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Tudo de novo a Ocidente

ÁRVORES NOTÁVEIS NO PARQUE URBANO RINCHOA - FITARES/SINTRA II

Sempre defendi a condição suburbana dos territórios é facto social, não  de ordem geográfica. Combater aquela condição implica requalificar, ordenar o espaço dotá-lo de todas condições necessárias ao quotidiano dos moradores nos sítios e bairros das  freguesias do Município, permitindo viver com qualidade.

Finalmente no Concelho de Sintra, órgãos autárquicos assumiram como primeira prioridade combater  condição suburbana. Nessa perspectiva o território do Município foi dotado de moderno e inovador centro comercial, duzentas lojas algumas únicas na área metropolitana de Lisboa: ciclovias, ginásios ao ar livre e amplos espaços construidos para esse fim. Vamos ter hospitais publico e privado, hotéis , residenciais seniores, transportes apropriados, parques urbanos aproveitando condições naturais da fauna e flora. A auto estrada A16, alternativa ao "velho" IC19, desbloqueou e melhorou acessibilidades rodoviárias a zona mais populosa do município sintrense.

Na Rinchoa, parque urbano quase dezena de hectares de arvoredo de grande porte e valioso, uma realidade na gestão autárquica de Basílio Horta na Câmara, e Bruno Parreira na Junta de Rio de Mouro. Na próxima eleição merecem o voto de todos que são gratos e reconhecidos a quem trabalha para o bem comum.

Estas reflexões surgiram quando desfrutava a sombra de um centenário carvalho da espécie negral, que cresce viçoso junto caminho principal do parque urbano enunciado no titulo.

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MOTIVO DE SATISFAÇÃO

Em Julho de 2007, iniciei publicação deste "blog" ; objectivo contribuir para conhecimento de factos históricos toponímicos sociais e políticos do Ocidente Português,tendo como referencia,  ponto mais a poente do continente Europeu,  Cabo da Roca.

 Estão on-line quatrocentos  "post ", quase todos resultados de pesquisa e conclusões inéditos.Estou satisfeito com  trabalho desenvolvido, vou continuar.A todos que visitam este "SÍTIO" agradeço  estímulo.

SIGNIFICADO DO TOPÓNIMO " BROAS "

Aldeia das BROAS, actualmente despovoada, situa-se na antiga zona demarcação dos concelhos de Sintra, Cheleiros e Mafra, posição privilegiada, porta de entrada de produtos destinados aqueles municípios.

Broa,  pão geralmente de farinha de milho, no entanto, designam-se "broas" gratificação paga na quadra natalícia, complemento salarial, 13º mês. Também se aplica a uma sobrecarga de carrada, Broas são nesta perspectiva  gratificação, ganho suplementar.

Povoação, devido a situação geográfica isolada onde está edificada, serviu durante muito tempo local de "travessia": acto de negociar ou vender clandestinamente géneros alimentícios ou outros produtos cuja falta era provocada artificialmente nas povoações circunvizinhas. Procedimento permitia aos negociantes obterem lucros suplementares, "BROAS": daí  nome atribuído.

O desaparecimento desta actividade resultante da melhoria de vias de comunicação, foi  causa principal do declínio irreversível do povoado, hoje em ruínas. 

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GUARDIÃO DA ALDEIA

Alcandroada no cimo de uma lomba onde avistamos  panorama deslumbrante,concelho de Mafra, freguesia  de Cheleiros distrito de Lisboa, o resto da aldeia das Broas vai paulatinamente avançando rumo a ruína total. Quando chegamos ocorre questionar, às portas da capital, aldeias ficaram desertas sem moradores, porque estranham no interior do País se verifiquem idênticas situações?

Silencioso lugar, batido pelo vento, suscita-nos melancólica ternura, paredes de edifícios outrora utilizados vão derruindo. Se actos de vandalismo houve, não notamos.

Parece permanecer invisível segurança, zelando para tudo terminar no tempo adequado, sem pressa nem afã. Não há viva alma, largo principal do povoado, gigantesco freixo, por ventura centenário, rodeado de vestígios antigo banco de pedra, construção circular onde moradores  conviviam.

Freixo, segunda antigas crenças de povos germânicos, símbolo de perenidade da vida, indestrutível afugenta as serpentes e todos maleficios, é o guardião da aldeia. Enquanto durar nada de mau vai suceder naquele lugar.

Pensava tudo isto na curva do caminho de regresso, quando olhei a "freixial silhueta", quem sabe ?  pela última vez.

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AQUI OS PINHEIROS BRAVOS CHEGAM A VELHOS

A sementeira de panisco, em muitas regiões de Portugal,a partir final do séculoXVIII, permitiu propagação do pinheiro bravo,árvore donde os pobres retiravam lenha para  lareiras, encontravam trabalho, na resinagem dos extensos pinhais que se formaram.Pinheiro bravo foi amigo dos mais desfavorecidos,  abundância deles possibilitou aumento demográfico, lenha para aquecimento e cozedura de alimentos ficou acessível a população, de outro modo não conseguiria obter.As condições de vida melhoraram.

Infelizmente êxodo rural para as cidades, originou desertificação  desaproveitamento da lenha, pinhas e resina do pinheiro.

A consequência são violentos incêndios estivais, tragicamente assolam Portugal.No interior os pinheiros devido aos fogos florestais, ardem precocemente, em poucos sítios encontramos exemplares de grande porte.

Curiosamente próximo das localidades do litoral pinheiros bravos,abrigados das "uchas" desenvolvem-se, apresentam fustes e  caules robustos e grossos , como sucede , na zona de protecção ambiental, junto a estação ferroviária Mira Sintra Meleças ,  perímetro do parque urbano Rinchoa, Rio de Mouro, Município de Sintra.Uma maravilha, "velhos" pinhos silvestres.

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LOUREIRO NO PARQUE

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Loureiro tal qual outras plantas sempre verdes mesmo no Inverno, simbolicamente associado á imortalidade.No parque urbano Rinchoa-Fitares, resta da vegetação, própria da quinta,frondoso exemplar,crescendo junto  agua da corrente do ribeiro, o arbusto gosta de lugares húmidos.

Outrora atribuía-se ao loureiro a qualidade de proteger dos relâmpagos e das faíscas das trovoadas Terá sido por isso, senhores da quinta mandaram plantá-lo perto da casa?.Os gregos consagravam árvore a Apolo, a folhagem servia para executar as coroas de todos os triunfos.

Resumindo  loureiro em boa hora deixado como adorno do recinto,recorda: vitória em todas as ocasiões resulta de sabedoria e tenacidade. Bom augúrio, igualmente esta planta é talismã protector contra todas as forças maléficas.

 

PLÁTANOS ALAMEDA SENHORIAL

O parque urbano de Rinchoa - Fitares ocupa espaço com seculares árvores, atravessado pela ribeira das Jardas,além disso, também é possível encontrar vestígios relacionados com antiga importância senhorial da propriedade.

A casa dos senhores da Quinta de Fitares,estava edificada onde actualmente é  complexo desportivo municipal.Acesso por caminho "carroçavel", era na direcção sul/norte.

 Alameda de plátanos que bordejava a via,devia ser extensa,ainda restam alguns,de caules inclinados pelo vento por vezes sopra forte.

Quem descansar nos bancos a disposição dos frequentadores do parque e reparar nos plátanos facilmente imaginará trotando pelo caminho ora sombreado de vetustos exemplares, carruagem dos senhores proprietários quase  chegar a casa da quinta.

 

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ÁRVORES NOTÁVEIS DO PARQUE URBANO; RINCHOA -FITARES. SINTRA

 Espaço de lazer para fruição dos habitantes das localidades sintrenses referidas no titulo,  parque urbano inaugurado em 2016,contem coberto vegetal,singular, o arvoredo secular existente,actualmente visitado por milhares de moradores, dispõe equipamento urbano , incluindo parque infantil, frescas e amplas sombras proporcionadas pela vegetação autóctone.

Algumas árvores imponentes, de entre outras destaco , gigantesco choupo,suportado por  tronco com perímetro de 3,90 metros ,medidos altura do peito.Considerando condições de solo e água favoráveis, idade deverá  rondar 150 anos.

 Poucos locais de Portugal , igualmente , destinados ao lazer da população , se podem "gabar"  possuírem "gigante" de indentico tronco.

Longa vida para este choupo , maravilha dum local encantado ,  "nosso" parque urbano.

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O CEDRO DA RUA DA FONTE - RINCHOA SINTRA

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 Rua da Fonte artéria, liga calçada da Rinchoa, a Rua da  Capela no "estado livre da Rinchoa", definição  "fantasista" do professor Leal da Câmara.

No inicio da via numa curva, viceja um cedro,provavelmente "octogenário", em zona de ventos fortes tem  particularidade de apresentar tronco direito como "fuso". A madeira do cedro não apodrece, era utilizada para  vigamento das antigas construções.Oxalá, a verticalidade do fuste não desperte  " tentação " de alguém utilizar para trave de qualquer "mansão".

Curiosamente perto desta encontram-se, outras duas árvores de vetusta idade, um freixo e a nossa conhecida  "sobreira da Rinchoa", soma de idades desta "trindade arbórea" ultrapassa  300 anos. Nada mal. .

AZENHA DA SAMARRA

A Samarra marítima origem do nome da praia Sintrense, já explicado num recente "post",foi  espécie de "fiorde ", extenso permitindo a maré chegar próximo da ponte da Catribana, obrigando a construção daquela, por não ser possível transpor  a "vau" a ribeira mesmo em tempo de estiagem,

Subindo, corrente marítima,  a água salgada represava-se  onde  actualmente é  reservatório que  armazena  agua para mover azenha existente.

O moinho de maré deveria ser no sítio  da moderna  moenda; as mós movidas por  rodízio como inventaram os romanos.

 Motivo porque a costa recuou  devem ter sido os terramotos, regularmente afectam a região. O grande tremor de terra de 1755, destruiu Lisboa  grande parte do sul de Portugal e Andaluzia espanhola,fez ruir o forte do Magoito.O porto de Alfazeirão ficou assoreado e longe do litoral,  resta a concha de São Martinho do Porto. Deve ter ocorrido algo semelhante na Samarra.

Interessante verificar a margem direita da ribeira numa significativa extensão apresenta parede rochosa de cor branca "salina?" nas fragas não desponta qualquer planta, fazendo crer é local "salado".

Aqui existiu sem dúvida um moinho de maré.... Mais um encanto do lugar.

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