O Concelho de Sintra contém no seu dilatado território inúmeros "tesouros" quase desconhecidos quer por ignorância quer por falta de informação. Iremos descrever neste trabalho, um deles. Trata-se dum carvalho cujo tronco tem um perímetro de 2,80 metros e como cresce em plena natureza, deve ter mais de 200 anos.
É uma árvore frondosa cuja copa como foi deixada crescer livremente ocupa uma área de cerca de 20 metros em redor do tronco. Junto a este monumento vivo corre um pequeno regato de água alimentado por uma nascente vinda duma mina daí as pessoas da zona apelidarem de CARVALHO DA MINA.
Juntamente com esta crescem na proximidade outras árvores cujo conjunto forma um pequeno bosque dando ao local um aspecto bucólico encantador.
Tudo isto resistiu ao passar do tempos apesar de estar no meio de terras de cultivo. Talvez a necessidade de aproveitamento da água da mina tenha "salvo" esta maravilha .
O Carvalho da Mina situa-se na freguesia de Almargem do Bispo 200 metros após a passagem de nível da Pedra Furada na direcção de Negrais, há uma casa esquerda de onde sai o caminho agricola que termina, junto ao carvalho.
O local tem todas as condições para ser uma agradável área de lazer mas infelizmente é só erva o acesso pedonal é fácil e permite uma visita. Por mim cumpri o dever de partilhar algo que deve ser apreciado por todos quantos amam a natureza.
Devo referir que tomei conhecimento da existência do Carvalho da Mina por informação do antigo Presidente da Junta de Freguesia da Terrugem Sr. Pechilga que me levou ao sitio na década de 1980. Desde essa data sou visitante assíduo e por isso tenho notado o cada vez mais visível estado de abandono desta árvore notável. Oxalá finalmente as coisas mudem...
O lugar da TALA situado nos limites das freguesias de Belas e Rio de Mouro no Concelho de Sintra cresceu como o vizinho povoado de Meleças sob tutela dos senhores da Quinta Grande que dominaram a região durante séculos. Aquela propriedade foi sendo dividida por sucessivas heranças restando algumas parcelas na posse de vários proprietários.
Hoje em dia, a TALA é conhecida como a terra onde existe um restaurante denominado: a Adega Tipica da Tala com capacidade para cerca de 300 pessoas e onde se pode comer o tradicional cozido à portuguesa considerado pelos apreciadores como um dos melhores de todo o País.
O nome de TALA deriva da circunstância de, desde sempre ter existido uma fonte cuja a água corria por uma bica de madeira a exemplo do que sucedia com as cales ou calhas que conduziam a água para as azenhas. Cale deriva do latim "TABULA" daí por alteração da pronuncia se ter chegado a TALA, de forma resumida TALA significa fonte com bica de tábua.
A fonte ainda hoje existe, não no lugar primitivo junto à estrada mas no interior da povoação com o nome de fonte de Stº. António. Outros motivos para além dos mencionados que justificam uma passagem pela TALA são: a calma do lugar e o freixo plantado na berma da estrada que tem o nome de Avenida Dr. António Nabais como homenagem ao fundador do colégio situado perto.
O freixo encontra-se junto a placa indicativa da localidade à esquerda vindo de Mira-Sintra. O que chama logo a atenção é seu avantajado tronco onde são visíveis os rebentos das pernadas cortadas em sucessivas podas. Mesmo assim é um espécime imponente e para cujo crescimento deve ter contribuído e muito a frescura do sítio, pois como é sabido, os freixos preferem solos húmidos.
O FREIXO DA TALA tem cerca de 100 anos e foi declarado de interesse público conforme despacho inserido do Diário da Republica II série nº285 de 12/12/2000
É uma árvore notável. Merece ser conhecida e divulgada e se no futuro alguns daqueles que forem à Tala, repararem nele, já valeu a pena...
Quando interinamente exerci as funções de Presidente da Câmara Municipal de Sintra o motorista da época o já falecido Sr. Morgado costumava dizer que da Piedade da Serra se pode avistar quase todo o território do Concelho de Sintra. De facto daquele sitio junto a Vale de lobos na freguesia de Almargem do Bispo o panorama é deslumbrante, a perder de vista. Levado pela curiosidade passei a frequentar o local, já ao tempo 1978, me chamou a atenção um imponente eucalipto que é a única árvore existente no largo fronteiro do templo, entre a Capela e o Cruzeiro.
A capela é do século XVIII, comemorando-se este ano o 250º aniversário da sua fundação.
Todos os anos a 24 de Agosto há uma concorrida romaria a Nossa Senhora da Piedade a quem os povos vizinhos têm grande devoção. Antigamente havia uma feira franca anual que durava três dias conforme consta da lápide colocada sobre a porta principal do santuário.
O eucalipto que hoje referimos está plantado na berma da estrada que indevidamente atravessa o adro, por onde passam veículos a grande velocidade sendo por isso um perigo para quem pretende observar a árvore, ou fruir a área de lazer. Não é difícil desviar a artéria para a orla do largo descrevendo uma curva. Esta medida possibilitaria que se pudesse admirar tranquilamente o eucalipto e colocaria o seu belo tronco ao abrigo de um qualquer carro que se despiste e seria um complemento as recentes obras efectuadas. Esta árvore centenária foi testemunha de muitos actos religiosos, a sombra da sua fondosa copa acolheu, por certo, muitos noivos e acompanhantes dos casamentos, que com ferquência, se celebram na Ermida.
O eucalipto pela sua situação e porte merece ser referenciado como espécime de interesse público. O que mais chama a atenção é o perimetro do caule que é de 3 metros.
Aqui, bem no coração do municipio sintrense, cresce um "monumento vivo" que deve ser conhecido e salvaguardado, porque é uma árvore notável e faz parte dum enquadramento pasagistico onde o sagrado e o profano se completam duma forma harmoniosa...