A mudança da hora é hoje. Quando algo se altera quase sempre há divisão de opiniões. Em termos práticos começam os dias grandes, quanto mais tempo o Sol nos iluminar tanto melhor. Viver no presente é difícil e complexo. Os problemas que nos apoquentam são em grande parte resultado da liderança do mundo, ter sido conquistada por lideres de inteligência reduzida, apetência desmedida para a pilhagem e desrespeito dos cidadãos e também da natureza.
As árvores curvam-se às fortes ventanias próprias da Primavera, a envolvente natural renova-se. Para quem acredita que a luta pelos direitos da cidadania nunca se esgota, incumbe continuar a pugnar com firmeza para sermos governados com equidade e JUSTIÇA.
Em Portugal as entidades responsáveis pelos "males" que sofremos, não foram ainda justamente punidas, quem governa deve satisfazer as aspirações do Povo garantindo um presente digno.
Tenhamos todavia confiança! Iremos ultrapassar esta difícil situação. Com sincero desejo que isso aconteça, deixamos uma orquídea em pleno crescimento num cantinho de Sintra na Rinchoa. "Na China antiga, as orquídeas eram associadas às festas da Primavera, onde eram utilizadas para expulsar as influências perniciosas" (Chevaleier e Gheerbrant, 1982).
Oxalá estes funestos tempos que vivemos, com empenho de todos e a "ajuda" do carácter benéfico da ORQUÍDEA terminem depressa...
Aqui em Sintra o CABO DA ROCA, marca o ínicio do "caminho", sendo um local propício à meditação que conduz a novas perspectivas. Simbolicamente, porque passou ontem o dia da floresta e da árvore, sob a sombra inspiradora duma das vetustas sobreiras do Caminho dos Frades, não longe da REGALEIRA, ex-líbris da Sintra espiritual, queríamos deixar um testemunho sobre a ÁRVORE cuja "copa" nos abriga: PORTUGAL.
O Império Colonial foi durante séculos, o espaço reservado da elite dirigente para realizar mais valias que permitissem dominar económica e politicamente o Aparelho de Estado. Partindo do pressuposto empírico de que o TERRITÓRIO NACIONAL, era pobre nada haveria a fazer do que deixar o torrão natal e participar além mar em pilhagem legal e no comércio de escravos.
As consequências do abandono da elite dirigente votado à Metrópole, ainda hoje se mantêm. Para uma afirmação de Portugal, como parceiro relevante no quadro internacional, pode ser importante a inventariação dos nossos principais recursos minerais lançando novos projectos de prospecção. Aproveitar as potencialidades lúdicas e energéticas dos cursos de água, fomentar o aparecimento de indústrias agro-industriais de modo a garantir a auto-suficiência alimentar compatível com a afirmação dum país viável. Concretizar um plano de florestação baseado em espécies próprias do nosso solo e clima produtoras de madeiras"nobres".
O novo "império" pode estar no ALQUEVA. A descolonização das mentalidades está por realizar, um PORTUGAL mais desenvolvido, com base no aproveitamento dos recursos próprios será um reforço da nossa importância na "FLORESTA" competitiva da GLOBALIZAÇÃO.
No ciclo do tempo estamos em pleno EQUINÓCIO, o momento em que os dias passam a ter uma duração superior as noites. Isto no hemisfério norte. O prefixo EQUI significa igualdade, no momento equinocial o dia é igual à noite.
A Primavera anuncia-se no calendário! Ainda há pouco tempo, no meio rural do nosso País, se dizia que a Nossa Senhora de Março "Levava os serões e trazia as sestas", era o fim do Inverno, do pousio das terras, o ínicio dos trabalhos das sementeiras. A Primavera é uma mudança no sentido da renovação da natureza. Os ventos fortes desta Estação do Ano, têm a finalidade de promover a disseminação do pólen das plantas e fomentar assim a polinização. Sendo a única estação anual do género feminino é caprichosa e imprevisível pelo que o tempo muda com frequência...
A Primavera é um recomeço devemos saudar a sua "vinda" porque todos as mudanças são sempre motivo para nos questionarmos e deste modo, assinalar o facto. Poderíamos usar uma das árvores notáveis já descritas neste local, seria o óbvio.
Mas esta Primavera é contudo diferente, porque sucede a um Inverno onde para além das conhecidas características da época, se assistiu a uma grande turbulência nas finanças e na economia dos Povos...motivada pela ganância desonestidade e estupidez, daqueles que esqueceram que, desde que CAIM matou ABEL o que a humanidade procura é FRATERNIDADE. Os Novos tempos estão a chegar, devemos valorizar o SER e não quase em exclusivo o TER.
Daremos o exemplo, deixando como saudação Primaveril um conjunto de simples e vulgares malmequeres nascidos na beira de um caminho no concelho de Sintra, com o desejo que a Primavera seja verdadeiramente NOVA e a simplicidade criativa volte a ser o sal da VIDA...
A Tapada das Mercês é uma localidade do Concelho de Sintra, associada injustamente, a um projecto urbanístico pouco "exemplar". Mas essa opinião resulta de preconceitos alicerçados em conhecimentos pouco fundamentados...
A primeira fase da urbanização foi concebida por um conceitado gabinete de arquitectura para a empresa Cintra Construções dirigida por um empresário de muito mérito. As sucessivas alterações e os tempos conturbados vividos no pós 25 de Abril permitiram a alteração do essencial da ideia original. Estamos todavia, num local privilegiado quer do ponto de vista histórico quer das tradições. As Mercês são o local onde há mais de duzentos anos se realiza uma feira anual onde é possível degustar pratos típicos como a CARNE DE PORCO AS MERCÊS e as PERAS COZIDAS. A antiga Estação Ferroviária ganhava quase sempre o prémio de Estação mais cuidada em concursos promovidos pela CP.
Os terrenos da Tapada pertenceram durante séculos à casa Pombal. Foram esses donatários que mandaram construir a Capela de Nossa Senhora das Mercês que ainda existe de onde saí anualmente, no último dia da feira, uma procissão em honra do Orago.
Quando foi criada uma Escola Agrícola na Granja do Marquês, actualmente Base Aérea de Sintra, existia também na TAPADA um colégio que servia de complemento à escola.
Do coberto vegetal primitivo ficaram algumas árvores de que se destacam uns antigos castanheiros no terreiro da Capela e um pequeno CARVALHAL na mata contigua à Ermida. Para terminar convém lembrar que durante a primeira metade do século XX famílias da burguesia Lisboeta, procuravam as MERCÊS, para passarem o Verão por ser um local aprazível e de fácil acesso.
A ermida de Santa Eufémia fica situada na Freguesia de S.Pedro de Penaferim em plena Serra de Sintra. Junto existe um miradouro donde se avista uma paisagem maravilhosa que abrange a maior parte do Concelho de Sintra desde Queluz ao Oceano.
No início do mês de Maio realiza-se a festa em honra da Santa, que em tempos não muito recuados atraíam milhares de romeiros. Na actualidade o sítio continua a ser frequentado para piqueniques e encontros "românticos ". Infelizmente a Capela está em mau estado de conservação, nas imediações há um coberto árboreo que proporciona frescas sombras no Estio e é composto por árvores dignas de serem contempladas com atenção.
No lado poente da Capela encontra-se uma "memória" em azulejo, onde se lê: "ESTE HE OLUGAR AONDE APAERECEO A MILAGROZA SANTA EUFÉMIA DA CERRA DE CINTRA ...ANO DE 1787".
Em frente um pouco afastado um gingantesco CEDRO cresce qual guardião do Santo Lugar. Tem o porte das venerandas árvores e deve ser contemporâneo da feitura do painel de azulejo. Como o ambiente é propicio o tronco tem um perímetro aproximado de 4,5 metros à altura do peito (PAP). Passa por ele a caminho do miradouro muita gente, que por falta de informação nem repara na ínsingne árvore. Devia ser declarado de Interesse Público porque em conjunto com a Ermida o CEDRO DE SANTA EUFÉMIA formam uma rara harmonia entre o Sagrado e o Profano.
O tojo é um arbusto que pode atingir 2m de altura, é originário da Europa, abunda desde a Irlanda ao Golfo de Cádiz é uma planta própria da orla atlântica e das zonas onde chega a influência dos ventos maritimos. Na Serra de Sintra e em quase todo o concelho encontramos muitas plantas deste tipo, isoladas ou em manchas com alguma dimensão. Por isso, deparamos com topónimo como TOJEIRA, perto do Magoito na Freguesia de S. João das Lampas. O tojo era utilizado para "cama" dos animais juntamente com outros matos. Servia igualmente de combustível nos fornos. Em Lisboa ainda existe o sítio do CAIS DO TOJO, local onde se descarregava aquele material destinado ao uso da Capital.
Quando se aproxima a Primavera, cobre-se de flores, como este exemplar que cresce no alto da Rinchoa. No tempo em que o pastoreio era uma actividade ferquente o gado, sobretudo o caprino, alimentava-se da leguminosa produzida pela planta. O tojo por ter as caracteristicas de uma espinhosa, sempre se associou à rusticidade e dureza da vida campestre.
Quem tiver a possibilidade de percorrer o litoral Atlântico de Portugal, poderá verificar a presença constante do TOJO, se quissessemos atribuir a designação de arbusto do ocidente, esse atributo caberia por certo ao tojo que em cada equinócio enfeita com as suas flores amarelas as arribas e escarpas do "nosso" MAR o belo e bravio ATLÂNTICO.
Hoje 8 de Março dia dedicado especialmente s todas as mulheres deixamos uma simples homenagem. Por estarmos em SINTRA o apropriado será a flor dominante nesta quase Primavera UMA CAMÉLIA.
Uma singela lembrança para a mais bela árvore que se pode admirar: A MULHER!
Na aldeia de D. Maria freguesia de Almargem do bispo no concelho de SINTRA, povoação que alguns anos atrás ocupou os meios de comunicação social por questões relacionadas com a falta de saneamento básico, existe um recanto de simples e tocante beleza no qual além dos moradores poucos reparam. Os inúmeros automobilistas que diariamente transitam pela rua principal vão com demasiada pressa passam sem verem.
Estamos a referir o ADRO DA CAPELA DE NOSSA SENHORA DO MONTE DO CARMO, neste local encontramos um conjunto harmonioso entre o sagrado e o profano.
Em tempos idos D. Maria era frequentada no Verão por gente de Lisboa, o Adro devia ser ponto de encontro dos veraneantes. O Adro além da Capela tem um elegante cruzeiro de mármore. A construção do templo é do século XVIII.
Curiosamente entre o cruzeiro e a Capela bem no meio do recinto está plantado um FREIXO.Como esta árvore significava entre os Gregos firmeza porque da sua madeira se faziam as hastes e as lanças, parece que os construtores da capelinha quiseram demonstrar o carácter inabalável da sua fé ao deixar no local um FREIXO.
O espécime tem um robusto e vigoroso tronco. É um exemplar multi-secular deveria ser declarado de interesse público, para mais o FREIXO segundo antigas lendas "simboliza a perenidade da vida, que nada poderá destruir". Esta notável árvore e a sua envolvente merecem uma visita, porque são um dos vários encantos ainda pouco conhecidos, do território Sintrense.
A oliveira é uma árvore considerada sagrada em muitas religiões. Do fruto extraí-se o azeite, além do seu uso na alimentação, foi durante séculos o combustível utilizado nas lâmpadas. Não é desapropriado associar a oliveira à LUZ e a PAZ, porque ambas são a mesma coisa.
As oliveiras bravas dá-se o nome de ZAMBUJO ou ZAMBUJEIRO. Por esse motivo deparamos com topónimos como AZAMBUJA e ZAMBUJAL. A oliveira é originária da Grécia e erradiou para todo o Mediterrâneo. Em Portugal abundam exemplares de oliveiras bravas. No concelho de Sintra um extenso zambujal, cresce junto a ALFOUVAR na Freguesia de Almargem do Bispo.Na variedade cultivada alcança idades milenares.O azeite Português tem fama pela fina qualidade.
Sendo associada ao divino a oliveira; o AZEITE desempenhou um papel importante na liturgia das IGREJAS. Até há pouco nos templos, nomeadamente, nos Católicos estavam sempre acesas lamparinas com azeite para iluminar os altares, principalmente o altar-mor, ou do SANTÍSSIMO.
Nos antigos lagares de azeite havia um "pote" onde era uso guardar o "dourado" liquido que os "fregueses" ofereciam para Confraria do Santissimo.
Nem sempre se conseguia, azeite em quantidade. Algumas IRMANDADES tinham olivais próprios, desse tempo ficaram nomes de sítios como OLIVAL DO SANTÍSSIMO de que temos um exemplo no Concelho de Sintra.
Os Povos do LIVRO acreditam ter sido uma pomba quem levou no bico, a NOÉ, um ramo de oliveira, ou quem sabe dum zambujo,anunciando o fim do dilúvio..