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Tudo de novo a Ocidente

PASSARINHOS FRITOS

Voltamos de vez em quando,ouvir  lenga lenga,laudatória a hipotética, superioridade moral e ética, do regime Salazarista que durante décadas dominou como quis Portugal.

A propósito de transparecia, cumprimento das lei, ausência de corrupção,deixo exemplo entre muitos de como no Estado Novo, funcionava.

Na década de sessenta, concretamente 1962,ainda com Oliveira Salazar,ao leme da ditadura,em Lisboa e arredores, também por todo Pais, piteu gastronómico consistia no enunciado, titulo deste apontamento.

A lei proibia caça e  venda das avezinhas,no entanto, o comércio e consumo faziam-se a vista de toda a gente, sendo  frequente nas  inúmeras "tascas" que serviam tal comida, encontrar agentes da autoridade fardados,

Era assim naquele tempo; aqueles hoje clamam por mais transparência menos corrupção e respeito da lei, apresentando exemplo do Salazarismo, é por nunca comeram " passarinhos fritos ".

Para terminar,recordo, na região saloia,eram muitos locais convidando apreciar a iguaria,  alguns verdadeiros centros de romaria dos apreciadores...

passaryy.png

A ÉPOCA EM QUE TUDO ERA BOM

A ignorância é atrevida, não canso de repetir, é frequente deparar com tiradas demagógicas do género: "naquele tempo era bom", querendo realçar as  virtudes  da ditadura Salazarista, onde afinal tudo seria justo e perfeito.

Felizmente é fácil demonstrar a verdade dos factos, de então, e reafirmar apesar de todos os defeitos e insuficiências, Portugal apresenta actualmente níveis de desenvolvimento ímpares; se algo ainda falta, é a erradicação de resquícios de mentalidades, formatadas ao longo de décadas de obscurantismo, ausência de liberdade e Democracia.

No Jornal de Sintra nº 1528, de 30 Junho 1963, deparei-me com noticia relativa à localidade de Rio de Mouro, no Município Sintrense do seguinte teor:                                          

ariomuro2.jpg

Numa fase de vigor do regime ditatorial, Dr. Oliveira Salazar na frente do governo,  dirigindo pessoalmente a Guerra Colonial, Rio de Mouro localidade às portas de Lisboa, onde dia após dia chegavam cada vez mais moradores, muitos fugidos da miséria que então caracterizava o meio rural do nosso País. Fazendo fé na noticia apesar de tudo, conseguiu passar o "crivo" da censura, as carências eram de toda a índole, de tal modo "se intercedia junto das entidades competentes" para conseguir cabina telefónica, pública. Não foi há tanto tempo assim, ainda nem passaram 60 anos. Para os saudosistas do Estado Novo, nesse tempo tudo era bom...

SINTRA. COINCIDÊNCIAS

No  remoto ano de 1937  meios de informação difundiam  notícia : "  Sintra esteve em festa mais uma vez. A Câmara Municipal, inaugurou o seu Parque Municipal, propriedade antiga que pertenceu aos condes de Valença ".

O acto estava programado para se revestir de pompa, incluindo almoço de gala no salão nobre do Palácio Valenças, onde actualmente reúne Assembleia Municipal.ao repasto deveria presidir o  Presidente da Republica General Óscar Fragoso Carmona ; escrevi deveria porque não aconteceu, culpa de acontecimento inesperado, e que marcou esse dia 4 de Julho.

Com efeito, quando o automóvel que transportava Dr.Oliveira Salazar,parou pelas 10 horas e 20 minutos, junto do prédio nº 96 da avenida Barbosa do Bocage em Lisboa,residência do Dr.José Torcato,em cuja capela Salazar, todos os domingos assistia a missa, no momento que o Chefe do Governo pisava  passeio ouviu-se grande explosão, fez ir pelos ares a placa central da avenida e  estilhaçar vidraças das habitações das redondezas.Salazar saiu ileso, os autores do atentado, erraram  cálculos.

A ocorrência suscitou  consternação no País.Em Sintra como Presidente Carmona tardava individualidades presentes, decidiram almoçar, sem a sua presença .

No entanto, pelas 15 horas Carmona , chegou, justificando  atraso, pela visita a Oliveira Salazar para se inteirar do seu estado.Inaugurou oficialmente o parque dando  pequeno passeio no interior, felicitou o presidente da Câmara Dr. Álvaro Vasconcelos pelo melhoramento , nas suas palavras, muito valorizava a Vila. 

 Estava decidido se denominaria Parque Municipal de Sintra,no entanto  atentado premeditado contra Salazar, levou Sintrenses mais acérrimos defensores do Estado Novo, iniciativa do Dr. Augusto Mantero,alvitrar que o parque fosse PARQUE SALAZAR.  foi até  1º de Maio 1974, nesse dia multidão de cidadãos, deliberou, deveria ser PARQUE DA LIBERDADE; asim está, até hoje.

Cumpri  dever de serviço publico deste blogue ; quase ninguém sabia  coincidência da inauguração e do atentado. 

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O HOSPITAL AMADORA - SINTRA, NÃO EXISTE

O hospital  serve os municípios de Sintra e Amadora, construído como corolário do projecto do Hospital Ocidental de Lisboa, cuja implantação deveria ser nos terrenos do Parque Florestal de Monsanto e chegou a ser adjudicado  pouco tempo antes da Revolução de 25 de Abril de 1974, na sequência das alterações sociais e políticas que se seguiram, o processo parou. Retomado mais tarde, foi construído no local onde hoje está em terrenos pertencentes ao Estado Português.

A unidade hospitalar vulgarmente designada por incúria ou preconceito, hospital Amadora-Sintra, contrariamente a hospitais semelhantes, por exemplo Garcia de Orta nunca ouvimos referir por "hospital Almada-Seixal". Acintoso hábito, talvez, com  intenção de lançar  labéu de descriminação injustificada da região servida pela unidade  hospitar,  também porque aqueles que se autoproclamam "comissão disto e daquilo ", desejam que  desconforto e animosidade perante o "anonimato ", conduzam as populações a  sentimento de rebeldia conducente a garantir voto de protesto em actos eleitorais.

No presente caso omitir o nome do patrono do hospital, é acto de incultura e ingratidão porque a homenagem que se pretendeu perpetuar é merecida.

O professor Doutor Fernando da Conceição Fonseca, ilustre médico, catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa, cidade onde nasceu em 1895, e igualmente faleceu em Julho de 1974.

Investigador de renome mundial na área da bacteriologia e controle do colesterol.Participou na primeira guerra mundial, integrado no serviço de saúde militar. Depois do conflito concluiu doutoramento em medicina na Universidade de Berlim. Durante a segunda guerra mundial (1939-1945), aprofunda os seus estudos e  nomeado através de concurso público, docente na Universidade de Lisboa. Por essa altura, conheceu o Senhor Calouste Gulbenkian aquele magnata chegou a Portugal gravemente doente, o Professor Fonseca, chamado para observar curou a enfermidade.Este facto proporcionou desenvolvimento de grande amizade entre ambos.Em 1947, participou numa reunião do MUD, movimento de unidade democrática de oposição á ditadura Salazarista. Nessa ocasião proferiu  violento discurso onde denunciou  estado de atraso lamentável do serviço de saúde em Portugal.Claro foi demitido da função pública, impedido da docência universitária. O seu amigo Professor Gentil Martins, salazarista convicto, conhecedor da competência científica de Fernando da Fonseca, mandou instalar no IPO de Lisboa  laboratório onde aquele pudesse continuar as investigações, e informou Salazar da decisão. O ditador, dedicava grande admiração ao Professor Gentil teve de se resignar. Mais tarde não quis  ser readmitido no serviço do Estado.

Terminada a segunda guerra mundial o senhor Gulbenkian pensou partir para os Estados Unidos da América, todavia somente iria se o Professor Fernando Fonseca o acompanhasse. O médico recusou  convite, o milionário decidiu ficar em Portugal até ao fim, porque só confiava a saúde aquele clínico. Calouste Gulbenkian resolveu criar a fundação que tem  seu nome, pediu a colaboração do Professor este, apresentou-lhe o advogado, Azeredo Perdigão a quem o milionário encarregou de redigir os estatutos da instituição.

O Professor Fernando Fonseca por vontade do patrono da instituição,foi nomeado administrador vitalício A existência da Fundação Gulbenkian,ficou a dever-se em grande medida,ao sábio e competente médico, porque se tivesse aceite a proposta de acompanhar Gulbenkian não teríamos a fundação que tantos e tão relevantes serviços tem prestado a Portugal e aos Portugueses.

 É de elementar justiça, citar sempre o hospital pelo nome do seu patrono, para que a memória de quem honrou a ciência  Pátria e a democracia se não perca. Viva o HOSPITAL FERNANDO FONSECA, abaixo o "Amadora-Sintra"..PIM: 

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UM FERRADOR QUE TRATAVA DA SAÚDE EM SINTRA NO SÉCULO XIX

Face aos problemas relacionados com os cuidados de saúde, que são devidos á população, e que de amiúde são motivo de justas reclamações, tanto pela insuficiência das instalações para o atendimento, quer por falta de pessoal médico de enfermagem, e administrativo. Poucos farão uma pequena ideia de como seria prestada a assistencia sanitária aos habitantes de Cintra - como então se escrevia,nos anos 80 do século XIX, e  por isso iremos contar sem qualquer comentário o seguinte: Quer Sua Magestade que o governador civil estranhe ao administrador do concelho (de Cintra), a indiferença com que ele tem olhado para o facto de se  achar um simples ferrador tratando doentes, e exercendo a profissão médica, facto que sendo um crime punido pelo artigo 236º & 2º do codigo penal, ele tinha duplicada obrigação de reprimir, ou como autoridade de polícia, ou como sub-delegado do conselho de saúde, e que lhe ordene levante logo os autos de investigação necessários sobre os actos criminosos daquele individuo, aos quais  se alude no relatório do comissario do conselho de saude, e os remeta ao ministério público,para instaurar o comptente pocesso criminal. E da execução desta portaria dará o governador civil oportunamente conta.

 

Paço,em 18 de Fevereiro de 1868--Duque de Loulé

 

Apesar de tudo o povo nem sempre quer saber dos avisos e recomendações e continua a proceder como se não houvesse problema algum quando é avisado. Curiosamente existe uma artéria a RUA DO FERRADOR, na zona de Albarraque Freguesia de Rio de Mouro. Terá alguma relação com a determinação legal enunciada? Não sabemos;pode ser uma homenagem ao "falso médico"e não é caso para estranhar. Atente-se no que escreveu ( António Ferro-1933), em entrevista que lhe concedeu o Professor Oliveira Salazar, o qual afirmou "Basta ver as reacções do nosso povo. diante dos grandes crimes (...) o primeiro movimento é de violência de rancor, quase ódio  contra o criminoso, mas depois do julgamento quando há condenação aparece logo um movimento de compaixão, coitado ! Pobre homem! Bem basta o que já sofreu... A. Ferro perguntou ao Dr. Salazar: Mas isso não prova a bondade natural do nosso povo? resposta do ditador: "aquilo a que nós chamamos bondade natural não passa dum sentimentalismo doentio". Se calhar foi isso que deve ter "salvo" o ferrador, que tratava da saúde  em Sintra aos "animais" de toda a espécie  no ano da graça de 1868.

 

 * Rua do Ferrador em Albarraque

 

QUANDO "SALAZAR" ATERROU NA BASE AÉREA DA GRANJA DO MARQUÊS

A ocidente há sempre novidades, gostaríamos de partilhar uma delas com quem nos "visita".

No já distante dia 2 de Fevereiro de 1935, realizou-se no então denominado Aeródromo da  Granja do Marquês, aqui em Sintra, a cerimónia de recepção de uma nova unidade de avião destinada á Força Aérea da Armada. Por essa altura, na Europa, parecia que os ventos estavam de feição para as correntes politicas totalitárias e antidemocráticas, em Portugal os sentimentos germanófilos iam ganhando adeptos. Na Assembleia Nacional aprovou-se a lei contra as sociedades secretas visando sobretudo a maçonaria, que motivou um artigo de Fernando Pessoa insurgindo-se contra tal deliberação, publicado no Diário de Lisboa de 4 do mesmo mês. O Estado Novo "legitimado" pela Constituição Política de1933, assumia que acima de tudo se devia glorificar o seu líder. Até o Presidente da República General Carmona na sessão inaugural da Assembleia Nacional na sua mensagem afirmava"é de elementar justiça destacar a acção altamente patriótica e tão eminentemente notável, do Presidente do Conselho,António de Oliveira Salazar".

Como na ideologia do Estado Novo, a primazia devia ser dada à "existência de um Exército e de uma Armada valorizados pela posse de uma técnica perfeita e suficientemente providos de meios materiais".Dado o desafogo do Tesouro Público ter sido alcançado aqueles meios poderiam ser adquiridos, isso foi feito, assim na data referida um Sábado,poisou em Sintra uma aeronave para equipar as Forças Armadas. Os destinatários da mesma atribuíram-lhe, como homenagem "ao mago das finanças" o nome: Salazar.

E aqui fica desvendado o local onde o ditador primeiro "aterrou",há precisamente 75 anos.

 

 

Foto Propriedade do Arquivo Nacional Torre do Tombo
Título: O avião Salazar ao aterrar na Granja do Marquês, em Sintra. 

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