A ELECTRIFICAÇÂO DA FERROVIA DE SINTRA -1955/1956
A propósito do título deste apontamento a revista "GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO", de 1 de Fevereiro de 1955 publicava o seguinte:
"Dentro de breves semanas iniciam-se os trabalhos da electrificação da linha de Sintra. A histórica vila, que foi residência de reis e princípes está de parabéns. De parabéns está também a população de Lisboa, principalmente aqueles que só podem viajar aos domingos,porque vai ter transportes mais rápidos e mais frequentes para um dos pontos mais encantadores do País.
Ao longo da linha criaram-se risonhas povoações,como essa adorável Rinchoa a que Leal da Câmara tanto quis.
Se foi D.Afonso Henriques que tomou Sintra aos mouros, a C.P., com a electrificação da linha, faz simbolicamente,a sua reconquista,aproximando-a mais de Lisboa."
É uma prosa deliciosa, que exemplifica porque muita gente escolheu a Rinchoa para viver, há poucas décadas, antes da passagem de bandos de "patos bravos" que nidificavam lote a lote. Era ainda mais agradável do que hoje. Apesar da "malidiscência" de espécimes "feduncíos" que deixamos de ouvir mas supomos ainda existam, a cidade de Sintra pelo seu potencial económico cultural e humano será a grande urbe portuguesa dos próximos tempos.
A electrificação, mais do que a construcção do Caminho de Ferro ,esteve na origem do "boom" urbanístico dos anos 60 do sec.XX. A passagem do comboio a vapor, no túnel do Rossio, era muito incomoda para os passageiros, com a electrificação concluída em 1956 isso acabou, viajar para Sintra a partir daquela estação ficou mais facilitado. No presente Lisboa bem precisa que a "recuperem", porque a nossa bela Cidade está muito diferente, para pior,do que há 10 ou 15 anos. Quanto a Sintra e à Rinchoa, vão resistindo aos calhaus que atiram os zollos dos seus inimigos, como dizia Bocage, e o mesmo número da "GAZETA", curiosamente cita.