De tempos a tempos aparecem propostas no sentido serem transladados para Panteão Nacional, personalidades que determinados sectores da opinião pública. consideram merecedoras de tal honra.Todavia há gente, devido a posição social e posses se permite a possibilidade dispor de panteão privativo
No termo da Vila de Sintra,Freguesia de Nossa Senhora de Belém,igreja em de Rio de Mouro,aconteceu; Domingo 13 de Novembro de 1797,episódio durante muito tempo serviu de tema as conversas do povo das redondezas.
Naquele dia no final da missa dominical , reverendo Pároco, José Ferreira de Sousa anunciou aos fieis o falecimento de Dona Isabel Maria Joaquina,ocorrido de madrugada na sua Quinta da Fonte Nova , lugar da Serradas,desta freguesia, confortada hora da morte, com todos sacramentos da Santa Madre Igreja.
A noticia causou grande consternação; a finada era pessoa bondosa amiga dos pobres e desvalidos sempre disposta ajudar quem pedisse ao portão da opulenta quinta onde morava.Viúva do capitão José Filipe de Lara, detinha importante fortuna, pertencia a melhor sociedade do Reino.
O Pároco informou a assembleia, o enterro se iria realizar na tarde desse dia,mas infelizmente não seria possível formar cortejo fúnebre publico, porque Dona Isabel, iria ser sepultada , na ermida do Santíssimo Nome de Maria,situada na referida quinta.
Assim se cumpriu o desejo da finada e sua ilustre família,não sei se os restos mortais da distinta Senhora , ainda se encontram no panteão privado da Quinta da Fonte Nova.Sei, os factos foram estes...
Deparo de vez enquanto no trabalho de investigar a história do dos sitios que adoro.Encontrei algumas ocasiões referencia "azenha de fitares"; sei mais ou menos onde ficava.Hoje na habitual caminhada no Parque Urbano da Rinchoa, Município de Sintra, notei alguém mandara podar uma velha figueira existente , do alijamento dos ramos , apareceu a vista uma construção que antes parecia simples muro .
Trata-se do troço final da levada conduzia água até a roda da azenha, para com o peso do elemento liquido a accionar.
Posso finalmente afirmar havia na Ribeira de fitares , um dique,precisamente onde está antiga ponte pedonal de pedra,daí saía levada percorrendo terreno junto ao caminho de ferro e estação de Meleças, até a azenha no fundo da propriedade, a agua depois de fazer rodar a moenda, era aproveitada para rega da horta a partir do açude que ainda podemos observar no curso de água a seguir ao local da "azenha de fitares ". Prova superada, como diria o outro.Motivo de interesse acrescido para valorizar este maravilhoso parque em boa hora, colocado a fruição dos habitantes da Rinchoa, e todo concelho de Sintra.
Informações dispersas induzem a ideia a igreja paroquial,da freguesia de Rio de Mouro,Município de Sintra, sofreu estragos de monta consequência do sismo século XVIII, devastou grande parte de Portugal e sul de Espanha.As memórias paroquiais de 1758,pouco adiantam relativamente a esta localidade,
Encontrei nos registos curiosa nota " a margem" do pároco Luís Francisco Simões ,escrita dois meses após o terramoto, seguinte teor:
" Em dia de todos os Santos ao 1 de Novembro 1755 sucedeu grande terramoto, pelas novas horas e três quartos , que arruinou e destruiu a cidade de Lisboa e muitas vilas ficaram arrasadas e igrejas e casas caídas e logo abrasou e queimou a maior parte de Lisboa e morreram muitas mil pessoas debaixo das igrejas de Lisboa e das paredes de casas e ruas e ainda vão continuando os tremores de terra há mais de dois meses " .
Testemunho elucidativo da dramática situação vivida, não sendo feita alusão a Rio de Mouro , dá impressão, teria havido pânico, mas perdas de vidas e bens não suscitaram comentários do cura.
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No dia 9 de Novembro,1755 o Pároco elaborou assento de óbito de paroquiana,residente "no lugar das Covas, desta freguesia não recebeu o Santíssimo Viático por morrer apressadamente por sair a fugir de casa com medo e pavor dos terramotos (réplica ) , foi sepultada dentro nesta igreja.".(sic).
O temor das pessoas durou tempo, as réplicas do grande sismo prolongaram-se durante meses.Não restam dúvidas, a igreja resistiu bem ao abalo telúrico; oito dias após o terramoto, ocorreu enterramento no templo, tivesse ficado danificado não teria sido possível utilizar o interior como cemitério.
O aspecto actual do edifício deve ser próximo do que seria na época da fundação .Mais um enigma resolvido.
A foto mostra inscrição na frontaria da igreja a data 1563
Em anterior apontamento escrevi acerca da aldeia de Sacotes,no município de Sintra,chamei atenção para importância daquela localidade no comercio e manufactura do ouro.
No prosseguimento de investigações sobre aquela temática, estou de posse de elementos fidedignos para afirmar que pela proximidade e continuo territorial na freguesia de Rio de Mouro, também existiu no século XVIII,núcleo de artesãos que trabalhavam ouro e a prata; naquele tempo considerava-se ourives todo aquele trabalhava ouro e prata.Assim , denominado do ouro ou da prata conforme, matéria prima utilizada.
Natural do lugar de Francos encontrei individuo, chamado José da Silva, mestre renomado , ourives do ouro na cidade de Évora onde possuía estatuto de homem de fortuna, rendimento profissional deveria ser significativo.
Em Meleças possuíam quintas vários ourives estabelecidos na Rua dos Ourives do Ouro. situada na freguesia de São Julião em Lisboa.A profissão de ourives era respeitada e sigilosa.
No assento de óbito que publico,é interessante constatar estatuto social de pessoas ligadas a "arte".A viúva de um ourives ausente no Brasil, morreu na casa de uma sobrinha naquela localidade, sepultada na igreja de Rio de Mouro, sendo o corpo conduzido " de caixão a cova " revelador de meios de fortuna, no entanto , não fez testamento , porque , como é escrito não possuía bens para deixar, as despesas do funeral, suportadas pela sobrinha.
Não teria bens ao luar, e sim dinheiro; já nesta data, havia preocupação de "fugir" ao fisco, dinheiro tal qual hoje , quase não é taxado, contrariamente a heranças de propriedades.
Outra particularidade a juntar a história do termo de Sintra, Rio de Mouro, terra de ourives do ouro.
Na Rinchoa,localidade do Município de Sintra, freguesia de Rio de Mouro,encontramos duas árvores centenárias de grande porte, crescem junto a, Calçada da Rinchoa, principal artéria da "urbe",referimos sobreira da Rinchoa e freixo, acerca dos quais aqui escrevi apontamento.São árvores embelezam a Rinchoa e merecem ser preservadas.
Ontem nas caminhadas que realizo ,no "bairro", deparei num outeiro por detrás do muro que ladeia a Rua da Fonte,vetusto e copado carvalho negral,cujo tronco coberto de erva, trepadora,passa despercebido a quem passa e observa a distancia.
Com certeza árvore centenária tal qual as suas "vizinhas" anteriormente referi.São exemplares poupados ao derrube da mata primitiva .Foi sorte terem resistido até aos nossos dias,devem ser devidamente assinalados para a população conhecer este valioso património que valoriza a terra em que vivemos cada dia mais requalificada e propiciadora de melhor quotidiano onde é agradável viver
Paiões situada no concelho de Sintra, Freguesia de Nossa Senhora de Belém,de Rio de Mouro. Investigando no sentido de conhecer com grau de confiança a história desta região onde habito há quatro década,fui consolidando ideia acerca da importância coeva desta localidade.Finamente, posso afirmar estribado em factos comprovados, Paioes foi sitio dominante desta zona do Município Sintrense, no periodo da alta idade média.
Século XVIII António Caetano do Soveral Barbuda personagem importante, relacionado com o Monteiro - Mor do Reino e Marquesa de Penalva aparece proprietário da Quinta de Paiões,aprofundada a pesquisa na senda da família "Barbuda", descobri:No reinado de Dom.Afonso V,como sabemos nasceu em Sintra, neste reinado dizia,um tal Fernão Dias da Barbuda,2º senhor do Paço de Barbuda existente na "quintã do urgeiro", que apurei não ser "urgeiro" mas "urmeiro", actualmente diz-se Ulmeiro.todavia no concelho de Sintra temos ainda o casal do "urmal".Este paço estava onde foram construidos supermercados a igreja paroquial do Cacém , e se realizava feira do Cacém, precisamente na Quinta do Ulmeiro, propriedade de empresa de construção civil do concelho.
Fernão Barbuda, casou com Beatriz do Soveral , herdeira da quinta de Paiões,filha de Miguel do Soveral , fidalgo da Casa Real , 1º senhor da Quinta de Paiões, em Sintra, nesta data não existia freguesia de Rio de Mouro , todo território estava integrado em São Pedro de Penaferrim.Do enlace surgiu em Paiões ramo familiar " Soveral Barbuda.
Quando em 1563, Cardeal Dom Henrique decidiu mandar construir a igreja Paroquial, não poderia ter feito em Paiões porque ser terra Senhorial, a igreja seria "levantada" onde está porque era terreno do Convento da Penha Longa, Ordem de São Jerónimo, a qual Dom Henrique pertencia .Nesse tempo a igreja ficava num ermo, as casas circundantes vieram depois.
Fica registado sem dúvida a importância económica social e política de Paiões, e o motivo porque a freguesia não terá sido denominada "Paiões".
Infelizmente "iluminados" escrevem banalidades acerca da região nunca referiram carácter Senhorial da Quinta de Paiões.Espero a partir de agora se aprofunde esta temática partindo das achegas aqui deixo.
A família Soveral Barbuda,vai juntar-se por matrimónios, a família Campos de Andrade donos Quinta do Pinheiro,e constituir-se poderosa e rica; acabaria mal , no meado do século XIX, isso ficará para outra altura.Por hoje, honra e prestigio para antiga e senhorial terra de Paiões
Ilustro texto com assinatura de um Soveral Barbuda proprietário da Quinta das Sobralas,propriedade estava integrada no antigo Senhorio....
O meu estudo acerca da fábrica setecentista de estamparia, laborou no sítio de Rio de Mouro,hoje dito "velho" para diferenciar do que surguiu no "rescaldo " da pressão urbanistica em redor da estação ferroviária, "Rio de Mouro -Rinchoa", construida no século XIX ,é único testemunho relativo aquela fábrica.
A tarefa de investigar a História, dita " local " a qual dedico z algum tempo, com gosto, guiado pela ideia quanto mais souber relativamente a uma localidade ou região melhor conhecerei a História do Povo, que dizer da Pátria,
Descobri,como atesta fragmento do testemunho escrito que ilustra este texto, existência no final do século XVIII, de uma fábrica de "Xitas", no lugar de Albarraque, cuja direcção seria assegurada por "mestres" italianos.Não sei mais nada relativamente a esta nova achega demonstrativa da antiga importância industrial, da freguesia de Nossa Senhora de Belém, em Rio de Mouro.
Continuarei a "busca" quem sabe consiga decifrar o "enigma",? por agora tive sorte...