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Tudo de novo a Ocidente

UMA FlOR PARA A PÁSCOA

No primeiro domingo depois da primeira lua cheia, que ocorre passado o equinócio, chega o Domingo de Páscoa: simboliza a passagem dum tempo de invernia para os dias próximos do estio. Os Cristãos lembram a ressurreição de Cristo.

Encontramos numa sebe algures no termo de Sintra uma flor, cujo nome desconhecemos, tem a particularidade de possuir dez pétalas e uma cor rosada.

Se para Pitágoras, a dezena era o mais sagrado dos números símbolo da criação universal, se os mandamentos da lei de Deus são dez, nada mais apropriado a uma quadra tão festiva e cheia de significado. O presente, é uma légua do caminho para melhores dias.

Feliz Páscoa para todos.

 

O CHOUPO UMA ÁRVORE "HERCULEA"

Ao longo do curso da Ribeira da Jarda, que já referimos, é conhecida por vários nomes até à foz, existem nas suas margens motivos  dignos de interesse por vezes, só depois de várias passagens reparamos neles. É o caso de um antigo choupo, certamente centenário que cresceu junto da ribeira, no trecho outrora, dentro da quinta grande de meleças, um pouco abaixo do açude da azenha de fitares.

Apesar do tronco carcomido tem robustez suficiente para resistir as fortes ventanias: o ciclone de 1941 que assolou Portugal, e as últimas intemperies causa do derrube de centenas de árvores na nossa região, com incidência no Parque do Palácio da Pena, em muitas quintas, e espaço público no concelho de Sintra. O choupo cresce melhor em terrenos húmidos, este encontra-se em local apropriado. Segundo as lendas gregas o choupo era consagrado a Héracles (Hercules), herói que  se distinguiu pela sua grande força e coragem.

É provavel nesta area ter existido outrora, um vasto conjunto de choupos. Leal da Câmara, quando "fantasiou" a urbanização da quinta grande, denominou artéria conhecida actualmente por: Avenida das Robínias, Avenida dos Choupos. Depois atribuiu-a noutro local da urbe. Porventura este será um dos exemplares que restam desse choupal desaparecido. 

FRUTOS DO OCIDENTE-NO DIA DA ÁRVORE

A parte ocidental do municipio olisiponense, na época do dominio romano, tinha fama como produtor de citrinos com relevancia para os limões. Esta particularidade foi mantida ao longo dos séculos, e chegou ao nosso tempo, a aptidão para produzir este fruto no território sintrense.

Vem a propósito lembrar que segundo fontes históricas credíveis D. João V, rei de Portugal que mandou construir o convento de Mafra, quando estava no Palácio Real anexo ao Convento, habitava a ala oriental do mesmo, a rainha a ala contrária. Quando sua Majestade desejava exercer os  deveres conjugais enviava por intermédio dum lacaio, uma salva de prata com limões, que era a declaração dos seus reais desejos. Aceite pela rainha o pedido, seguia o rei com séquito e luminárias, pelo longo corredor que ligava os aposentos. Esta "procissão" era visível do exterior através das janelas, ficando o povo a saber que nessa noite suas Magestades teriam sexo.

Nos tempos que vão correndo as "alimárias" que dirigem a Europa, tiveram a supina ideia de aplicar num País da "desunião": Chipre, uma receita para colmatar o desiquilibrio das finanças públicas, que não lembra ao demo: roubar as economias de cidadãos e empresas depositadas nos bancos. Claro que os cipriotas recusaram, aquela ilha Cyprus, cujo nome deriva de citrinos, é grande produtora de limões, os seus habitantes deviam seguir o exemplo de D. João V e enviar aos senhores de Bruxelas uma encomenda de limões manifestando o desejo de em vez do Euro restaurarem o Ecu ou melhor tomar de novo no dito, como diria, um ex-governante "gasparino". Quanto a nós temos, de fugir do Euro como o diabo da Cruz, porque já Mestre Leal da Câmara dizia acerca dos que prometiam, e depois não cumpriam:" estes tipos são uns limonadas"...

 

O JULGADO DAS ALBOGAS VELHAS

O território do actual concelho de Sintra, foi ao longo de séculos considerado prolongamento natural da urbe Lisboeta. O termo de Lisboa chegava a ponte da Agualva, algumas povoações sintrenses dependiam, em questões judiciais de magistrados dos bairros de Lisboa.

A zona que hoje corresponde à Freguesia do Almargem do Bispo, cujas pastagens  alimentavam os gados propriedade do Patriarcado Lisbonense, dependia do Juiz do Bairro de S. José, no presente a envolvente do Largo da Anunciada, na capital portuguesa.

Esta situação resultava não só da proximidade do Almargem, relativamente a Lisboa mas também porque era mais fácil ao Bispado resolver eventuais conflitos recorrendo as "justiças" da cidade,e não as de Sintra. Um Alvará Régio do século XIX estipulava:

"Vossa Magestade ha por bem declarar que fica pertencendo ao bairro de S. José o julgado das Albogas Velhas, termo de Lisboa, em que compreende a Freguesia denominada do Almargem do Bispo, com o lugar de Dona Maria, e outros, de que tractou o Alvará com força de lei de sete de Fevereiro de mil oitocentos e vinte e seis, que estabeleceu uma mais regular distribuição das Freguesias desta capital, e dos julgados do termo, pelos bairros da mesma capital, tudo na forma acima declarada. Lisboa 3 de Dezembro de 1829, assinado José Manuel Barbas".

Como curiosidades salientamos a particularidade do topónimo ser "do Almargem" o que remete para prado, que é masculino. A citação de Dona Maria significava que ao tempo devia ser o lugar mais importante.

No agrupamento das freguesias que se procedeu recentemente, talvez tivesse sido apropriado denominá-lo "Albogas Velhas" tendo em atenção o que relatamos,Seria? Talvez, quem sabe?

 

"ITE, MISSA EST"

A  "Troika" não aceita mudanças,limita-se a repetir uma receita que já deu "maus " cozinhados. Em 1918 ,Gomes Leal .o poeta panfletário,terá escrito:

"Estamos a ser conduzidos por homens sem pudor moral,sem faculdades intelectuais que prevaleçam estamos numa crise e numa falta de continuidade que fazem esmorecer.(...) Quadrilheiros! Quadrilheiros!Se João Brandão hoje fora vivo teria animo e força para atingir a chefia deste Estado que soçobra. Quadrilheiros! Pois donde veem as fortunas  que ostentam esses maltrapillhos de ontem,por esse país fora?.(...),eles matam-nos á míngua e á fome.São incapazes  de terem sentimentos humanos. Ah, que serie de ilusões vai este desventurado povo atravessando,pois está sendo governado por burros e analfabetos"

Isto aplica-se ao tempo presente como uma luva.A democracia, tende cada vez mais, para uma plutocracia.Nâo sabemos, infelizmente,como tudo irá acabar.Com desplante inaudito o Ministro das Finanças,afirmou que a avaliação da "Troika" foi positiva, apesar da pilhagem fiscal   e penúria oprimirem a Nação Portuguesa.Terminamos citando D.Miguel de Unamuno,nosso Mestre,na obra Agonia do Cristianismo ( P,111.)"Há momentos em que se nos afigura que a Europa,o mundo civilizado (...) se aproxima do fim,e há quem para consigo diga,com a trágica expressão portuguesa:isto dá vontade de morrer"

Feito á vista do Paço de Sintra aos 15 de março do desesperado ano de 2013

 

 

 

"JÓIAS" DO ESTILO MANUELINO NO TERRITÓRIO DE SINTRA

O Palácio Nacional de Sintra vulgarmente conhecido por Palácio da Vila, é uma construção formada pela combinação de vários estilos arquitectónicos, entre os quais se destaca o designado estilo manuelino, devido a ser durante o reinado de D. Manuel I de Portugal que se verificou a sua difusão. São também exemplos deste o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém em Lisboa. Os pormenores decorativos usados nos edifícios, de índole marítima, originaram  que este tipo de arte também seja apelidada de "barroco Atlântico".

Esta pequena introducção serve para apresentar o pórtico de Igreja daquele estilo, que  decora uma porta  protegida por um alpendre por isso, passa quase despercebido a quem circula nas redondezas. Referimo-nos à Igreja Matriz de S. João das Lampas, da "extinta" Freguesia do mesmo nome, pertencente ao Concelho de Sintra, distrito e Patriarcado de Lisboa. É duma beleza admirável, emoldurado também com belos azulejos do século XVIII.

 

 

LUA-DE-MEL DE ADÃO E EVA EM SINTRA: CONTADA POR LEAL DA CÂMARA

Leal da Câmara além de talentoso pintor, possuía um sentido de humor mordaz e caustico, sempre presente nas suas intervenções públicas. Para a palestra proferida em 1944, no âmbito do Congresso da Rinchoa, tendo como temática o desenvolvimento do Concelho de Sintra. Numa comunicação sobre a "história dos transportes para Sintra" escreveu:

 

 

"Sabem V.Xªs que o Adão, quando casou com a Dona Eva, resolveu, após o copo de água ir passar a lua de mel para um recanto sossegado, com maus caminhos, más estradas, má limpeza e outras faltas de arranjo. Hesitou, como era natural, pois tinha muito por onde escolher, mas Jeová, talvez por judiaria, disse-lhe; vai para Sintra e seu concelho. E ele assim fez. A primeira dificuldade foi o processo de deslocação, mas Adão, espírito dinâmico e inventivo criou o primeiro transporte que a humanidade conheceu: O Pédibus calcantíbus, realmente  a obra ficou de tal forma perfeita que desde então até hoje, o andar a pé, é ainda o uso de muita gente, embora com pequenas alterações que vão desde a sandália até á sola de borracha. Assim aquele ditoso casal meteu pés a caminho...e vem por aí fora a gozar a paisagem (...).

Chegaram finalmente a Sintra. As exaltações sucederam-se: isto é um paraíso, isto é o verdadeiro Éden, aqui é que vai ser o Jardim da Europa; isto vai ser a verdadeira sala de visitas, etc, etc.

Os de lá espantados com tanta admiração, fizeram um raciocínio rápido, isto é assim, então não é preciso fazer mais nada. E desde então até hoje, salvo pequenas excepções, tudo se mantém, como homenagem, a tão ilustres visitantes".

 

Uma crítica contundente, ao imobilismo e à snob indiferença que alguns sectores da sociedade da vila de Sintra, durante dilatadas épocas, trataram tudo quanto era inovação. Leal da Câmara, sátiro incorrigível não perdia oportunidade de zurzir "as gloriosas tradições do paraíso sintrense", como ironicamente, denominava aquele tipo de comportamento.Talvez por isso, a governança da vila pouco afecto dedicava ao Mestre, e à sua obra.A foto mostra a rua do Palácio valenças em 1964...

 

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