O VIMIEIRO
A definição usual que encontramos num dicionário relativa ao vimeiro é "designação comum de algumas árvores e arbustos da família das salicáceas das quais se obtém o vime". Das varas flexíveis do vimieiro, podem fazer-se atilhos, cestos, cabazes, artigos decorativos, mobiliário e atar ou amarrar, por exemplo as vides das videiras. A utilização do vime para este fim ainda hoje se verifica e antes do advento do plástico era exclusivamente ao seu uso que recorriam os vinhateiros. Actualmente para produção de vime recorre-se a plantações extensivas como sucede na região espanhola da "alcarria",em plena "Mancha".
O vime é obtido em boa medida de um arbusto do qual de cortam as varas flexíveis. Quando falamos de vimes ocorre-nos o arbusto. No entanto por vezes aquele consegue atingir significativo porte arbóreo. Um dia destes deparamos na campina do Sabugo no Município de Sintra, um vimieiro com alguma envergadura, vegetando exuberante e solitário, na margem de um arroio, "habitat" preferido desta espécie vegetal. Na antiguidade ao vime atribuía-se carácter sagrado e protector dos nascimentos. Os berços normalmente eram feitos de vime. Moisés foi encontrado num cesto de vime vogando sobre as águas do rio Nilo.
Quem sabe se foi por crença nesse poder divinatório do vime, que os viticultores o utilizavam como atilho das varas da videira para garantirem o bom unhamento dos pampanos ou sarmentos das vides indispensáveis para germinarem cachos de uvas e obterem boa colheita? Neste caso o vimieiro de folhagem amarelecida pelas brisas outonais, assumiu o papel de atilho não duma qualquer vide, mas da nossa atenção.