A vegetação é um elemento frequente no nome dado as povoações porque os seus habitantes iniciais por certo eram influenciados pela presença da flora mais abundante. São conhecidos topónimos como: CARVALHAL, ABRUNHEIRA, RINCHOA, SOBREIRA, AMOREIRA,SOBRAL, PINHEIRO, NOGUEIRA, FIGUEIRÓ, VINHAIS e muitos outros facilmente relacionáveis com a flora.
No território da Cidade de Sintra, encontramos também exemplos disso, iremos referir dois...
Na estrada para a Ericeira, depois de Odrinhas, fica a povoação de ALVARINHOS, quem hojeobservar a paisagem circundante, para além da beleza e dos amplos horizontes, onde se vislumbra o Convento de Mafra e Oceano, não encontra vestígios das árvores donde surgiu o nome da terra - Alvarinhos. Era no ínicio do seu povoamento uma zona onde abundavam carvalhos daquela espécie ,como ainda nos nossos dias no norte de Portugal. Antigamente, os agricultores deixavam as videiras trepar sobre estes, daí ter surgido,a casta alvarinho por analogia com a árvore que suportava a vide. Em Alvarinhos começa a estrada para o Carvalhal, antigamente tudo era um bosque pegado.
Outra terra cujo nome deriva duma espécie de carvalho são os NEGRAIS, essa mesmo, a do famoso leitão assado. Ao contrário de Alvarinhos nos Negrais ainda é possível encontrar dentro da localidade exemplares de carvalho-negral. A caminho da terra em frente do campo dos "LAPIÁS" observa-se um pequeno bosque daqueles carvalhos.
Finalmente a diferença entre estas espécies florestais é a de que o Alvarinho tem uma folha maior do que a do negral e o seu tronco é menos escuro mais alvo. A distribuição geográfica é também diferente um abunda mais a norte e o outro a sul de Portugal.
Mais uma particularidade, que faz do território sintrense, um "PORTUGAL EM ESCALA REDUZIDA".
Quem percorrer a estrada de MONTELAVAR para a Cabrela, encontra antes da declivosa descida para o vale da ribeira da cabrela, uma pequena povoação chamada Casal Sequeiroimplantada num planalto batido pelo vento, mas com uma fantástica vista, sobre a Serra de Sintra.
A localidade tem um aspecto limpo bem cuidado, como aliás, toda a Freguesia de MONTELAVAR. No apressado quotidiano, poucos reparam numa árvore notável, plantada na berma da estrada circundada por um pequeno pedaço de relva...
Trata-se dum FREIXO...
...cujo robusto tronco deixa antever uma provecta idade. Está inclinado como resultado dos ventos que o têm açoitado, e que neste seco plaino, sopram durante todos os dias.
O FREIXO DO CASAL SEQUEIRO é uma árvore secular e robusta, resistiu ao ciclone de 1941 e tem um bom aspecto vegetativo, merecia ter uma placa informativa chamando a atenção para este MONUMENTO VIVO. A Junta de Freguesia devia pedir a classificação de interesse público.
E já agora, como as velhas árvores são dignas do nosso respeito, retirem do venerando tronco do FREIXO a placa indicativa do centro do Casal Sequeiro, não custa muito. Desfigura quem já passou por tantos anos proporcionando aos caminhantes a dádiva duma sombra, ainda mais apreciada, depois da longa subida desde a fundura do vale.