O denominado PREC (processo revolucionário em curso) popularmente apelidado de: "verão quente" decorreu no ano de 1975, período onde se cometeram alguns excessos, que fizeram perigar a essência do movimento dos capitães de 25 de Abril 1974.
No concelho de Sintra, a exemplo do que ocorreu por todo País, grupos de cidadãos, organizados primeiro de forma espontânea e genuína depois, "tutelados" pelos partidos políticos emergentes, dizia, tais "comissões ", meteram ombros a sem número de projectos, porque a ditadura salazarista, deixou um rol de carências, e se não tivesse eclodido a Revolução de 1974, ainda hoje estariam por colmatar.
Abastecimento de água e saneamento, no Município de Sintra eram rudimentares, quase exíguos na área rural, a situação neste como outros aspectos apresentava problemas de toda a índole.
Moradores das aldeias e lugares, meteram ombros à "luta", assim no lugar de Casais da Cabrela, na altura pertencente a freguesia de Terrugem, alguém teve ambição de erguer fontanário onde os moradores, pudessem obter água em condições. O abastecimento ao domicilio não havia, e algumas fontes onde encher o "cântaro" eram de chafurdo, perigosas para a saúde. O fontanário construido em mármore por experimentados canteiros, surgiu no largo dos Casais, sendo inaugurado em 1975, conforme reza inscrição na base da "bica".
O fontanário cumpriu a função de mitigar a sede durante muitos anos, actualmente porque todos dispõem de água no domicilio, está seco, para não quedarem dúvidas, os autarcas da actual união de freguesias São João das Lampas e Terrugem, lavaram daí as mãos, declinando qualquer responsabilidade no facto do fontanário estar remetido ao "papel " de airoso de monumento.
Caso para dizer: água que o verão quente fez brotar, a espuma dos dias fez secar... é a vida como diria o outro.
António Brandão de Vasconcelos, republicano, senador, médico, agricultor,adepto da agricultura moderna servida de assalariados pagos com salário justo.Viveu em Colares,Município de Sintra, onde decidiu terminar a vida, em Janeiro de 1934.Fundador entusiasta dinamizador da Adega Regional de Colares, com objectivo de garantir qualidade e preço de venda compensatório para o produto mais emblemático da região , o " VINHO DE COLARES ". Um dos grandes defensores dos interesses da região de Sintra.
Decorridos apenas três anos sobre data do falecimento, em Julho de 1937 realizou-se em Colares luzida festa,na presença do Senhor Presidente da República Óscar Carmona, com finalidade de entregar ao rancho de Colares, no Outono de 1936, havia concorrido, a Festa Vindimária de Lisboa, onde ganhou troféu denominado « Cacho Dourado »,porque a colheita dos vinhedos da região colareja, merecia tal distinção; " o objecto entregue significa a imagem real e o símbolo venerador do fruto precioso que o nutre, dá saúde e riqueza a gente moradora neste lugar ", afirmou na ocasião o orador convidado Dr. Samuel Maia.
As festividades decorreram no pátio da Adega Regional, teve participação das bandas, União Sintrense, Escola Profissional da Paiã, Grémio Musical de Almoçageme, e da famosa fadista Adelina Fernandes madrinha do rancho. Individualidades presentes entre outras, Ministro do Comércio Teotónio Pereira, Governador Civil de Lisboa, Presidente da Câmara Municipal de Sintra,e pároco de Colares, senhor Padre José Barreto.
Nos discursos oficiais , Presidente da Câmara, saudou o chefe de Estado e membros do governo. Chefe de Estado,de improviso,fala de " Alberto Tota, a alma da vila de Colares pessoa a quem se deve , em grande parte a organização da Adega Regional de Colares, bela obra, de um efeito social admirável ".Carmona abraçou Alberto Tota, assistência manifestou-se com uma prolongada salva de palmas, e muitos vivas.
Por último servido ao ar livre um Colares de honra a todos convidados e visitantes,A festa continuou com música foguetes,alegria boa disposição.
Ninguém lembrou a acção de António Brandão de Vasconcelos em prole da região de Colares e Adega Regional, evento,teve mérito demonstrar , mais uma vez , frequente é ingratidão e a inveja,por quem se esforça e trabalha em beneficio da comunidade...
No remoto ano de 1937 meios de informação difundiam notícia : " Sintra esteve em festa mais uma vez. A Câmara Municipal, inaugurou o seu Parque Municipal, propriedade antiga que pertenceu aos condes de Valença ".
O acto estava programado para se revestir de pompa, incluindo almoço de gala no salão nobre do Palácio Valenças, onde actualmente reúne Assembleia Municipal.ao repasto deveria presidir o Presidente da Republica General Óscar Fragoso Carmona ; escrevi deveria porque não aconteceu, culpa de acontecimento inesperado, e que marcou esse dia 4 de Julho.
Com efeito, quando o automóvel que transportava Dr.Oliveira Salazar,parou pelas 10 horas e 20 minutos, junto do prédio nº 96 da avenida Barbosa do Bocage em Lisboa,residência do Dr.José Torcato,em cuja capela Salazar, todos os domingos assistia a missa, no momento que o Chefe do Governo pisava passeio ouviu-se grande explosão, fez ir pelos ares a placa central da avenida e estilhaçar vidraças das habitações das redondezas.Salazar saiu ileso, os autores do atentado, erraram cálculos.
A ocorrência suscitou consternação no País.Em Sintra como Presidente Carmona tardava individualidades presentes, decidiram almoçar, sem a sua presença .
No entanto, pelas 15 horas Carmona , chegou, justificando atraso, pela visita a Oliveira Salazar para se inteirar do seu estado.Inaugurou oficialmente o parque dando pequeno passeio no interior, felicitou o presidente da Câmara Dr. Álvaro Vasconcelos pelo melhoramento , nas suas palavras, muito valorizava a Vila.
Estavadecidido se denominaria Parque Municipal de Sintra,no entanto atentado premeditado contra Salazar, levou Sintrenses mais acérrimos defensores do Estado Novo, iniciativa do Dr. Augusto Mantero,alvitrar que o parque fosse PARQUE SALAZAR. foi até 1º de Maio 1974, nesse dia multidão de cidadãos, deliberou, deveria ser PARQUE DA LIBERDADE; asim está, até hoje.
Cumpri dever de serviço publico deste blogue ; quase ninguém sabia coincidência da inauguração e do atentado.