A obra merece ser elogiada não restam quaisquer dúvidas, no entanto, porque suponho, ainda não ter sido, definitivamente entregue as autarquias,permito chamar atenção para um pormenor :
No troço do caminho pedonal,entre a Rua Adriano Correia de Oliveira e Ponte da Presa, debaixo da qual passa a " via " pedestre, neste tramo, a nível superior ao caminho existe antigo jardim com relva. O muro de suporte das terras foi danificado com as novas obras, é indispensável ser consolidado, caso contrário quando chegar a estação chuvosa,a terra será arrastada pelas águas para o pavimento da " pedovia " como já sucedeu apesar de ter chovido pouco.
No lugar de Paiões, freguesia de Rio de Mouro funcionou pelo menos até 1983, o preventório destinado a albergar, rapazes filhos de pessoas portadoras de tuberculose para os resguardar do contágio da doença dos progenitores.
O estabelecimento na dependência da Junta distrital de Lisboa, beneficiava de rendimento das casas dos bairros Dr. Mário Madeira, propriedade da junta, situados na Pontinha e Urmeira.
A "obra social Alvor" podia receber até 84 crianças entre os 5 e os 10 anos. Várias entidades e mecenas contribuíam para manutenção do "Alvor": fundação Cardeal Cerejeira, União das Juntas de Freguesia e General Costa Macedo.
Implantado num lugar "lavadissimo de ares " na actual rua que ostenta o nome da instituição, o preventório foi instalado em Paiões, pela fama de pureza benéfica para as doenças do foro respiratório, que goza a atmosfera da freguesia de Rio de Mouro.
Quando da revolução de 25 Abril 1974, a instituição sofreu vicissitudes, motivadas pelas sucessivas altercações do denominado "PREC".
O decreto - lei 50/83 de 31 de Janeiro 1983, extinguiu a autarquia distrital, integrou o "internato de menores" denominado "ALVOR", situado em Paiões Rio de Mouro na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
A partir dessa data, o lento período crepuscular iniciou-se e as instalações degradadas apresentam hoje o aspecto da imagem.
Na quotidiana caminhada , no novíssimo passeio inaugurado no pretérito 25 de Abril na freguesia de Rio de Mouro e , ladeia curso de água que já referi, mais de uma vez se denomina das enguias e não da lage, Reparei, mal grado, foi colocada,um dia destes placa, assinalando programa de financiamento , onde aparece, " Ribeira da Lage " como se observa na foto.
Uma vez mais demonstro nome da ribeira como podem confirmar é " das Enguias ".
O topónimo aparece em manuscrito do século XVIII- XIX, editado pela Câmara Municipal de Oeiras.
Coloco ponto final , neste assunto, deixo o repto, face ao esclarecimento, deve ser alterado o teor da placa a bem da verdade histórica e geográfica. Além disso a designação " lage " presta-se a confusão; quem não conhece a temática pode julgar estamos a falar de algo relacionado com concelho de Oeiras , e não de Sintra. Como sabemos Ribeira da Lage, nome citado diariamente em informação de tráfego, fica no Município de Oeiras.
Decorria ano de 1957, dia 28 de Abril, Domingo, foi inaugurada electrificação da linha de caminho de ferro, de Sintra.
Presentes em tão importante efeméride , Presidente da República General Craveiro Lopes , e outras altas individualidades; Cardeal Patriarca de Lisboa,Ministros e demais membros do governo, e também dirigentes da Companhia dos Caminhos de Ferro CP.
Os convidados chegaram a gare da estação de Sintra pelas 13 horas , seguindo depois em cortejo automóvel, para o Palácio da Vila , onde foi servido almoço aos distintos convidados, oferecido pela CP.
No momento dos discursos , o Presidente do Conselho de Administração da CP, Doutor Mário de Figueiredo , depois de modo eloquente ter saudado o Senhor Presidente da República, aproveitou para lembrar naquela data se comemorava aniversário do Professor Oliveira Salazar; aproveitou ensejo para felicitar o aniversariante e render-lhe homenagem, e frisar feliz coincidência da inauguração da primeira linha eléctrica , moderna, na ocasião que o País celebrava, igualmente mais um aniversário da entrada do Presidente do Conselho,para o Governo, e o seu aniversário natalício.
Salazar, permaneceria mais 11 anos no poder; viria falecer em 1970.Quem sabe os problemas que viriam pontuar quotidiano dos passageiros da linha de Sintra, não estariam relacionados com tão " feliz coincidência " ?!...
Aspecto das carruagens eléctricas iniciais, construidas na Sorefame - Amadora
Nos idos de 2015, publiquei nesta " tribuna " apontamento versando a célebre fonte do Pinhal do Escoto . No seguimento daquele facto, simpático leitor escreveu comentário , informando ter comprado o terreno e a fonte , manifestando desejo de falar comigo, acerca da " bica ", comunicamos via telefone, não passou disso.
Nas investigações efectuadas, soube o proprietário da fonte nos anos 60 do século passado, era Engº Maurício Vieira de Brito; presidente do " glorioso Sport Lisboa e Benfica-SLB " de 30 de Março 1957, a 31 Março 1962. Durante o mandato contratou treinador Béla Guttmann, e futebolista Eusébio da Silva Ferreira. É considerado grande impulsionador e mentor do " Benfica europeu ".
Empresário de sucesso , terá sido o presidente mais contribuiu do seu bolso para engrandecimento do clube. Nasceu em Angola 6 de Março de 1919, faleceu em Lisboa 8 Agosto de 1975. Regressou ainda criança a Portugal , ficou para sempre ligado ao concelho de Penacova, terra da naturalidade seu pai, abastado empreendedor.
Corria 1968, durante a canícula, concelho de Sintra, nomeadamente , as povoações de RIo de Mouro - Rinchoa, Baratã, Mercês , Algueirão-Velho , sofriam penúria de água. Face tal situação, aquela grande figura do SLB , mandou reparar mina da fonte , de molde a garantir na bica água em qualidade e quantidade, e disponibilizar acesso da população ao precioso líquido,também,decidiu promover pintura e reconstrução do espaço aprazível onde a está o manancial. Posso afirmar, para além da sede de títulos , da qual conseguiu saciar o clube, contribuiu , igualmente, para mitigar falta de água que afligia de modo dramático os moradores da nossa região. A fonte do pinhal do escoto, ainda vai chamar-se " FONTE ENGº MAURÍCIO VIEIRA DE BRITO ? " .Quem sabe...
Uma rua tranquila em romantico e apascivel recanto da freguesia de Rio de Mouro , Sintra, ostenta placa com nome :
Afixada por vontade dos moradores de Rio de Mouro a qual a Câmara Municipal de Sintra, acedeu com prontidão. Tratou-se de justa homenagem ao semanário regionalista que muito pugnou e continua a pugnar pelo progresso do Município.
Até aqui tudo bem , todavia , simples acto de descerrar a placa revestiu-se de solenidade e festa. No dia primeiro Dezembro de 1968, pelas 14 horas, na presença do presidente da edilidade sintrense, Coronel Duarte Pedro, demais autoridades da municipais e paroquiais , depois de salva morteiros e toque apropriado de clarins, foi descerrada a placa toponímica ; rua não apresentaria o pacato ar desta tarde.
Resta , para terminar, referir após este acto os convidados dirigiram-se a pé para sede da Sociedade União Primeiro de Dezembro pouco afastada deste local , onde se efectuaram cerimónias comemorativas do 81º aniversário da Sociedade.O dia terminou com baile, " dedicado a família da colectividade em festa ". Aqui fica história da colocação de " placa toponimica ", que se revestiu como poucas de muita pompa e circunstância.
Encastrado num muro de suporte a via pública, na berma da antiga estrada real de Lisboa - "Cintra" - encontra-se a edificação votiva dedicada a Nossa Senhora da Piedade, edificada no final do século XVIII ou início do XIX.
Na primeira impressão poder-se-ia concluir, haver sido mandado construir por entidade privada, quem sabe, os primeiros proprietários da casa adjacente junto a qual está o nicho. Talvez tenha sido obra de um "laico" da paróquia de Nossa Senhora de Belém, orago da freguesia de Rio de Mouro. No entanto a fazer no documento seguinte :
A data é 1931, todavia trata-se de repetição do assento elaborado em 1912, quando o Governo da República mandou proceder ao arrolamento dos bens paroquiais, nos termos do artigo nº63 da Lei de 20 de Abril daquele ano.
O pequeno nicho, talvez por doação, estaria já naquela data, na posse da igreja paroquial.
O culto de Nossa Senhora da Piedade estava arreigado nos habitantes das freguesias situadas no termo da Vila de Sintra, como atesta o Santuário de Nossa Senhora da Piedade da Serra, mandado edificar pela Rainha Dona Maria I, no Alto de Vale de Lobos freguesia de Almargem do Bispo, e onde continuam afluir os devotos da Santa...
A denominação "Santuário" atribuida ao templo pelo Patriarcado de Lisboa, parece, evidenciar a importância da devoção Mariana, neste rincão Sintrense, daí, quem sabe? Ter resultado a construção do nicho, importante testemunho da fé popular nos tempos de antanho.
Ocasionalmente , hoje , reparei sobre superficie calcária num combro em pleno centro da Rinchoa, Sintra, circulos dissimulados com enchimento de terra, e que em resultados de obras de requalificação urbanística do local , ficaram acessíveis,
Retirada a terra das cavidades na rocha, elas parecem ser de um qualquer " felino " gigantesco. Obra humana não é concerteza. Será de um " saúrio " pré - histórico ?. Vou indagar e solicitar apoio de quem conheça o tema. Mesmo assim, porque se trata de algo interessante deixo aqui imagens do achado que encheu, igualmente , de contentamento meu neto, quando lhe mostrei ...