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Tudo de novo a Ocidente

VALIOSÍSSIMO TESTEMUNHO HISTÓRICO EM RISCO DESAPARECER

Na estrada Muro do Derrete, Rinchoa, freguesia de Rio de Mouro, Município de Sintra,paredes meias com o terreiro da Feira das Mercês,encontramos caminho da ruína, pequena vivenda, talvez construida, na década vinte do século passado. 

Na frontaria,ainda intacto, painel de azulejo,representando  carregamento de uvas, resultantes da faina das vindimas. Mais um testemunho da importância vinícola da região até começo da década 1950.

Toda encosta desde alto do " Belo Ar ",  Quinta do Alto, até antigo Casal dos Campos Velhos, pelo caminho de Entre Vinhas, era coberta de produtivos vinhedos.

O carro de bois, é do tipo " carro de bois saloio " como definiu Fernando Galhano no livro  "O CARRO DE BOIS EM PORTUGAL ", datado de 1973.

Uma das características, segundo Galhano, são " as  rodas, quase se  devem considerar cheias, porque  têm dois pequenos orifícios, chamados, "ventas das rodas" sem qualquer utilidade funcional". Podemos observar foto obtida na Terrugem, Sintra, finais 1940 essa particularidade.

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Indubitavelmente,trata-se de  carro usado localmente no tempo da edificação da casa, não qualquer, imaginação importada de outras terras.O pormenor construtivo da roda, idêntico,  tanto na foto como no azulejo.

Antes tudo desapareça lanço apelo salvemos o painel; testemunho inequívoco de importância histórica e etnográfica, nova prova da nossa afirmação acerca da antiga  relevancia vinícola desta região. Além do mais, uma peça de cerâmica bonita...  

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ACTIVIDADE DA CAMARA MUNICIPAL DE SINTRA NO TEMPO DE SUAS SENHORIAS

O Município de Sintra, segundo mais populoso do Pais, estende-se por um território de cerca 400 quilómetros quadrados de área. Tão amplo espaço , dificulta acção dos responsáveis autárquicos, no sentido de suprimir as carências, ainda deparam, e torna mais  problemático o quotidiano da pessoas.

Esta evidencia, não justifica tudo;executivos camarários no tempo da ditadura Salazarista, foram confiados amigos do regime, maioria dos casos sem competência  nem ideias de progresso para o concelho.

 Cerca 60 anos numa época em que  deveriam ser lançadas  bases dum ordenamento do território e programadas infra-estruturas, coincidentes com a categoria administrativa, de " município urbano de primeira classe ", executivo camarário,  edilidade liderada por gente importante,cheia de vaidade, vazia de propostas para desenvolvimento Municipal,fazia inaugurações, próprias de município do  interior profundo, e não de uma autarquia as portas da Capital do Império.

O pessoal empregado na câmara maioria impreparado, algumas vezes, recrutado por compadrio , e benevolência dos detentores do poder.

Muitos dos colaboradores, conheciam somente a vila, e pouco mais além disso. Aos pais sucediam filhos, assim " cantando e rindo ", os problemas existentes avolumavam-se; outros iam surgindo como caso do aglomerado de génese ilegal de Casal de Cambra,  maior " bairro clandestino da Europa ", medrou não com apoio declarado, mas com  complacência dos " senhores da terra",

A noticia do Jornal de Sintra é elucidativa, ajudando a compreender, como ainda actualmente , temos problemas,  já não subsistem noutro município da Grande Lisboa.

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NOSSA SENHORA DE NAZARÉ

O culto e devoção de Nossa Senhora de Nazaré, originário no Santuário da Nazaré, edificado na localidade do Sitio, cume da colina que coroa a vila piscatória.

 Santuário  onde afluíam  maior numero de peregrinos de todo Portugal, antes da construção do de Fátima, após as aparições da Virgem Nossa Senhora, na Cova da Iria em 1917.

 Lugar da mais arreigada dedicação Mariana de todo Oeste Peninsular, concretizada na manifestação de religiosidade popular, fervorosa imponente  e grandiosa, do  círio da " Prata Grande", no qual se integram  freguesias sintrenses de São João das Lampas, Terrugem e Montelavar.

No final de Maio, mês por excelência de culto Mariano.  Imagem peregrina de Nossa Senhora da Nazaré, aqui fica, com votos conceda  a todos, as graças pretendidas.

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IGREJA PAROQUIAL DE TERRUGEM - MARAVILHOSA E RECONDIDA

Antigamente, passeio de automóvel aos fim de semana, percorrendo estradas dos arredores de Lisboa, davam nome de  " volta dos tristes " nem sei porque, dado  os panoramas até serem alegres e deleitam a vista.

Deixemos isso ; vamos ao assunto, percorri largas dezenas de vezes  estrada que liga Sinta a Ericeira, trajecto também englobado na " volta ". Passava junto a igreja da povoação da Terrugem, nunca havia acedido ao interior; coisa que sinceramente desejava , concretizei no ultimo sábado.

A igreja Paroquial de São João Degolado, guarda tesouros belos e singulares, a nave do templo forrada de azulejos seiscentistas proporciona uma sensação de beleza fantástica logo que franqueamos a porta.

O bapistério;arco cruzeiro manuelino da capela-mor,imagens , cima de tudo maravilhosos e reluzentes azulejos,fazem esta igreja maravilhosa; sendo  pouco conhecida,  merece paragem na Terrugem e uma visita.

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ÁGUA DO VERÃO QUENTE

O denominado PREC (processo revolucionário em curso) popularmente apelidado de: "verão quente" decorreu no ano de 1975, período onde se cometeram alguns excessos, que fizeram perigar a essência do movimento dos capitães de 25 de Abril 1974.

No concelho de Sintra, a exemplo do que ocorreu por todo País, grupos de cidadãos, organizados primeiro de forma espontânea e genuína depois, "tutelados" pelos partidos políticos emergentes, dizia, tais "comissões ", meteram ombros a sem número de projectos, porque a ditadura salazarista, deixou um rol de carências, e se não tivesse  eclodido a Revolução de 1974, ainda hoje estariam por colmatar.

Abastecimento de água e saneamento, no Município de Sintra eram rudimentares, quase exíguos na área rural, a situação neste como outros aspectos apresentava problemas de toda a índole.

Moradores das aldeias e lugares, meteram ombros à "luta",  assim no lugar de Casais da Cabrela, na altura pertencente a freguesia de Terrugem, alguém teve ambição de erguer fontanário onde os moradores, pudessem obter água em condições. O abastecimento ao domicilio não havia, e algumas fontes onde encher o "cântaro" eram de chafurdo, perigosas para a saúde. O fontanário construido em mármore por experimentados canteiros, surgiu no largo dos Casais, sendo inaugurado em 1975, conforme  reza  inscrição na base da "bica".

O fontanário cumpriu a função de mitigar a sede durante muitos anos, actualmente porque todos dispõem de água no domicilio, está seco, para não quedarem dúvidas, os autarcas da actual união de freguesias São João das Lampas e Terrugem, lavaram daí as mãos, declinando qualquer responsabilidade no facto do fontanário estar remetido ao "papel " de airoso de monumento.

Caso para dizer: água que o verão quente fez brotar, a espuma dos dias fez secar... é a vida como diria o outro. 

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ALMORQUIM A TERRA DO " HOMEM SANTO "

Aldeia do concelho de Sintra, freguesia de Terrugem, edificada perto da antiga estrada carreteira de Sintra para Mafra, ostenta topónimo único. O significado deveras interessante consumiu algum do tempo que dedico ao estudo da toponímia na região arrabalde da cidade de Lisboa.

Antigamente o sitio densamente arborizado, com floresta de carvalhos e faias. Local propicio a meditação e busca dos sinais espirituais da mãe natureza.

Aqui residiu alguém "ALMO" vocábulo quer dizer: que alenta que alimenta, benigno, vivificante, puro, santo, ilustre, respeitado, venerável.

Confirmando que escrevi acerca de Alfaquiques, Almorquim seria morada de um clérigo moçarabe, clérigo na nomenclatura arábica há séculos, também se designava ALFAQUIM, deste modo surgiu ALMOFAQUIM, pela "fala" quotidiana originou ALMORQUIM ou seja onde habitava um "homem santo" no tempo que os muçulmanos dominaram a região, e depois no período da consolidação do poder dos cristãos vencedores.

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Um eucalipto monumental .

A exemplo do eucalipto que servia de tema a um texto inserido no livro de leituras, obrigatório para uso no ultimo ano do ensino primário ou elementar, no tempo da ditadura Salazarista, também conhecida por estado novo, poderíamos iniciar este apontamento. "Um velho eucalipto plantado à beira de uma estrada foi desassossegado", não por qualquer camponês que pretendesse abatê-lo, mas pelo nosso olhar, um dia reparámos nesta gigantesca árvore cresce na berma da estrada nacional nº 9, junto a ponte da ribeira da Cabrela sítio da Fervença no Município Português de Sintra, Área Metropolitana de Lisboa. Na circunscrição da união de freguesias de S. João das Lampas e Terrugem.

Quem circula na estrada por se tratar de troço rectilíneo, passa em velocidade, maioria nem dá pelo eucalipto. Terá cerca de sessenta anos, plantado na margem dum curso de água em terra fértil, cresceu até atingir o imponente fuste que podemos constatar na imagem.Tem cerca de quinze metros de altura, diâmetro do tronco superior a cinco metros.

Sentinela impávida do ruidoso tráfego que diariamente passa, talvez com esta "nota" mais pessoas olhem a árvore e quem sabe o vetusto eucalipto "sinta" que a sua presença é estimada.

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A Propósito do dia de São Sebastião

 Vinte de janeiro é o dia consagrado no calendário litúrgico ao mártir S.Sebastião,ao qual povo recorria pedindo protecção para fomes pestes e guerras.Em algumas terras de Portugal,ainda hoje se realizam cerimónias,onde em complemento das actividades relacionadas com a devoção  ,se distribuem "bodos" de pão ,ou fogaças,reminiscências do culto para afugentar a penúria alimentar.Neste dia nasceu D.Sebastião Rei de Portugal, por essa razão foi baptizado com o nome do mártir.

D.Sebastião cognominado o "Desejado", veio ao mundo já depois da morte de seu pai o príncipe D.João,o nascimento era ansiosamente aguardado para se garantir a sucessão dinástica.Foi grande devoto do Santo, mandou que na maioria das povoações do Reino se edificassem á saída daquelas ,ermidas em honra do seu patrono.

No concelho de Sintra existiam diversas,uma das quais na Terrugem junto á antiga estrada de Sintra para Mafra.Uma bela "orada" de estilo quinhentista,referência apropriada,para assinalarmos este dia.

 

A RIBEIRA DA CABRELA UM TESOURO DESCONHECIDO

A Cidade de Sintra alberga no seu território diversos motivos de interesse para além dos conhecidos monumentos e outras particularidades que são do senso comum. Mas aquilo efectivamente distingue o Município Sintrense: O seu potencial humano e as singularidades ainda pouco conhecidas, disseminadas pela geografia concelhia.

 

Uma delas é o vale da Ribeira da Cabrela. Quem desça das alturas do planalto do Casal Sequeiro vindo de Montelavar ou da Cabrela se vier da Terrugem avista um profundo e encaixado vale no centro do qual corre a Ribeira da Cabrela. Este curso de água nasce do manancial do Algueirão junto à Granja do Marquês e vai desaguar na Ribeira de Cheleiros.

 

Parece impossível existir no coração duma Grande Área Metropolitana um recanto tão bucólico e aprazível como este.

As margens da Ribeira estão cobertas com choupos carvalhos e outras arvores que dão um enquadramento magnifico, como o terreno é plano permite passear tranquilamente escutando o murmúrio das águas. No Inverno e Primavera a Ribeira leva um caudal significativo o que dá ao quadro ainda mais grandeza.

Em tempos chegou a falar-se na possibilidade de construir uma barragem com fins de recreio e abastecimento de águas. O dique serviria para ligar a Terrugem a Montelavar .

Infelizmente o projecto não se concretizou.

 

Hoje em dia é possível encontrar peixes nas cristalinas águas deste tesouro que dá pelo nome de Ribeira da Cabrela, mais um dos encantos da NOSSA SINTRA.

O CARVALHO DA MINA

O Concelho de Sintra contém no seu dilatado território inúmeros "tesouros" quase desconhecidos quer por ignorância quer por falta de informação. Iremos  descrever neste trabalho, um deles. Trata-se dum carvalho cujo tronco tem um perímetro de 2,80 metros e como cresce em plena natureza, deve ter mais de 200 anos.

É uma árvore frondosa cuja copa como foi deixada crescer livremente ocupa uma área de cerca de 20 metros em redor do tronco. Junto a este monumento vivo corre um pequeno regato de água  alimentado por uma nascente vinda duma mina daí as pessoas da zona apelidarem de CARVALHO DA MINA.

 

Juntamente com esta crescem na proximidade outras árvores cujo conjunto forma um pequeno bosque dando ao local um aspecto bucólico encantador.

Tudo isto resistiu ao passar do tempos apesar de estar no meio de terras de cultivo. Talvez a necessidade de aproveitamento da água da mina tenha "salvo" esta maravilha . 

 O Carvalho da Mina situa-se na freguesia de Almargem do Bispo 200 metros após a passagem de nível da Pedra Furada na direcção de Negrais, há uma casa esquerda de onde sai o caminho agricola que termina, junto ao carvalho.

O local tem todas as condições para ser uma agradável área de lazer  mas infelizmente é só erva  o acesso pedonal é fácil e permite uma visita. Por mim cumpri o dever de partilhar algo que deve ser apreciado por todos quantos amam a natureza.

Devo referir que tomei conhecimento da existência do Carvalho da Mina por informação do antigo Presidente da Junta de Freguesia da Terrugem Sr. Pechilga que me levou ao sitio na década de 1980. Desde essa data sou visitante assíduo e por isso tenho notado o cada vez mais visível estado de abandono desta árvore notável. Oxalá finalmente as coisas mudem...

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