O CEMITÉRIO DOS CAVALOS - UM TOPÓNIMO SINGULAR
A toponímia e a microtoponímia proporcionam informações úteis e surpreendentes relacionadas com conhecimento evolutivo das funcionalidades históricas e económicas dos sítios.
No Munícipio de Sintra com a localização indicada no mapa, encontramos uma designação que deve ser única em Portugal. A sua origem está relacionada com a construção do Palácio Real de Queluz, e consequências posteriores a este facto. Sendo uma estancia onde o Rei passava largas temporadas, era necessário a existência dum significativo número de gado cavalar quer para as funções de tiro, quer para o corpo de guarda destinado a garantir a segurança do Real Sítio de Queluz.
Para o efeito foram construídas cavalariças, no local onde hoje existe um Regimento do Exército. O efectivo das cavalariças reais de Queluz, nos séculos XVIII e XIX, era composto por centenas de animais.
O cavalo segundo, Chevalier e Gheerbrant: "não é um animal como os outros. É a montada, o veículo, a nave e por isso o seu destino é inseparável do do homem". Talvez por isso, por se considerar que o cavalo, merecia um tratamento na morte diferente dos outros animais foi decidido reservar um local apropriado para o seu enterramento.
Quem um dia destes circulando pelo IC19, entre o nó do Hospital Professor Fernando Fonseca e a curva do Palácio, aviste um cavalo alado subindo para o firmamento, não se alarme, pode ser que o último dos cavalos do cemitério, finalmente galope para as cavalariças eternas onde os corcéis se juntarão de novo aos seus cavaleiros.