC,no jornal da noite , anunciava pela voz de um enviado, devido ao incêndio teriam sido evacuadas , pessoas da freguesia da Venda Seca ( sic ).autarquia não existe nem nunca existiu. Venda Seca é localidade da freguesia sim de Belas.
Nem queria acreditar , ouvi mesmo ; demonstração de desconhecimento do que é actualmente o concelho de Sintra.
Os modos de comunicação não tem informação fidedigna , acerca do nosso Município,nada sabem das requalificações urbanísticas em curso e projectadas, ciclovias,escolas de excelência, centros de saúde modernos feitos de raiz, hospitais privados e o público em execução, lojas do cidadão ,parques urbanos, fico por aqui para não ser exaustivo.
Talvez seja necessário Câmara Municipal, não só realizar as obras , mas também informar os " media " do que se faz.Porque se disser o que conheço e disfruto diariamente, como por exemplo do parque urbano da ribeira das enguias, vão dizer não pode ser , " nunca ouvi falar na televisão " ; como demonstrei na TV, passam acerca do Município Sintrense, normalmente; noticias " emitidas da freguesia da Venda Seca ", que fica nenhures.
Amiúde surgem iniciativas para encontrar no "terrunho" pátrio maravilhas disto e daquilo, agora decorre para "encher" tempo estival de antena de estação televisiva, uma destinada a divulgar especialidades ditas "doces" em cada distrito que pelos visto não foram ainda extintos como já deveriam ter sido, acompanhando os "defuntos" governos civis. Na Grande Lisboa, além das propaladas "gulosices" pastelares, há alguns doces pouco referidos, no entanto, dignos de figurarem na galeria dos maravilhosos doces de Portugal.
Refiro-me a uma pérola do universo "docelar" , antigo e muito delicioso de seu nome "Fofo de Belas", esse mesmo, orgulho da antiga e nobre vila de Belas, no Município de Sintra. Sou apreciador da iguaria, fabricada segundo bem guardada receita, desde 1850 tempo em que ainda existia o concelho "Belanense".
Acompanhado com cálice de vinho moscatel o "fofo" assume ainda sabor mais requintado. Continuem pesquisar e elaborar a lista de doces maravilha, este doce Sintrense, não deixará lugar cimeiro onde se encontra, assumindo sem qualquer contestação cognome: "Fofo de Belas, Marquês de Todos os Bolos da Casa Lusitana".
A freguesia de Rio de Mouro, berço ao longo dos séculos de individualidades, durante a vida alcançaram que posições de relevo mas que infelizmente, hoje estão quase esquecidas. Honrar a memória e resgatar do esquecimento esses conterrâneos é dever de cidadania que exerço com empenho.Tive ensejo de evocar este Sintrense, na sessão solene comemorativa da elevação Rio de Mouro a vila, realizada ontem.
No lugar do Papel, hoje integrado na freguesia de Agualva Cacém, Mira Sintra e São Marcos, nasceu a 26 Dezembro de 1903: Francisco José Carrasqueiro Cambournac filho de D. Maria Carlota Canas Carrasqueiro, senhora de família importante da Vila de Belas e de Pedro Roque Cambournac, proprietário administrador da Tinturaria Cambournac, natural da quinta do Papel, freguesia de Nossa senhora de Belém em Rio de Mouro. Pode dizer-se que Francisco Cambournac era um "saloio de gema".
Licenciado em Medicina pela faculdade de Medicina de Lisboa, pós-graduado em medicina tropical, em instituições universitárias de Hamburgo, Londres e Roma.
Regressando a Portugal,seria nomeado professor do Instituto de Medicina Tropical de Lisboa, mais tarde no período 1964 a 1973, director daquele mesmo instituto.
Ao longo da vida profissional, teve papel relevante na erradicação do paludismo em Portugal, dirigiu o Posto de Malariologia de Águas de Moura, concelho de Palmela, e idêntico estabelecimento em Benavente. Pela sua competência e saber ficámos a dever a extinção do flagelo da sezões, na zona dos arrozais do Vales do Sado e Sorraia. Publicou cerca de duas centenas de trabalhos científicos, versando a temática da epidemiologia.
A profícua acção do Doutor Francisco Cambournac, permitiu acabar o paludismo em Cabo Verde, antes da independência, tendo desempenhado papel destacado semelhantes trabalhos em Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau. Neste ultimo país, depois de 1974 a pedido do Governo, dirigiu programa de combate a malária tendo idade 80 anos..
Nomeado em 1964 director Regional para África da Organização Mundial de Saúde (OMS) com os votos favoráveis de representantes na ONU dos movimentos de libertação das antigas colónias, portuguesas, que teria desagrado ao Professor Salazar. Só não existiu retaliação devido ao elevado prestigio Professor Cambournac gozava mundialmente. No entanto acerca da sua actividade edificaram uma "muralha de silencio", perduraria até a morte em Lisboa no dia 8 de Junho de 1994.
Aldeia rua bordejando a estrada nacional classificada EN 250,situada meio caminho, entre campo militar da Serra da Carregueira, e Idanha, união de freguesias Queluz - Belas, no concelho de Sintra, topónimo,suscitou minha curiosidade, finalmente encontrei significado.
Na aldeia existem diversos mananciais de água,não há memória, alguma vez haverem secado,portanto ,não deriva da falta do precioso liquido o nome da terra. Qual será a solução?
Localização do aglomerado,desde tempos remotos, propícia ao exercício do negócio de "atravessar".Essa actividade,legal no antigo regime , consistia intervir em negócios de géneros alimentícios ou outras mercadorias para que rareassem nos mercados de destino,originando subida de preços, um açambarcamento destinado a provocar "secura" de produtos para venda, dava lucros chorudos, possibilitava, também, distribuir clandestinamente produto do atravessamento.Este negócio, exigia do negociante capital próprio,de certa monta.Sabemos ainda hoje restam vestígios de opulentas quintas propriedade de gente endinheirada.
Assim, Venda Seca,significa estabelecimento para cortar, fazer "secante " ao passo dos almocreves, comprando a mercadoria transportada, depois revende-la aumentando significativamente o preço.Notemos não muito distante da Venda Seca, ficava importante feira de Agualva.
A actividade de atravessamento foi duradoura,certas ocasiões, ainda ouvimos a expressão :"ninguém se atravessou, e não vendi"....
O concelho de Sintra, para além da vila sede do concelho, e Queluz, possui vasto património de grande valor, que merece ser conhecido e visitado.
O aqueduto das águas livres conduzia desde o século XVII água para abastecer Lisboa, o caudal do liquido elemento provinha de vários mananciais que brotam no território sintrense. Exemplo das "fontes" da quinta do Molhapão na Tala junto a Meleças, freguesia de Belas. O encanamento desta nascente, observável junto ao bairro de Mira Sintra e Quartel da Serra da Carregueira, poucos reparam porque não tem qualquer placa informativa, encontra-se praticamente abandonado no meio de hortas urbanas "clandestinas" e rodeado em vários locais de mato, silvas, e canaviais.
O troço do monumento na chamada zona da "agua livre", que deu nome ao aqueduto situado entre Olival do Santíssimo, Dona Maria na freguesia de Almargem do Bispo, ao longo da estrada nacional 250 até cruzamento com estrada das aguas livres ou de Carenque, está igualmente desaproveitado. A construção nesta zona tem diversos motivos de interesse, não existe qualquer informação que elucide quem passa e se detenha, admirar a "obra".
Se fosse construido um passadiço de madeira ao longo do aqueduto estaria acessivel para visitas de turistas e residentes, seria novo motivo de atracção de Sintra, para além de Sintra. Poderia ser rota "DA ORIGEM DAS " AGUAS LIVRES" DO AQUEDUTO DE LISBOA".