AS ÁRVORES MONUMENTAIS DE SINTRA: A SOBREIRA DOS FETOS
As árvores são monumentos vivos e devem de ser considerados como tal.
Algumas árvores são importantes sob o ponto de vista histórico, cultural e estético, contribuindo assim para religar os habitantes aos sítios, e, sendo mais um elo para reforçar o sentimento de pertença das pessoas aos locais onde habitam ou que frequentam.
Plantadas junto aos caminhos, estradas e nas quintas as árvores referenciam memórias que doutro modo seriam esquecidas.
No concelho de Sintra existem inúmeras árvores notáveis pelo seu porte e longevidade, algumas já declaradas de interesse público e outras que o deveriam ser.
Conhecer este património é importante para que as pessoas ao passarem junto delas as olhem com atenção e sejam guardiães da sua preservação.
Iremos referir as árvores do concelho de Sintra consideradas de interesse publico.
Começaremos pelo sobreiro do Largo da Quinta do Relógio, na freguesia de S. Martinho mesmo em frente da Regaleira.
Segundo José Alfredo da Costa Azevedo, no seu livro “Velharias de Sintra I”, “este sobreiro é também conhecido, pela SOBREIRA DOS FETOS, porque está coberto de fetos que nascem, fruto da humidade da sua cortiça virgem”.
Na Quinta do Relógio, passou a “Lua de Mel”, a Rainha D. Amélia e o Rei D. Carlos, em 22 de Maio de 1888.
Ainda segundo José Alfredo, a Rainha D. Amélia costumava dizer “ vale mais a sobreira dos fetos que Cascais e Estoris junto”.
Este monumento “vivo” merece a atenção de toda, e, até uma visita de propósito. Facilmente identificável porque tem uma vedação de ferro, deveria contudo, ter uma placa informativa, em várias línguas, para chamar a curiosidade das pessoas.
A sobreira dos fetos, foi declarada árvore de interesse público, por despacho publicado no Diário da República II Série de 28 de Novembro de 1996. Tem uma idade aproximada de 350 anos, sendo por isso uma das mais antigas do concelho de Sintra.