Em tempos não muito recuados o salgueiro branco, conhecido vulgarmente por "CHORÃO", talvez pelo aspecto das suas ramagens pendentes lhe darem um aspecto tristonho, era utilizado para sombra de fontes existentes junto das estradas e também como planta ornamental de jardins. Não sabemos o motivo mas são cada vez mais raros, nomeadamente em locais públicos.Há cerca de vinte e cinco anos foi plantado num pequeno espaço ajardinado da Rinchoa no concelho de Sintra, um. Como o local é regado a árvore desenvolveu-se rápidamente e atingiu um porte forte e altivo.
Junto da planta existe um quiosque de venda de jornais e revistas o que permite que alguns dos compradores possam fazer as primeiras leituras aproveitando a sombra do frondosoChorão. Do outro lado da rua fica a "memória " dedicada a um RINCHOENSE ilustre, Leal daCâmara.
Em algumas regiões do globo como no Tibete o salgueiro é considerado um simbolo da imortalidade, por outro lado no Ocidente relaciona-se com a morte e a tristeza a ela associada. O nosso Mundo é diverso e contraditório, daí o seu fascinio. Considera-se apropriado para quem pretenda meditar o faça sob a sombra do SALGUEIRO porque desse modo será proficua.
Curiosamente a casca do salgueiro contém uma substância a salicinada qual antigamente se obtinha a aspirina.Poderiamos afirmar que o salgueiro duma forma concreta,faz-nos bem ao corpo e á alma...
A terra onde nascemos depende de factores diversos, costuma dizer-se que poucos se podem gabar de terem nascido em local previamente escolhido. Já o a localidade onde moramos resulta quase sempre duma escolha, como consequência, com o decorrer do tempo a "nossa terra" é o sítio onde vivemos e desse modo passamos a ter um sentimento de pertença a esse lugar. Somos dos que se englobam nesse grupo, embora não tendo nascido em Sintra, assumimos a qualidade de sintrenses e temos orgulho nessa qualidade. Deste modo, tudo o que os nossos conterrâneos fizeram de notável para dar brilho e tornar mais famosa a terra que nos adoptou, interessa-nos.
Em Maio de 1927 realizou-se a "I VOLTA CICLISTA DE PORTUGAL". O vencedor foi um Sintrense. Como curiosidade queremos partilhar com todos um extracto da Acta da sessão da Câmara de Sintra de 19 de Maio de 1927, cujo teor parcial é o seguinte:
No Domingo findo quinze do corrente, chegou ao seu termo a prova desportiva mais formidável até hoje realizada. Como vossas Excelências bem sabem esse empreendimento deve-se ao jornal DIÁRIO DE NOTÍCIAS (...). A primeira volta em bicicleta em torno de Portugaltrouxe-lhe novo título de glória - Dessa glória partilhamos também nós Sintrenses pois coube-nos a honra da vitória na pessoa dum nosso conterrâneo ANTÓNIO AUGUSTO DE CARVALHO, NATURAL de ALBARRAQUE (freguesia de Rio de Mouro ), deste concelho.
Fica o texto completo para memória.
Em Sintra sempre tivemos gente com "pedalada" paravencer grandes desafios, como demonstra o feito deste "patrício", basta seguir o seu exemplo para com determinação e eficácia resolvermos os problemas que se nos deparam.
Tendo nascido em ALBARRAQUE talvez Augusto Carvalho tenha dado graças a DEUS pelasua vitória na Capelinha de Santa Margarida Padroeira da Aldeia e cuja imagem deixamos...
No mundo Celta (Cevalier eGheerbrant,1994), o TEIXO era uma árvore funerária, sendo o OCIDENTE o lado do poente o sitio onde o Sol vai morrer, poderíamos afirmar, se uma árvore pudesse simbolizar esta direcção essa seria o TEIXO.
Em Sintra podemos encontrar teixos no Parque da Liberdade. O que ilustra este apontamento cresce junto ao portão de entrada para quem acede pelo lado do Palácio Valenças. O teixo tem um crescimento muito lento e pode alcançar cinco mil anos de idade. É originário da EUROPA, no norte de Espanha nas Astúrias, encontram-se exemplares milenares normalmente nos adros de templos do estilo Românico. Como nos primórdios do cristianismo os enterramentos eram quase todos concretizados naqueles locais, o símbolo funéreo atribuído ao TEIXO poderia estar na razão de se escolher aquela árvore para ornamento.
As folhas desta espécie arbórea são venenosas o que acentua o carácter sinistro associadoao teixo. Em sentido lato podemos considerar o TEIXO a árvore do ocaso, aqui considerado como o ponto final da "nossa vida presente". Apesar de tudo não deixa de ser uma bela árvore.Talvez seja um pouco como aqueles que prometem futuros radiosos e nosenvenenam o quotidiano com a falsa utilidade das suas "medidas salvadoras"...
Quem sabe se o MUNDO não será transformado num imenso plantio de teixos cujas ramagens darão a letal infusão para nos proporcionar o fim trágico que a cicuta deu ao sábio filósofo?...
As Sequóias são árvores de grande porte e longevidade em muitos casos MILENAR. Esta espécie arbórea é uma das que atingem mais altura e grossura do tronco. A Sequóia é originária da América do Norte, sobretudo das regiões da Califórnia e do Oregon. Devido a sua madeira, de boa qualidade, foi sujeita a abates tão extensivos, quase levaram à sua extinção, este facto originou que na actualidade seja possível admira-las em zonas reservadas.
Em Sintra podemos encontrar Sequóias em diversos locais. Existe mesmo uma quinta denominada QUINTA DAS SEQUÓIAS, situada um pouco adiante na estrada velha de Colares a seguir à Penha Verde. No parque da Pena, conforme refere o Professor AZEVEDO GOMES na sua Monografia (1960), no jardim da entrada encontram-se sequóias que devem ter sido plantadas antes de 1856.
Na Vila de Sintra no Parque da Liberdade encontramos algumas dispersas. A imagem que apresentamos é a de uma (sequóia sempervirens) plantada na encosta entre o portão junto ao Palácio Valenças e a Fonte do Plátano.Tem um porte esguio e a idade cerca de cem anos.
As características ambientais de Sintra são propícias ao crescimento destas árvores, sendo expectável se nada de anormal acontecer os vindouros possam fruir o prazer de encontrar espécimes, com muitos séculos. Plantar e cuidar das árvores pensando nas gerações futuras é uma forma de Fraternidade. Escrevemos em anterior apontamento que as árvores são uma fonte de ensinamentos, como se pode retirar do desenvolvimento das Sequóias, nenhuma árvore por mais forte que seja consegue sobreviver se não for protegida.
Por isso as árvores prosperam e embelezam-se quando rodeadas de "vizinhas" de todas as variedades. Uma planta isolada não tem abrigo contra ventos nem recebe sombra protectora de qualquer outra...
Na estrada entre OLELAS e ALMARGEM no Concelho de Sintra, um pouco adiante do cruzamento, para acesso a primeira daquelas povoações, no lado direito da via para quem vem do SABUGO, está um vistoso LOUREIRO, no qual os apressados condutores utentes da estrada nem reparam.
O loureiro é um arbusto de sítios húmidos, quando encontra condições propícias cresce rapidamente, atingindo proporções de árvore dalgum porte. O loureiro mesmo no Inverno tem as folhas sempre verdes. São lhe atribuídas propriedades medicinais e gastronómicas bastante conhecidas. No tempo dos Romanos das suas folhas faziam-se coroas para premiar os heróis. Ainda hoje quando alguém obtém uma distinção diz-se: "Foi laureado".
As folhas do loureiro, segundo antigas crenças, tinham o poder de afastar os relampagos. Em algumas regiões do Portugal rural queimam-se ramos de loureiro benzidos, Domingo de Ramos, para se afastarem as trovoadas. Ao loureiro eram atribuídas pelos camponeses o poder de afastar as forças maléficas que podiam prejudicar as colheitas.
Terá sido por isso que o proprietário das terras onde este LOUREIRO cresce o terá plantado na extrema da mesma junto a um pequeno curso de água? As árvores são uma fonte de beleza e de ensinamentos. As pitonisas gregas queimavam os ramos de louro antes de proferirem as suas profecias porque atribuíam ao loureiro poderes divinatórios.
Muitos dos problemas actuais talvez se devam à incultura dos dirigentes dos POVOS...
Não seria descabido inspirarem-se-no simbolismo do loureiro que os antigos associavam, ao espírito da superação das dificuldades, à sabedoria e finalmente à vitória...
Quem diria que um solitário LOUREIRO da berma duma estrada pudesse guiar-nos até AQUI!
No já longínquo ano de 1974 realizou-se em Sintra, uma muito concorrida manifestação para se assinalar de forma condigna e finalmente livre, um Dia que durante a ditadura se não podia comemorar em Liberdade.
A manifestação com milhares de participantes percorreu diversas ruas de Sintra. Um dos actos que se realizaram foi o da mudança do nome do parque do Palácio Valenças de Salazar para PARQUE DA LIBERDADE, que hoje ostenta e esperamos que para sempre.
As árvores são também apropriadas para celebramos condignamente os grandes eventos. Justamente no parque referido, perto do portão de acesso na Rua Visconde de Monserrate, existe um enorme e belo cedro.
Sendo um símbolo da INCORRUPTIBILIDADE porque produz madeira que não apodrece , nada mais apropriado para marcar este dia, uma data que pela força e luta dos trabalhadores, se eternizou como o SEU DIA.
Seria bom que aqueles que nos pedem só sacrifícios fossem como o cedro... Deixamos esta bela imagem.