O Sobreiro é uma árvore nativa da Europa e do Norte de África.Em Portugal abunda em diversas regiões sobretudo no Alentejo. No entanto na toponímia vamos encontrar evidência da sua presença em nomes como: SOBRAL, SOBREIRA, SOBRALINHO, SOBREIRAL... dispersos por toda a geografia Lusitana. No começo da nacionalidade as matas de sobreiros eram muito extensas. O aproveitamento da sua lenha para a produção de carvão para aquecimento, e fabrico de sabão, a utilização da madeira na construção de navios motivou o derrube dessas matas restringindo a sua importância quase só a extracção da cortiça. Esta obtém-se ao fim de algumas décadas de crescimento da árvore.
O sobreiro cultiva-se também como planta ornamental, em quintas, é possível encontrar exemplares com aspecto mais espectacular do que no estado de cultura silvestre.
Em Sintra o Sobreiro tem condições favoráveis para crescer de modo espontâneo e vigoroso. Este facto complementado pela existência de Quintas, permite observar na região sobreiros seculares de que já aqui falamos caso da SOBREIRA DOS FETOS.
No entanto na RUA TRINDADE COELHO, um pouco adiante do largo daquela, onde começa o CAMINHO DOS FRADES deparamos com vários indivíduos centenários exibindo a sua cortiça virgem. Um tem um tronco gigante encastrado no muro que circunda uma propriedade, no interior da qual se avistam sobreiros ornamentais de provecta idade.
Tudo isto a escassos metros da muito visitada QUINTA DA REGALEIRA. Os sobreiros em Sintra não estão devidamente referenciados para serem admirados pelos seus fustes envolvidos em espessa e rugosa casca, eficaz agasalho nas nevoentas frias noites de SINTRA.
No conjunto das estradas de Portugal há uma com uma aura "lendária" que a distingue de todas as outras, é a denominada estrada nacional nº2.
Várias particularidades contribuem para isso...
Foi projectada como ligação entre CHAVES e FARO com percurso pelo centro do País em situação equidistante do litoral e da fronteira. É a estrada nacional mais extensa, passa pelas cidades de Vila Real, Régua, Lamego, Viseu, Abrantes e Faro. Na fase final do seu trajecto contém as celebres CURVAS DO CALDEIRÃO que até á década de 70 do século XX eram o caminho mais percorrido pelos automobilistas que rumavam ao Algarve. Entre Abrantes e Castro Verde a "NACIONAL 2" percorria um dos mais inóspitos recantos do Alentejo.
A E.N.2 tinha igualmente uma componente de estratégia militar, era uma estrada "especial", assim não admira que o marco quilométrico indicativo do quilómetro 300 tivesse sido executado de modo diferente. Está colocado no Concelho de Góis sensivelmente no ponto médio da ESTRADA. Tem inscrições em todas as quatro faces mas o musgo entretanto criado não permite ler. A Empresa Estradas de Portugal devia interessar-se pela conservação deste marco antes que seja destruído e se perca um raro testemunho que é mais um dos pontos de interesse da NACIONAL 2.
Num recôndito lugar do Portugal profundo, esquecido e cada vez mais desabitado um velho carvalho ROBLE agoniza. Conheço a árvore há algumas décadas. Por exames efectuados supõe-se ser exemplar do século XII. Algum tempo, um grande incêndio destruiu outros carvalhos adjacentes.
Este meu "AMIGO" sofreu danos de monta, sempre admirei o seu fuste grandioso em diversas ocasiões desfrutei da sua fresca e dilatada sombra.
Acompanho o definhar do seu majestoso tronco, e tenho procurado passar de vez enquanto para ver o seu estado. A última vez constatei o seu aspecto debilitado, o caule está mais apodrecido, como todas as velhas árvores também esta vai morrendo de pé. Quero partilhar com quem lê estes meus textos a mágoa de nada poder fazer para alterar o curso do inevitável. Deixo a imagem duma árvore, sinónimo de FORÇA, adorada em todas as antigas religiões como "divindade suprema do céu", já com os sinais duma evidente decadência.
A idade secular deste "ROBUR" é mais um motivo para que vá agonizando, o fim já se vislumbra . Na NATUREZA tudo acaba. Não se deve "rezar" pelos vegetais, mas nada impede que os que admiram e respeitam as árvores se comovam com o definhar dum GIGANTE COMO ESTE. Deixo o adeus sentido a uma ÁRVORE MORIBUNDA que no término da sua existência continua sublime, como se fora um TEMPLO, grandioso e impressionante.
O medronheiro é um arbusto de folhas persistentes as quais se mantêm sempre verdes. Pode durar dezenas de anos e atingir o porte duma árvore.Designa-se em diversas zonas ervedeiro.
Em Portugal é espontâneo em zonas serranas, principalmente na Cordilheira Central nos Vales do Zêzere e Ceira e na serra de Monchique no Algarve, o seu fruto quando está maduro torna-se vermelho vivo e tem um sabor adocicado. Da sua destilação resulta a conhecida aguardente de medronho. Segundo alguns autores a origem do nome Madrid Capital de Espanha vem de MADRIL que significa medronhal.
Por razões desconhecidas alguém enterrou um pé de medronheiro trazido, talvez de alguma serra beiroa... Por sorte não o confundiram com alguma erva daninha e não foi arrancado. O meio adequado permitiu uma boa adaptação, a planta cresceu, hoje com cerca de 25 anos, atingiu uma dimensão assinalável.
Está plantado no canteiro junto à Calçada da Rinchoa no cruzamento com a Praceta do Rouxinol, bem no coração da "cidade" sintrense. Na época em que os seus frutos vermelhos cobrem o chão muitos transeuntes se interrogam "QUE ÁRVORE SERÁ ESTA"?
O seu aspecto sempre verde, era para os antigos um símbolo de imortalidade...
Para quem passa talvez possa sugerir uma reflexão, lembrando que não há muito tempo antes do homem ocupar o espaço para seu benefício, o sombreado verde dos medronheiros fosse uma das características da paisagem da Rinchoa, como demonstra este pujanteMEDRONHEIRO.
Comenta-se amiúde que alguns autarcas têm predilecção especial por fontes ornamentais e rotundas, daí existirem centenas de exemplos por todo o País. No entanto ainda é possível encontrar situações em que a função de rotunda é desempenhada por árvores, crescidas espontaneamente, em redor das quais se construiram estradas e caminhos cujos projectistas, aproveitaram a árvore para regulador do tráfego.
É este o caso dum magnifico exemplar de CARVALHO NEGRAL quecresceu no cruzamento da Rua do Rosmaninho com a Estrada do Parque no limite da Freguesia do Algueirão Mem-Martins, com a Rinchoa no concelho de Sintra.
A árvore de porte majestoso tem um tronco robusto, por sorte ainda não abalroado porum dos numerosos veículos que circulam na zona.
Não seria dispendioso proteger o carvalho com um canteiro. Assim o exemplar ficaria mais reguardado e a sua utilidade de "rotunda natural", seria devidamente salvaguardada. As árvores são um elemento cuja utilidade se manifesta das formas mais diversas. Infelizmente o seu maior predador é o homem...
No entanto, talvez seja viável neste caso, demonstrar que nem sempre isso sucede. Esperemos que SIM.
Na Volta do Duche em plena Vila de Sintra, um pouco adiante da FONTE MOURISCA, que a vereação de 1982 mandou colocar no local, existe uma estátua erigida em memória do ilustre clínico Dr.Gregório de Almeida, conhecido pela sua competência e bondade.
Segundo José Alfredo da Costa Azevedo, no seu livro "A Vila Velha" (Ronda Pelo Passado pág.65), o Dr. GREGÓRIO DE ALMEIDA foi "venerável" da Loja Maçónica - "LUZ DO SOL", que existiu durante algum tempo em Sintra. Curiosamente por detrás da estátua cresceu uma acácia...
A acácia: "é um símbolo solar de renascimento e imortalidade". Nos rituais maçónicos conhecer a ACÁCIA significa que se tem a qualidade de "maçon". Sendo este o caso, nada mais apropriado de que terem plantado uma junto à estátua. Nesta como em outras ocasiões é preciso VER porque observar não chega.
É interessante notar, nas redondezas a única árvore desta espécie está aqui talvez lembrando, que só quem pratica o bem e defende a verdade merece respeito e gratidão, como este, médico conhecido pelo, PAI DOS POBRES.
Em plena urbanização do Bairro de Fitares na Rinchoa, um robusto e antigo Pinheiro Manso continua viçoso e com um belo aspecto vegetativo. Está numa artéria denominada Estrada Marquês de Pombal, por perto passar a via que no séculoXVIII ligava a Quinta de Oeiras com a Granja dita do Marquês, onde hoje funciona a Base Aérea nº 1. O pinheiro tem a altura dum prédio de quatro pisos, o seu tronco tem de perimetro três metros. Com estas caracteristicas é secular, as suas pinhas geram pinhões que servem de alimento ás muitas rolas que nele procuram poiso.
Esta notável árvore merecia ter uma envolvência mais cuidada para que todos reparassem no Monumento. Por certo sob a sua copa descansaram em tempos idos muitos viajantes. O local deveria ser muita passagem, porque depois de terem sido confiscada a GRANJA DO MARQUÊS foi instituida nos seus terrenos, uma Escola Agricola muito ferquentada por gente das redondezas. Era um estabelecimento de ensino modelar e avançado para a época. A velha Estrada Marquês de Pombal que atravessa, várias povoações dos concelhos de Oeiras e Sintra seria o caminho calcorreado por muitos alunos. Quem sabe se alguns deles como os miúdos de agora também se distraíam a partir os pinhões que as pinhas largam?