Cumprem-se neste difícil 2020, noventa anos sobre falecimento de um dos mais ilustres e talentosos escultores de Portugal : Francisco dos Santos.
Natural de Rio de Mouro. faleceu na casa onde vivia, Estrada de Benfica numero quatrocentos e oitenta e cinco primeiro andar, em Lisboa,as quatro horas do dia vinte e sete de Abril de 1930, com cinquenta e um anos de idade.
O corpo seria velado em casa,pelos entes queridos mais chegados,nos quais se destacavam a viúva Dª Nadine Dubosc Santos, e os filhos Adelaide e Francisco.
Pela câmara ardente passaram numerosas pessoas das quais podemos citar Adaes Bermudes, Francisco Valença, Carlos Reis, Norte Júnior.E personalidades ligadas a direcção do Grande Oriente Lusitano, maçonaria portuguesa, como coronel Oliveira Simões, que representava, o General Vieira da Rocha.
Igualmente compareceram dirigentes da Sociedade Nacional de Belas Artes,Comissão do Monumento ao Marques de Pombal, representantes do grupo Silva Porto,professores e antigos alunos da Casa Pia, grupo Simões Margiochi.
O governo então vigente, presidido Domingos Oliveira,e ministro da instrução publica Gustavo Cordeiro Ramos,conhecido simpatizante do nacional nacionalismo Alemão; não se fez representar.
Podemos afirmar, autoridades ignoraram o acontecimento.Curiosamente, Leal da Câmara também primou pela ausência, apesar de já habitar a casa da Rinchoa...
Antes da hora marcada para o funeral , prior de Benfica, rezou missa de corpo presente.As 14 horas de 28 Abril, saiu para o cemitério de Benfica, onde jaz, em monumento mandado erigir por todos amigos que o admiravam ; anualmente, no dia do nascimento 22 de Outubro, Presidente e elementos da Junta de Freguesia de Rio de Mouro, tem ultimamente, em cerimónia singela, colocado ramo de flores.
Como escreveram na ocasião,na imprensa " a morte do grande escultor Francisco dos Santos, roubou a arte portuguesa um dos seus mais límpidos e originais valores...trabalhava a rudeza dos mármores e a plasticidade dos barros, com singular beleza, independente aos estilos criados ".
Glória da arte portuguesa, orgulho de Portugal insigne filho desta terra onde vivemos e gostamos, recordar Francisco dos Santos é dever de cidadania.
Não poderia passar sem referencia data importante na história da nossa "vila", porque em 1930 :
Antes da passagem da recente tempestade, designada pelos meteorologistas por "BARBARA" que provocou um pouco por todo país estragos e incómodos, felizmente sem vitimas mortais. Muito antes desta barbara situação, entanto, por todo território da nossa pátria, hordas, foram deixando rasto de indesmentida propensão para barbárie.
Aqui em Rio de Mouro, onde sou residente há quase meio século, admiramos o belo e grandioso mural, em azulejo, colocado na Avenida Marques Pombal, perto da estação ferroviária, de autoria da insigne e renomada artista GRAÇA MORAIS, glória da cultura portuguesa.
A obra , relevante exemplo de arte colocada em espaço publico para fruição da comunidade, é motivo de orgulho para quem gosta aqui morar; nem todos consideram como deveriam a beleza de tal monumento porque estamos em presença, sem duvida, algo monumental e singular.
Alguém de extremada incultura, fazendo alarde de instinto de bárbaro, resolveu "grafitar" sobre os azulejos como fosse parede sem qualquer valor. Não se faz, não podemos pactuar!
Não sei quem terá feito esta BARBARIDADE, como podemos aquilatar nas imagens. A sublime arte de Graça Morais, merece admiração e respeito de toda a gente.
No município de Sintra,deparamos numa extrema das freguesias de Rio de Mouro,e São Pedro de Penaferrim,não muito afastado do limite concelhio com Cascais ; paredes meias com aldeia de Albarraque; um sitio cresceu urbanisticamente, de modo significativo, durante muito tempo sem qualquer controlo camarário, originando aglomerado de génese ilegal, popularmente designado " clandestino ", estamos a referir ao Casal do Marmelo.
A origem pode estar relacionada com o fruto do marmeleiro,nas redondezas ocorrem topónimos,conotados com flora frutícola: zambujeiro , abrunheiro, vinha, e também com coberto vegetal : tojal,prado,carrascal,arroteia etc,
Assim tudo apontaria para igual proveniência do nome do casal.Todavia situação geográfica, em zona de indefinição de limites,pode indicar. eventualmente, que o casal se edificou ali , para permitir primitivo morador, dedicar-se actividades de carácter marginal, fugindo da alçada da lei; ao fim ao cabo , não seria claro a que órgão jurisdicional autárquico competia exercer função controle policial.
Recordo o termo " marmelada ", designa além do doce obtido a partir da cozedura do fruto marmelo, também algo confuso e pouco recomendável " uma marmelada",
Agora, aqui está na simplicidade do objecto, uma difícil conclusão; na toponímia como na vida, sem dar por isso deparamos com situações propicias a confusão, enfim : marmeladas.