Cumpriu-se no passado 22 do corrente mês de Julho, aniversário de Português,figura cimeira da sociedade do seu tempo.
Recordo Manuel Augusto José de Mello,passou a história conhecido por D. Manuel de Mello; nasceu na freguesia de São Martinho, Vila de Sintra, sendo baptizado na igreja Paroquial do orago, a 2 de Agosto de 1895.
Filho legitimo de Dom Jorge José de Melo,e Dona Maria Luiza Mayer de Mello.Era neto paterno dos Marqueses de Sabugosa, materno das abastadas famílias Lima Mayer, e Pereira Guimarães. Os Lima Mayer residiam em Lisboa na Rua do Salitre, onde está Chancelaria da Embaixada de Espanha,palácio de sua propriedade, e onde em solteiro D. Manuel de Mello habitou.
Obtendo esmerada formação académica cursando instituição universitária de Zurique na Suíça, casou em 1919, com Dona Amélia Resende Oliveira da Silva, filha única de Alfredo da Silva, fundador e grande impulsionador do grupo industrial CUF(Companhia União Fabril)
Dom Manuel de Mello,ampliou consolidou a obra do sogro.Gostava muito da sua terra e de todo Município Sintrense, a ele se ficou a dever a colónia de férias para os filhos dos empregados da CUF, situada em Almoçageme.
Faleceu em Lisboa, num Hospital pertencente ao seu grupo empresarial no dia 15 de Outubro 1966.
A história além de outras virtualidades permite, quando conhecemos factos ocorreram nos edifícios em decadência,conseguimos imaginar como seriam em tempo de opulenta vivencia.
Na tapada, dita da Marquesa, contigua ao recinto onde se realiza a secular feira das Mercês; deparamos, actualmente com construção residencia rural da nobre família de Lorena Daun, exibindo ar decadente, de ruína progressiva.
No entanto, além da permanência da senhora Marquesa viúva de um dos titulares, da casa Pombal,seria palco de importantes, eventos, como o da assinatura da venda dos terrenos e anexos onde está instalada a Base Aérea nº1, precisamente, na Granja do Marquês, junto da Estrada de Sintra a Mafra , por Pero Pinheiro.
Além disso nos anexos da " mansão " funcionou em finais do século XIX, a Escola Agrícola da Quinta Regional de Sintra, cujo campos experimentais eram precisamente na Quinta da Granja, arrendada pelo Estado, para o efeito.
Fazemos votos,seja dado uma utilização social e culturalmente digna, a este edifício, porque neste como em outros casos " quem vê ruínas, talvez, não veja a história que albergam ".
Nas recentes jornadas, sobre História Local, Sintrense,promovidas na Quinta da Riba Fria em Sintra, pela Associação Cultural Algamares,onde proferi palestra, acerca do Casal dos Almargens, existiu na freguesia de Rio de Mouro,referi facto das tarefas agrícolas daquela, extensa propriedade, serem realizadas com recurso a mão de obra escrava.
Durante debate seguinte alguém considerou relevante a informação porque nunca ouvira falar de tal situação.
Na altura tive oportunidade de afirmar, ser frequente, nas quintas do terno de Sintra, designadamente na área de Paiões , Rio de Mouro, São Marcos e Meleças, a existencia de escravos.
Acrescento, testemunho, confirmando outra situação. Na quinta grande de Meleças, situada onde hoje está, parte baixa da Rinchoa, primitiva, zona das Avenidas das Faias, e Robinias, ser cultivada por mão de obra escrava.
Registo paroquial de óbito,ocorrido em vinte nove de Outubro, de 1754,podemos ler "Manoel Gomes, casado com Catarina Inácia, ambos pretos, escravos, de Dona Maria Joaquina, viúva de Diogo José, da quinta de Meleças."
Enterramento, no interior da igreja, revela a inexistência de qualquer discriminação do foro eclesial.
Curiosamente, tres meses depois do falecimento, a viúva de Manoel Gomes, deu a luz criança do sexo masculino.
O recurso a mão de obra escrava, entre outros factores, tinha origem no facto da maioria dos naturais, preferir viver da caridade, pedindo a porta dos conventos em vez de trabalhar...
Na antiga Feira das Mercês a mais concorrida da região de Lisboa, depois supressão da romaria do Senhor da Serra, em Belas.
No terreiro da Tapada da Marquesa,a carne de porco a moda das Mercês, servida em caçoilos de barro, as deliciosas peras pardas cozidas, eram dos "petiscos" mais consumidos, pelos milhares de pessoas ali acorriam "feirando ".
No sitio onde hoje está Parque Urbano da Rinchoa, velhinha pereira, pouco cuidada e apresentando,muitos ramos secos cobertos de musgo, ainda produz com algum vigor frutos, regalam a vista a medida vão amadurecendo,demonstram ser da variedade cor castanha ou parda, como antanho se dizia.
Deveriam ser assim, antigamente, a maioria das pereiras da terra das peras : a Rinchoa
Aqui , neste rincão encontramos medronheiros com tronco e altura, indiciam ser arbustos de avançada idade.
Contrariamente, ideia feita que o medronheiro era mais abundante no Algarve, hoje já não será assim. Nas serranias da Cordilheira Central,concelhos de Pampilhosa da Serra, Oleiros e Sertã deparamos com extensos medronhais, também conhecidos com designação de ervedeiros.
Na Freguesia de Rio de Mouro, na extrema com a vizinha freguesia de Algueirão - Mem Martins,junto do caminho para quinta do Mosqueiro, deparei com dois exemplares de medronheiros, silvestres, dignos de menção.
Resistiram a incêndios e avanço da urbanização, são belos esguios e vetustos.