Demonstramos a inequívoca "naturalidade" sintrense do petisco "prego". Felizmente a par da preocupação com origem e qualidade da carne, existe aqui na "zona demarcada do prego e do bitoque", situada no território concelhio de Sintra, freguesias de Cacém e Rio de Mouro, preocupação em inovar a confecção sem esquecer sabor e apresentação do mesmo.
Na estrada Marquês de Pombal, artéria onde podemos encontrar numero significativo de locais para "degustação" do prego, nessa rua junto ao centro comercial de Fitares: o restaurante "O Marquês".
Tive grata e agradabilíssima surpresa de "manjar" prego variante "no prato", servido além das "fritas", acompanhado, também de molho com diversas "texturas": molho verde, de cogumelos, à café e mais outros dois cuja composição não recordo.
Justiça se faça, Mónica dona da comensal paragem, teve feliz ideia, não "abastarda" o sabor delicioso da carne, e dá toque de modernidade ao "centenário" invento .
Experiência a realizar, os molhos são de "molhar" e chorar por mais.
Na parede de casa solarenga quinta no alfoz sintrense reparei na existência de pombal aspecto singular. O pombeiro apresenta disposição curiosa dos "portais" destinados as avezinas utlizadoras. O número total é 25, foram colocados na horizontal, começando de cima para baixo, 3 aberturas depois sucessivamente 4, 5, 6, 7. Conjunto parece acondicionado numa "vasilha" semelhante ao gargalo de ânfora avantajada.
Qual teria sido o objectivo, de quem idealizou o pombal? Vinte e cinco aberturas, porquê?
Estamos perante pombal, sem dúvida, mas lá que tem "mistério" isso tem.
Vou procurar decifrar o "enigma". Em vez de ânfora estará contido, numa espécie de "taça", em posição invertida? Se assim fosse, talvez o significado seja idêntico ao da pomba representada a beber em alguns vasos funerários da Grécia antiga, querendo simbolizar, fonte da memória.
Comemora-se no presente ano de 2017, o 45º aniversário da abertura ao culto da igreja paroquial que serve de titulo.
O templo surgiu do labor do Movimento de Renovação da Arte Religiosa (MRAR), de inspiração católica, fundado em 1953, do qual faziam parte: arquitectos, historiadores e artistas plásticos. No MRAR se incluíram: Nuno Teotónio Pereira, Diogo Pimentel, Nuno Portas, Manuel Gargaleiro e José Escada.
A "orada" de Queluz foi projectada pelo arquitecto José Maya Santos (1928-2010). Na memória descritiva referia: "o terreno onde se pretende construir a igreja próximo do centro da vila está muito penalizado pela envolvente com prédios de aspecto incaracterísticos e pobres de expressividade".
Resultou numa igreja moderna e funcional, procurava-se deixar espaço circundante para realçar o "sacro" conjunto. Infelizmente, paulatinamente surgiram diversas construções impossibilitando aquele objectivo, esta tendência continua hoje.
O projecto iniciou-se em 1966, a obra seria inaugurada no domingo 21 de Maio 1972. A igreja de Nossa Senhora da Conceição de Queluz, é um exemplo importante do trabalho realizado no âmbito do MRAR, deveria ser considerado imóvel de interesse concelhio.
Antes da instalação do telégrafo nos finais do Século XVIII, meio de comunicação mais usual eram pombos correios. Estas aves "habitavam" em instalações designadas: pombais.
Os proprietários das quintas mais opulentas dispunham deste modo de comunicar, para estarem ao corrente dos acontecimentos, normalmente ocorriam quer na capital do reino, ou sede do Município. As quintas sintrenses, além de locais de veraneio e descanso, por vezes, também serviam de morada a funcionários importantes, por exemplo o Juiz de Fora. Um dignitário desta função chegou a residir em Rio de Mouro, freguesia desde sempre "termo da vila de Sintra" na antiga quinta da fonte.
Aqui existiu pombal actualmente decrépito. Construído na década de 70 do século XVIII apresenta forma arredondada, a mais comum.Ainda são visíveis aberturas para entrada e saída das "mensageiras".