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Tudo de novo a Ocidente

Toponímia Sintrense, Albogas - Almargem do Bispo.

A povoação de Albogas, antiga sede do julgado das "Albogas Velhas", dependente do juíz do crime do bairro de S. José da cidade de Lisboa, pertencia ao termo da capital, antes de definitivamente ser integrada na freguesia de S. Pedro do Almargem do Bispo, concelho de Sintra.

Albogas ditas "Velhas", por  oposição a outro lugar de nome identico, de fundação mais recente, situado na encosta entre Loures e Montemor, num pequeno valado onde existiu uma ermida dedicada a Santa Ana, entretanto desaparecida. O significado de Albogas ou Alvogas, como também se escrevia, pode sintetizar-se:

Sítio localizado no meio de outeiros, na extrema de propriedade, ponto de comunicação onde normalmente, se tratavam problemas relativos a contratos de arrendamento agrícola, questões de limites de courelas ou hortas, se anunciavam os assuntos de intereresse para foreiros e senhorios das terras e também, se resolviam questões conflituosas entre as gentes de uma determinada circunscrição. Curiosamente, o orago das Albogas, de Loures, Santa Ana, mãe da Virgem Maria, só em idade avançada por designio divino teve a filha. Nossa Senhora, através do  Anjo S. Gabriel, recebeu a "Nova" de haver sido escolhida por Deus, para conceber Jesus Cristo. Factos e personagens ligados a anúncios determinantes para civilização cristã. Albogas é sinónimo de comunicação, passagem...

  

"Segredo" sob os ulmeiros

A urbanização projectada por Leal da Câmara para a Rinchoa, além da dimensão desafogada das artérias, doze metros de largura na sua nomenclatura o autor indicia ser "ocultista", ideais apreendidos, quando viveu em França e praticou depois ao longo da sua vida, nomeadamente após regresso a Portugal. Na Rinchoa "entoou" o grito de alma: "SURSUM CORDA" e deu largas ao panteísmo, "bebido" em Eça de Queirós, das Prosas Bárbaras.

As influências são patentes nos escritos sobre a Rinchoa, na coruja do seu ex-libris, "marca" da pertença à "irmandade" dos primos carbonários, facto pelo qual teve de fugir de Portugal na vigência do regime monárquico. Leal era um fantasista, considerava dever primordial a realização dessas fantasias, mantendo no entanto, recato e cuidado na sua concretização, para não serem fácilmente "descobertas". As coisas valiosas devem permanecer veladas, isto é cobertas com o velo da descrição para  serem desveladas, por quem procurar e quiser entendê-las.

Leal da Câmara, escreveu: "amanhã é o futuro e o futuro a Deus pertence... só Deus pode saber o que será o dia de amanhã". Sendo deísta, nunca deixou de afirmar o  sentido laico do seu pensamento." Existem fórmulas pagãs de investigação do futuro usadas pelos astrólogos, cartomantes, quiromantes e pelos que seguem os rituais da Cabala". Leal praticava a astrologia e conhecia a cabala, como deixou testemunho.

Retomando a urbanização: o nome inicial dado por Leal à avenida dos choupos era "avenida dos ulmeiros". Os carbonários consideram que o caixão de Jesus Cristo, seria de madeira de ulmeiro ou olmo. Se a designação ficasse, Leal temia conotações com a pertença carbonária, e alterou o nome.Todavia,nada mudou, o choupo, sendo uma árvore da família das "ulmácias" é tambem um ulmeiro...

Veja-se uma perspectiva da avenida na primavera. As semelhanças com uma alea dum campo santo são evidentes. A coerência do Mestre manteve-se, se algo parecia mudar, como sempre, não sucedeu, ficou  o segredo sob os "ulmeiros", aqui revelado quer dizer "velado" de novo.

 

 

 

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