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Tudo de novo a Ocidente

O HOSPITAL MILITAR DE RIO DE MOURO NO SEC:XVIII

Na última década do século XVIII, Portugal esteve envolvido em conflitos bélicos motivados pela ameaça invasão da França e de Espanha. Para defender o nosso Pais a Inglaterra, enviou ajuda militar, que incluía regimentos de Franceses emigrados que tinham combatido a República, proclamada em França em 1789 e por esse motivo obrigados a abandonar o seu País.

Um desses agrupamentos o "Loyal Emigrant", que compreendia os regimentos do Duque de Castries e do Marquês de Mortemart, vieram a soldo dos ingleses, para Portugal ficando o regimento de Mortemart aquartelado em Oeiras, com a incumbência, de entre outras, a de guarnecer o Forte de Rio de Mouro, defesa importante dos Palácios de Sintra e Queluz. Este forte ficava onde é hoje a Rua do Jornal de Sintra em Rio de Mouro, um dos seus pontos de vigia seria o "Alto do Forte" sítio que actualmente ainda existe.

Para apoio ao regimento de Mortemart, estabeleceu-se um hospital militar em Rio de Mouro. Há noticia de alguns soldados que faleceram nesse hospital e sepultados na Igreja de Nossa Senhora de Belém. No interior eram enterrados os  católicos, os luteranos no adro.

Onde ficaria o hospital? Esta pergunta fizemo-la algumas ocasiões sem encontrar resposta. No entanto como diz o povo "quem porfia sempre alcança", e um destes dias apurámos que António M. Mesquita em  artigo publicado no jornal A República de 1 de Outubro de 1949, e citado por Sousa (1984,p.121) escreveu  que séculos atrás, a Casa Museu Leal da Câmara na Calçada da Rinchoa "fora hospital militar durante as invasões francesas e pertenceu outrora ao Marquês de Pombal". Eis a solução para a pergunta, estamos em condições de afirmar que foi hospital para militares franceses, mas antes das invasões, porque estas só ocorreram a partir de 1807. Os regimentos de emigrados permaneceram em Portugal, desde 1793  até 1801.

Mais um motivo para uma visita à Casa Museu Leal da Câmara, não só pelo seu rico acervo, mas também, com o aliciante de podermos imaginar o que seria a casa transformada em hospital para os soldados do regimento do Marquês de Mortemart, nos finais do século XVII. 

  

ESCRAVOS EM SINTRA NO SÉCULO XVIII

A escravatura foi abolida em Portugal em 12 de Fevereiro de 1761, no reinado de D.José I, no "consulado" do Marquês de Pombal. Próximo dessa data ainda é possível descobrir referências a escravos. Relativamente à zona de Rio de Mouro,apuramos: 
Em 1758 na Quinta de Meleças, propriedade de Dona Maria Joaquina, trabalhavam dois escravos: Catarina Inácia e Manuel Gomes ambos pretos. Na Azenha do Papel, junto ao Sítio do mesmo nome, morava um escravo, branco de nome Valentim. Na quinta de António Silva em Albarraque servia uma escrava preta de nome Maria. Outra escrava de nome idêntico trabalhava para Caetano de Andrada Pinto, na Quinta do Pinheiro em Rio de Mouro.

No Casal da Serra, situado onde hoje estão os depósitos de água dos SMAS, no alto da Rinchoa, moravam Francisco Simões e sua mulher Domingas Maria Josefa que tinham dois escravos.

Na nossa região encontramos um número significativo de quintas, pertencentes naquela altura a nobres, altos funcionários e comerciantes residentes em Lisboa, que as frequentavam no Verão, e noutras alturas do ano. Para cuidar das propriedades empregavam  mão de obra escrava,quem sabe se o chão da foto não foi um dia tratado por um nosso semelhante escravizado.

O número de escravos na  cidade de Lisboa representava no século XVII cerca de 10% da população da urbe (100.000 hab.).  

Convém não esquecer que a abolição da escravatura, foi originada por interesses de ordem económica, e não por razões humanitárias. Pretendia-se que não fossem desviados escravos do Império do Brasil, onde eram muito necessários e trazidos para a Metrópole, como era hábito fazerem aqueles que regressavam. Assim parece ter sido, porque acerca de alguns dos escravos afirmava-se serem naturais de capitanias brasileiras. Aqui está um facto social vulgar na nossa terra há 250 anos. Não foi assim há tanto tempo...

 

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