Em anteriores apontamentos, referi que um dos mais populares pratos da região metropolitana de Lisboa, e amplamente consumido por todo país "o Prego", salientando petisco, surgiu primeiramente no concelho de Sintra.
Num dia recente duma semana destas, investigando um assunto que estou a estudar, encontrei um interessante testemunho, de outro prato também muito popular ligado a denominada região saloia, do arrabalde de Lisboa.
Por volta 1920, começou generalizar-se, o hábito dos citadinos, se deslocarem, principalmente as zonas produtoras de bons vinhos, felizmente sempre existiram por estas bandas, para provarem a pinga.
Um sítio de romagem vinícola era Bucelas, freguesia do concelho de Loures, para acompanhar a degustação "báquica", os estabelecimentos bucelenceses começaram servir "frangos na grelha à saloia". Iniciando o consumo em larga escala do petisco. Tal foi o sucesso que surgiram nas imediações de Bucelas, os primeiros aviários produtores do "frango do dia".
Na cidade de Lisboa, o emblemático estabelecimento, situado no parque Mayer, seria local preferido, segundo imprensa da época por artistas de teatro, escritores, homens da sociedade lisboeta e conhecidas figuras da boémia alfacinha para saborearem o delicioso petisco.
O frango era assado à vista do freguês, em condições de higiene irrepreensíveis, o vinho da casa, arinto de castas brancas e tintas, não fosse o nome do estabelecimento:
A simpática e ridente vila de Bucelas, pode ufanar-se de ter contribuído de modo decisivo para difusão do consumo de "frango assado na grelha".
Em toda geografia de Portugal,deparamos topónimos com designação "Sobral",normalmente, associados a outro nome. Na região saloia, recordo Sobral da Abelheira, Sobral de Monte Agraço,entre outros.
No concelho de Sintra, abundam de modo isolado ou em povoamentos, com numero significativo, milhares de sobreiros e carvalhos, sabemos, pertencem a mesma " família botânica ".
Na freguesia de Rio de Mouro, no seguimento da vetusta Quinta das Sobralas, é possível observar, exemplares de sobreiras ficaram depois do arroteamento das terras adjacentes, para cultivo:
Imagens de sobreira e um carvalho, na primeira, visível o numero indicando a próxima extracção de cortiça.
Tudo isto podemos observar bem no coração de zona urbana, da área Metropolitana de Lisboa, no alfoz da muito antiga freguesia de :
O desmesurado crescimento urbanístico, do concelho de Sintra, principalmente, nos sítios, acessíveis por caminho de ferro; hoje em dia,controlado,apesar de tudo, é possível, fruir de recantos de beleza campestre a vinte quilómetros do centro da capital.
A freguesia de Nossa Senhora de Belém de Rio de Mouro, arrabalde dos mais pitorescos da Grande Lisboa.
Um dia desta semana deambulei pela várzea de Rio de Mouro, onde encontramos,reminiscências da antiga ambiência rural da região. Seja extensos, pomares de nogueiras.
Alem de renques de frondosos pinheiros mansos, que em povoamentos interessantes, abundam por estas bandas. Como as rolas se alimentam de pinhões das pinhas destes " pinus ", por toda a freguesia ouvimos o arrulhar característico destas aves.
Contemplando esta serena paisagem , recordo nosso conterrâneo, Domingos Torres, nascido em rio de Mouro, um dos grandes poetas Portugueses melhor cultivou o soneto; termino citando verso de sua autoria .
" NO MEIO DA TORMENTA OU DA BONANÇA. ESTA É A VIDA: Ó CÉUS: QUE ME NAMORA ".