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Tudo de novo a Ocidente

Património: obra premiada esquecida

Um prémio de arquitectura demonstra apreço relativamente à obra premiada e ao seu autor, distinguir algo e alguém, significa a sociedade civil assumir compromisso no sentido de preservar o património galardoado.

Esta reflexão vem a propósito da unidade industrial destinada ao fabrico de artigos de plástico, existente na quinta grande de Meleças, freguesia de Rio de mouro concelho de Sintra distrito de Lisboa, Portugal.

Construção concluída em 1963, período  de expansão da economia nacional, resultante do eclodir da guerra nas colónias portuguesas de África e adesão de Portugal a Associação Europeia de Comércio Livre na designação inglesa (EFTA). O local onde se implantou a fábrica tem fácil acesso rodo  e ferroviário, inserido no eixo da linha do Oeste, estações de Agualva-Cacem Meleças Sabugo onde se estabeleceram várias fábricas,origem de polos industriais importantes,agora em declínio.

O arquitecto incumbido de projectar a fábrica de Meleças foi Bartolomeu da Costa Cabral, autor de relevantes realizações: edifício da Sociedade Portuguesa de Autores, Avenida Duque de Loulé, Lisboa, Polo 1 da universidade da beira interior Covilhã, Universidade do Minho- núcleo de Guimarães, Estação da Quinta das Conchas do metropolitano de Lisboa, Bloco de prédios das "Águas Livres" em Lisboa de parceria com Teotónio Pereira. No Município de Sintra são também de sua autoria: Edifício da agencia da caixa geral de depósitos na vila, faculdade de engenharia da universidade católica, "campus" de rio de mouro, plano de recuperação bairro do pego longo. Pequena resenha do labor de Bartolomeu Costa Cabral, nascido em 1929 felizmente, continua a exercer a sua paixão pela arquitectura.

O projecto no equilíbrio do seu traçado e  modernidade da  concepção, exemplifica que um estabelecimento fabril  mesmo, implantado num descampado, pode transformar-se num motivo para uma visita,porque a as obras  de arte são fonte de encantamento.

Na III exposição de artes plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian1986, Bartolomeu da Costa Cabral por este projecto recebeu o prémio Raul Lino.

O edifício continua a desempenhar a função económica original, o aspecto denota algum abandono por falta de conservação. Seria possível a Câmara de Sintra em dialogo com os proprietários, ouvindo  o arquitecto Costa Cabral, recuperar o imóvel considera-lo de interesse concelhio, a exemplo do que fez a Câmara de Lisboa com o bloco "aguas livres"? Costa Cabral merece, os sintrenses também...

Adeus Rua da Fábrica

A notícia apareceu,outra a adicionar a identicas de igual teor.Anuncia-se uma restruturação,efemismo de possível encerramento,relativos a fábrica de transformadores,existente há muitas décadas no Sabugo,freguesia de Almargem do Bispo ,concelho de Sintra.Duzentos postos de trabalho  em risco.Unidade fabril, do parque industrial do Sabugo,no qual laboravam diversas fábricas que foram fechando. Unidades destinadas a fabrico de fogões esquentadores,fundição,metalúrgicas,etc.Os operários afluiam diariamente, movimentando a estação de caminhos de ferro da aldeia.Os estabelecimentos fabris escolheram localizar-se onde fosse possível encontrar mão de obra barata e "dócil", porque muitos eram também agricultores a tempo parcial.Auferindo salários razoáveis,apareceu uma "aristocracia operária",com certo nível de conforto ,permitindo  proporcionar aos descendentes acesso instrucção diferente dos progenitores.As fábricas entraram no imaginario das povoações. Sucederam-lhe os filhos, depois alguns netos ,a fábrica  tinha vindo para ficar , justificava-se "eternizá-la",na toponímia.

As autarquias receptivas á vontade popular delibraram atribuir,á via de acesso ao local de trabalho,RUA DA FÁBRICA.

Com  o desaparecimento daquela o nome terá pouco significado.O fomento industrial do salazarismo irrompeu  nestas terras do oeste português ,na sequência da  adesão de Portugal em 1959 á Associação Europeia de Comércio Livre,EFTA, na designação inglesa.As particularidades referidas e  mercado protegido foram  "chamariz" que atraíu a Portugal, numero considerável de empresas,a maioria  já abandonou o País.No entanto venceu a ideia  dum movimento irreversível,as pessoas acreditaram.Não passava de quimera  Portugal rural,anafabeto obediente ao "chefe", evoluiu conforme esperado. Ouvimos  de novo "loas " ao trabalho agrícola e  virtudes da vida no campo.Para  bem e para  mal este é  tempo das cidades,da cultura urbana. Falta "demolir" as paredes que o Estado Novo ergeu. Entre  tradição e modernidade a agonia de Portugal continua.Adeus Rua da fábrica.Terminou o teu tempo?...

 

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