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Tudo de novo a Ocidente

A CASCATA DOS PISÕES: MEMÓRIA DOS REBANHOS E DA LÃ

A Vila de Sintra durante séculos teve uma população de camponeses cuja actividade  se desdobrava, entre a agricultura e a pastorícia, esta última seria importante porque as pastagens abundavam, e a serra permitia a roça de matos para a cama dos animais e, fertilização das terras de cultivo.

Segundo Barros Gomes (1878), o concelho de "Cintra" tinha um efectivo de 12.837 ovelhas, no distrito de Lisboa só era superado pelo do concelho dos Olivais.Este significativo   numero de ovinos  fornecia uma apreciável quantidade de lã da qual se faziam tecidos para manufactura do vestuário do povo. Os panos eram :  buréis, baetas e saragoças.  

O fabrico exigia, carduças cardas rodas de fiar fusos, teares e finalmente um pisão para "enfortir" a lã. O pisão era um engenho accionado por uma roda motriz, normalmente,movida por energia hidráulica. A roda dava movimento a maços de madeira que batiam no pano colocado numa masseira, este batimento tornava o tecido mais consistente, por acção da água retirava-se a gordura da lã. Os pisões eram instalados junto aos cursos de água. O sítio existente cerca da quinta da Regaleira,  conhecido por "cascata dos pisões" foi local onde existiu um engenho de pisoar a lã.

Sintra, antes dos veludos e lantejoulas, teria de produzir os rústicos tecidos com que os nossos antepassados se vestiam, desse tempo restam na toponímia, memórias como esta. Ainda hoje é possível encontrar rebanhos de ovelhas no território sintrense,como documenta a imagem  recolhida junto á Ribeira da Cabrela no mês passado.

 

UMA ÁRVORE NO ADRO DE UMA CAPELA, ALGURES EM PORTUGAL...

 

O êxodo rural  do campo para a cidade, durante os anos 50 e 60 do século passado, motivou o abandono das aldeias do interior de Portugal. Quem na actualidade viajar pelas povoações rurais, depara-se com um ambiente de soturna melancolia, o que em muitas ocasiões permite mesmo estacionando no centro de uma localidade não vislumbrar viva alma, ou porque não há moradores permanentes, ou então os que restam andam ocupados no amanho das pequenas hortas circundantes.

Neste caso  deparamos no adro duma pequena capela, muito bem cuidada com uma imponente árvore que se levarmos em conta, a data gravada na ombreira da porta do templo 1730, deve ser tudo indica centenária.Á  sua sombra, por certo muita gente se abrigou do calor do sol, e esperou quem sabe, pelo começo de cerimónias litúrgicas  realizadas na capela

No Outono de 2009 quando obtivemos a imagem, ela  testemunhava o silêncio absoluto que reinava no local, nem o cantar dos pássaros se ouvia. Estranhamente em redor  as casas tinham um aspecto que não denotava abandono, mesmo o largo,com um coreto  ladeado por um cruzeiro, estava limpo e cuidado.

O quadro cuja figura central é a vetusta árvore, deve simbolizar o fim dum ciclo, que tem de ser  interrompido para impedir a decadência da aldeia. Seria bom que a árvore, voltasse  no quotidiano,a sentir gente junto ao seu robusto tronco. Seria bom sinal, OXALÁ.

Deixamos para o final a resposta que os nossos leitores esperam. Onde fica esta árvore?

Na aldeia da Picha, entre Pedrogão Grande e Castanheira de Pêra no distrito de Leiria, bem próximo da "lendária" E.N.2, que ligava Chaves a Faro.

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