A toponímia é manancial de informações valiosos, a compreensão e descoberta do significado daquelas, possibilita conhecimento fidedigno, dos factos históricos.
Existência no Município de Sintra da quinta "horta da cera " e via de acesso ostentar a designação "rua horta da cera", suscitou curiosidade.No âmbito das investigações,encontrei na cidade de Lisboa, "travessa da horta da cera", liga a Avenida da Liberdade ,junto ao cinema São Jorge a Rua do Salitre.consegui apurar no século XIX, seria rua extensa ia desde o vale do pereiro a rua direita de Santa Marta.
Em 1813, a irmandade do Santíssimo Sacramento da Freguesia lisboeta, do Sagrado Coração de Jesus,queria alugar casas suas ,situadas na rua horta da cera, incumbiu o tesoureiro Manuel António Figueiredo, de mostrar aos interessados.
O irmão tesoureiro CIREIRO, da Casa Real , residia na horta da cera; ocupava-se da comercialização e transformação da cera,encontrei a chave para decifrar este "enigma".Cireiro fabricava velas, tochas ,círios, ex-votos e outros objectos de cera das abelhas.Apurei actividade permitia algum lucro significativo,tornando os cireiros pessoas de posses, descendentes dos de Albarraque são ainda donos de apreciavel património
Horta da cera, porque horta não só designa terreno para produção agrícola, mas também, casal, local onde se consegue qualquer lucro, permitia comprar alimentos, onde alguém exercia profissão ou possuia um engenho , "horta da nora" horta da ferraria"... Aqui, laborava-se cera, havia estabelecimento de fabrico e espremedor , para retirar mel residual.
A horta da cera de Sintra, ficava na Freguesia de Rio de Mouro, lugar de Albarraque,junto a curso de água caudaloso no Inverno, possibilitando mover azenhas, e pisões, edificar lagar de cera.
Topónimo singular,deu muito trabalho a decifrar, posso dizer estou satisfeito, não "fiz cera", o resultado pode ler-se...
Imagem de Nossa Senhora de Belem padroeira da Freguesia de Rio de Mouro
Numa insigne quinta de Rio de Mouro, das Sobralas, Município de Sintra , nasceu 19 de Janeiro de 1938, Excelentíssimo e Reverendissimo Senhor Cónego, António da Franca Mello Horta Machado Marim, actual pároco da paróquia lisboeta, de Nossa Senhora da Lapa , Reitor residente da Basilica da Estrela, evocação do Sagrado Coração de Jesus.Iniciou actividade pastoral ,na Companhia de Jesus, ordenado sacerdote na Sé Patriarcal de Lisboa, a 29 de Junho de 1969,licenciado em Filosofia, Teologia,e catequese Pastoral, este ultimo obtido na Bélgica, paroquiou diversas igrejas da cidade de Bruxelas. Regressou a Portugal, nomeado Director do 3º ciclo do Colégio de São João de Brito.Tendo em 1984 deixado os Jesuítas, integrou Patriarcado de Lisboa, designado pároco coadjutor da Igreja de Nossa Senhora dos Anjos.
Investido pároco da Amadora, em 1987 depois 1995 da Falagueira , em 1996 , titular da Vigararia da Amadora. Sr, Cardeal Patriarca D.José Policarpo escolheu-o para cónego do Cabido da Sé Patriarcal.Posteriormente,seria designado Vigário Geral do Patriarcado de Lisboa, prior de São Vicente de Fora,e da Graça.Ao ser nomeado para a Paróquia onde actualmente exerce acção pastoral, desligado da função de Vigário Geral.
Reverendíssimo Cónego, é igualmente, capelão das Escravas do Sacratíssimo Sacramento do Real Mosteiro de Nossa Senhora Da Encarnação da Ordem Militar de Avis, Reitor da Capela de Nossa Senhora dos Milagres, Reitor da Capela do Senhor Jesus dos Navegantes e de Nossa Senhora da Caridade,Reitor da Igreja do Mosteiro de Nossa Senhora da Encarnação.Capelão da Ordem Militar de Malta,Capelão emérito da Real Irmandade do Senhor dos Passos da Graça.Assistente diocesano da União Noelista.
Foram seus pais João Carlos da Franca de Horta Machado, e Dona Maria Teresa Leite Pereira de Mello e Alvim Ferreira Pinto Basto, senhores da Quinta onde nasceu.
Cónego António da Franca de Melo Horta Machado (Marim), é titular sendo Conde de Alte, conde de Marim e, conde de Salir.
Presente ano de 2018, corresponde ao octogésimo da sua longa e proveitosa vida; figura de relevo nacional muito honra rincão onde nasceu.
A freguesia de Rio de Mouro, berço ao longo dos séculos de individualidades, durante a vida alcançaram que posições de relevo mas que infelizmente, hoje estão quase esquecidas. Honrar a memória e resgatar do esquecimento esses conterrâneos é dever de cidadania que exerço com empenho.Tive ensejo de evocar este Sintrense, na sessão solene comemorativa da elevação Rio de Mouro a vila, realizada ontem.
No lugar do Papel, hoje integrado na freguesia de Agualva Cacém, Mira Sintra e São Marcos, nasceu a 26 Dezembro de 1903: Francisco José Carrasqueiro Cambournac filho de D. Maria Carlota Canas Carrasqueiro, senhora de família importante da Vila de Belas e de Pedro Roque Cambournac, proprietário administrador da Tinturaria Cambournac, natural da quinta do Papel, freguesia de Nossa senhora de Belém em Rio de Mouro. Pode dizer-se que Francisco Cambournac era um "saloio de gema".
Licenciado em Medicina pela faculdade de Medicina de Lisboa, pós-graduado em medicina tropical, em instituições universitárias de Hamburgo, Londres e Roma.
Regressando a Portugal,seria nomeado professor do Instituto de Medicina Tropical de Lisboa, mais tarde no período 1964 a 1973, director daquele mesmo instituto.
Ao longo da vida profissional, teve papel relevante na erradicação do paludismo em Portugal, dirigiu o Posto de Malariologia de Águas de Moura, concelho de Palmela, e idêntico estabelecimento em Benavente. Pela sua competência e saber ficámos a dever a extinção do flagelo da sezões, na zona dos arrozais do Vales do Sado e Sorraia. Publicou cerca de duas centenas de trabalhos científicos, versando a temática da epidemiologia.
A profícua acção do Doutor Francisco Cambournac, permitiu acabar o paludismo em Cabo Verde, antes da independência, tendo desempenhado papel destacado semelhantes trabalhos em Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau. Neste ultimo país, depois de 1974 a pedido do Governo, dirigiu programa de combate a malária tendo idade 80 anos..
Nomeado em 1964 director Regional para África da Organização Mundial de Saúde (OMS) com os votos favoráveis de representantes na ONU dos movimentos de libertação das antigas colónias, portuguesas, que teria desagrado ao Professor Salazar. Só não existiu retaliação devido ao elevado prestigio Professor Cambournac gozava mundialmente. No entanto acerca da sua actividade edificaram uma "muralha de silencio", perduraria até a morte em Lisboa no dia 8 de Junho de 1994.
A freguesia de Rio de Mouro, Sintra,devido desenvolvimento industrial que patenteava e também a riqueza agrícola e "ganadeira",nas décadas finais de 1800.possuía diversas escolas para ensino primário, duas promovidas pelas igrejas católica Romana, e Igreja Lusitana.
O Cacem pertenceu até década de 50 do século XX, á paroquia de Rio de Mouro.Na localidade existiu escola mista de ensino primário,onde se realizaram exames publico em Outubro, 1874, na presença do Administrador do Concelho de Sintra, Delegado do Procurador Régio, na Comarca, regedor da Paróquia; e reverendo Padre da Freguesia Miguel António de Barros Saraiva.
Os exames incidiam nas seguintes matérias: leitura Bíblica,rudimentos exemplificados de gramática,história, corografia,aritmética, e doutrina cristã. Os resultados, agradaram bastante, e sobremaneira ao júri presidido ,pelos professores Dona Ludovina Martins,Eloy José de Carvalho, este ultimo professor público em Odivelas.Além das matérias alunas apresentaram bordados, em ponto "crivo" causaram boa impressão. sobressaindo véu de mais de um metro ,bordado com uma imagem da Virgem Os examinados foram todos aprovados.
Onde ficaria Colegio do Menino Jesus, escola mista do ensino primário do Cacém na Freguesia de Nossa Senhora de Belém de Rio de Mouro.?Gostava saber, talvez consiga...