Praia da Samarra pitoresca e abrigada situa-se no litoral da freguesia de São João das Lampas, Município de Sintra adiante da aldeia de Cortezia,não muito distante da povoação da Assafora, uma das mais populosas da paróquia.
A praia forma espécie de ancoradouro natural abrigado e afastado do mar aberto;condições adequadas a desembarque dos corsários que durante séculos frequentaram este trecho da costa marítima de Portugal.
A origem do nome baseia-se na designação "samarra" atribuída porção de mar vai terra dentro entre terreno declivoso de encosta proporcionando abrigo confortável aos mareantes , como era caso.
No território do município de Sintra, encontramos diversas localidades cujo nome teve origem no tempo da dominação árabe. Alguns topónimos desta espécie são singulares, únicos em Portugal, um deles: ALFAQUIQUES, povoação da Freguesia de São João das Lampas. A explicação do significado usualmente aceite é derivar do vocábulo: Alfaqui com o qual muçulmanos designam: clérigo ou jurista, doutor, sábio..
Investigando com cuidado, a nossa versão é diferente. Alfaquiques, corruptela de Alfaqueque que significa correio portador de noticias emissário, individuo encarregue de proceder a libertação de cativos, prisioneiros de guerra.
Curiosamente segundo as memórias paroquiais 1758, os habitantes da freguesia das "lampas", "tem o privilégio de se não fazerem soldados, pelo trabalho que tem de fazerem vigia ao mar". Neste trecho da costa marítima portuguesa actividade dos corsários era intensa durante séculos. Sítio de guerra quase permanente.
Alfaquiques situada num cume, do qual a vista alcança ampla porção de oceano, é apropriado a permanência de vigilante, depois iria levar a alcáçova de Sintra noticias do avistado mar dentro.
Alfaqueque, consequência do pouco cuidado da escrita passou a Alfaquique originando confusão, Alfaquiques ,devia ser ALFAQUEQUES, terra do correio,ou melhor do carteiro castrense, não a que o vulgo adoptou.
A fonte da localidade fomos "beber" inspiração para chegar a nossa conclusão.
No percurso rodoviário de Sintra à Ericeira, praticamente a meio caminho, num importante cruzamento viário surge Odrinhas, progressiva localidade, com sinais de dinamismo económico e habitacional que dentro de pouco tempo será mais populosa e importante que sede de Freguesia São João das Lampas, à qual pertence.
Aqui encontramos o Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas, dos mais representativos na temática de epigrafia romana. Sempre senti certo fascínio por Odrinhas, algumas vezes cogitei acerca do significado do topónimo.
Odrinhas parece derivar de "odre": vasilha de pele de caprino, antigamente utilizada no transporte, líquidos, principalmente azeite e vinho. Seria fácil, se estamos a ver que é assim, está errado. Emile Durkheim, ensinava devemos fugir das evidencias, nada é simples, aparências iludem
O território de Odrinhas, durante séculos serviu de pasto ao gado, povoado geograficamente, colocação excelente a estrada sempre aqui passou. Sintra durante séculos, famosa pela manteiga do seu termo. O leite para confeccionar, provinha em boa parte do planalto de São João dos Porqueiros, mais tarde mudado para "Lampas" cultivava-se: cevada, destinada a alimentação animal.
O sitio de Odrinhas, os ganadeiros levavam gado, ovino e bovino, para ordenha ou mugição de leite para manteiga e queijo, tradição ancestral do fabrico de lacticinios foi razão porque há 60 anos se instalou na aldeia fábrica de processamento de leite e derivados.
O acto de tirar leite dos animais designa-se ordenha, no entanto na linguagem popular ouvimos ordinha, e ordinhar. As ordinhas modelo antigo das modernas salas de ordenha, conduzia-se gado para tirar leite, em diversos locais do País, os donos ainda levam animais para "ordinhar". Na região referencias a leite são frequentes perto existe, Peroleite. Odrinhas é corruptela de ORDINHAS, modo simplificado podemos afirmar ODRINHAS, inicialmente ORDINHAS modificado por razão de pronuncia quer dizer local para mugir ou "ordinhar" gado, "ordinhas".