A Área Metropolitana de Lisboa,em muitos dos seus aglomerados urbanos, possui património que não é conhecido, e por isso mesmo, deve ser divulgado.
No Concelho de Sintra, a Rinchoa, que é "bombo" da festa de muitos "analistas" que por falta de humildade, falam do que não sabem. Não fazem ideia de que muito do que apontam como sendo sítios descaracterizados sem alma nem história; têm afinal um património interessante e valioso.como é ocaso da NOSSA TERRA.
Na Rinchoa ao fundo da Avenida dos Carvalhos, limite da freguesia de Rio de Mouro com a de Belas, na confluência da "regueira" da Tala com a Ribeira da Jarda, existe uma secular, e interessante ponte de pedra que servia de passagem entre os concelhos de Sintra e Belas.
A Rinchoa foi durante séculos um cruzamento de caminhos, característica que se mantém ainda hoje.
Esta ponte que é sem dúvida, medieval, está ao abandono, felizmente encontra-se em bom estado de conservação, merece que seja limpa das ervas e silvas que a rodeiam e assinalada como património de interesse público.
Aqui, no coração do concelho de Sintra, é possível observar uma vestuta ponte, com pormenores construtivos, já difíceis de encontrar em monumentos do mesmo tipo noutros locais de Portugal.
Esta ponte,por incúria serve de suporte a uns inestéticos canos ,e cabos de plástico que devem ser retirados, para que possa ser admirada na pureza das suas linhas originais.Agora (2015), os tubos já foram retirados.Afinal alguém lê os nossos textos
A ponte da Rinchoa para a Tala, deve ser classificada como imóvel de interesse público, para que todos a conheçam e admirem. É uma estrutura que durante muitos anos, permitiu aos moradores, almocreves e viajantes, atravessar a Ribeira da Jarda, para se dirigirem ao Recoveiro e Meleças. Mas isso será tema para próximo encontro.
Por hoje fiquemos com esta bela e antiga obra de cantaria, património da Rinchoa.
Quem apressadamente circula na radial de Sintra, vulgo IC19, e futura Avenida do Ocidente, nem repara quando passa sobre a Ribeira do Jamor, porque contrariamente ao que se verifica em todas as estradas do País, onde qualquer curso de água, seja um pequeno barranco ou caudaloso rio, tem "direito" a uma placa identificativa, aqui parece que ninguém se preocupa com isso! Já é tempo de suprir esta falta, daqui lançamos um apelo a Câmara Municipal de Sintra e à concessionária da estrada que coloquem informação com o nome do curso de água.
Por falar em nome, a ribeira teve vários ,segundo um texto manuscrito do século XVIII: "tem o seu nascimento no lugar do SUIMO e águas livres (...), no sítio onde nasce, e pela Freguesia da Misericórdia da vila de Belas por onde corre tem o nome de ribeira de Belas, e passando pelo lugar de Queluz, toma o nome de ribeira de Queluz,passando pelo lugar de Valejas, toma o nome de ribeira de Valejas, entrando na Freguesia de S.Romão de Carnaxide, tem o nome de ribeira do Jamor e com ele se acaba na sua foz, morrendo no Tejo no sítio chamado da Cruz Quebrada."
Esta descrição, não concide com a designação dada na Planta das Minas e Encamentos de Água do Almoxarifado de Queluz de 1901, nesse documento ao trecho da ribeira, desde a proximidade do cruzamento das actuais Av.Miguel Bombarda com a rua da Bica da Costa até entrar nos jardins do Palácio de Queluz, é atribuído o nome de Rio da Carvoeira,o terreno da margem direita, onde hoje está o Parque urbano de Queluz (Felício Loureiro), e as instalações da Guarda Nacional Republicana, denominava-se TERRA DA CARVOEIRA. O topónimo deve estar relacionado com o fabrico de carvão, para o qual se utilizou durante séculos a lenha dos sobreiros que cobriam o Monte Abraão e de restam pequenos bosquetes na estrada para Cemitério de Queluz. Não vimos noutros documentos referido este nome, pelo que Rio da Carvoeira é um nome perdido, que em tempos alguém atribuiu ao Jamor, o qual tendo um curso de pequena dimensão, foi pródigo em nomenclatura. É uma curiosidade interessante, para terminar voltamos a solicitar:
Por favor não esqueçam a placa, porque é necessária, para que o JAMOR não caia no olvido!
A Cidade de Sintra alberga no seu território diversos motivos de interesse para além dos conhecidos monumentos e outras particularidades que são do senso comum. Mas aquilo efectivamente distingue o Município Sintrense: O seu potencial humano e as singularidades ainda pouco conhecidas, disseminadas pela geografia concelhia.
Uma delas é o vale da Ribeira da Cabrela. Quem desça das alturas do planalto do Casal Sequeiro vindo de Montelavar ou da Cabrela se vier da Terrugem avista um profundo e encaixado vale no centro do qual corre a Ribeira da Cabrela. Este curso de água nasce do manancial do Algueirão junto à Granja do Marquês e vai desaguar na Ribeira de Cheleiros.
Parece impossível existir no coração duma Grande Área Metropolitana um recanto tão bucólico e aprazível como este.
As margens da Ribeira estão cobertas com choupos carvalhos e outras arvores que dão um enquadramento magnifico, como o terreno é plano permite passear tranquilamente escutando o murmúrio das águas. No Inverno e Primavera a Ribeira leva um caudal significativo o que dá ao quadro ainda mais grandeza.
Em tempos chegou a falar-se na possibilidade de construir uma barragem com fins de recreio e abastecimento de águas. O dique serviria para ligar a Terrugem a Montelavar .
Infelizmente o projecto não se concretizou.
Hoje em dia é possível encontrar peixes nas cristalinas águas deste tesouro que dá pelo nome de Ribeira da Cabrela, mais um dos encantos da NOSSA SINTRA.