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Tudo de novo a Ocidente

LAVADOUROS DA ALDEIA

No tempo em que não dispunham de abastecimento de agua domiciliaria, e talvez ainda nem se ouvia falar em maquinas de lavar. As populações rurais, aproveitavam agua de riachos ribeiras e rios para lavarem as parcas roupas do seu " bragal".

A tarefa da lavagem era trabalho destinado exclusivamente as mulheres.Situado pouco abaixo do pontão sobre a Ribeira das Enguias, e por onde  antigamente  passava o caminho entre Rio de Mouro e  Mercês ;neste lavadouro,  ainda são visíveis as pedras onde ensaboavam e batiam a roupa,deve ter sido local de longas conversas, enquanto aquela ia ficando pronta para corar ao sol sobre a vegetação da margens.

Durava muito este trabalho, dando azo a longas conversa, daí vem o termo " lavar roupa suja " quando uma conversa entre vizinhas se prolonga.

Rústico local, tem encanto próprio das coisas simples , genuínas. Gostei de ter encontrado na manhã deste dia, durante o passeio, nunca antes havia reparado neste encantador recanto.

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PINHAL NA MINA DA SERRA

Relíquia, resto do extenso coberto vegetal outrora existente por esta banda, deparamos implantado na centralidade da freguesia de Nossa Senhora de Belém,Rio de Mouro, município de Sintra,um pequeno aglomerado natural de pinheiros mansos, testemunho de antigos moradores, que ousaram semear, árvores de folha persistente, úteis para o quotidiano, proporcionando lenha para cozinhas e fornos,caruma para a  "cama " dos animais domésticos. Árvores fortes capazes de resistirem ao assalto do vento e tempestades. 

Airoso conjunto infelizmente. pouco aproveitado e não integrado com devia no recente arranjo paisagístico, levado a cabo pelos serviços camarários.

Algumas árvores, estão tombadas outras secaram devido a densa plantação talvez fosse bom ser limpa retirando  lenhas e caules secos que não servem para nada.

O bosquete, tem indeclinável valor paisagístico, e causa admiração a sua ocorrência  em zona densamente povoada. Mais um encanto do nosso burgo...

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SIMPLES NOME DE RUA

Num recanto da zona mais antiga da freguesia de Rio de Mouro, na localidade vulgarmente  denominada Rio de Mouro  Velho, existe uma rua, cuja placa toponímia ostenta, quase anónimo nome.No entanto refere alguém importante papel social e económico na história não só da região, mas também do País.

António José da Luz nasceu no ano de 1867,filho de rico proprietário e industrial,natural e residente em Rio de Mouro. Talvez porque destinava ao seu herdeiro um futuro de relevo, aquele capitalista,quis seu rebento, viesse ao mundo  na casa que possuía na Rua da Junqueira, então do concelho de Belém, com intenção   ser baptizado, na " verdadeira " igreja de Nossa Senhora , ou Santa Maria de Belém,em vez do humilde templo de Rio de Mouro de igual evocação. 

Quando completou, idade 19 anos, António José, rumou a Inglaterra para  estudar técnicas têxteis de tecelagem e estamparia,com intuito mais tarde modernizar e ampliar a fábrica da família em Rio de Mouro.

Regressado, a Portugal, ainda acompanhou o pai na gestão do negócio.Infelizmente, em 1905,  com pouco mais de 60 anos,progenitor viria a falecer.

Questões de heranças, e talvez por ter conhecimento que o negócio para ser rentável, exigia investimentos que a família Luz , não estaria disposta a efectuar, a fabrica seria vendida a José Cupertino Ribeiro,abastado comerciante e accionista da poderosa Sociedade Lisbonense de Algodões, e da Estamparia de Braço de Prata, tudo sediado na capital.

António José da Luz,viria a tornar-se grande proprietário em Rio de Mouro,e auxiliando muitas das obras sociais da freguesia. Por essa razão a Camara de Sintra deliberou atribuir, o seu nome a rua onde se situa a sua habitação.

Faleceu em 1934, na freguesia de Rio de Mouro , sendo sepultado no jazigo de família no cemitério publico paroquial , melhoramento, curiosamente, construido  grande parte, graças a  contribuição monetária  de Cupertino Ribeiro.

Eis como placa toponímia aparentemente , sem interesse, recorda factos marcantes da história local.

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VETUSTO FREIXO

Durante o passeio matinal utilizando a " pédovia ", construida na Serra das Minas , Rio de Mouro Sintra, bordejando a Ribeira das Enguias , que a incultura de alguns continua a designar indevidamente da Lage. Nessa ocasião deparei com robusto e provavelmente centenário freixo,cujo tronco iluminado pela luz solar, evidencia admirável  fuste da árvore.

Como está limpa de vegetação circundante, que impossibilitava visibilidade, surge agora a quem se dispõe admirar,  a beleza singular de um monumento vivo.

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VISITA DO GENERAL NORTON DE MATOS

Segundo a imprensa da altura,  entardecer do dia 1º Dezembro, de 1953, teve lugar na residencia de familia Leal da Camara, o qual havia falecido em 1948; luzida e importante cerimónia, durante a qual a viuva do artista e escritor Dona Julia Leal da Camara, procedeu a doação da espada de seu sogro, capitão do Exercito Português morto na colónia de  Timor em 1896, durante operação militar, para reprimir revolta tribal contra o dominio colonial.

A espada seria confiada ao Museu Militar, em Lisboa, onde ainda hoje permanece exposta.

O sobrinho neto de Leal da Camara, João Paulo da Camara, então o mais jovem descendente do militar perecido em combate, fez entrega da espada ao director do Museu Militar; sua vez entregou a Dona Julia uma mensagem evocativa da cerimónia.

A este acto compareceram o vice chefe do Estado-Maior do Exercito,outros oficiais generais e superiores, amigos de Leal da Camara. O Professor Dr, Joaquim Fontes, proferiu discurso em nome dos amigos da Casa Museu ,recordando a memória do capitão Eduardo Inacio da Camara,

Esteve presente ilustre General Norton de Matos, candidato nas eleições Presidenciais de 1949, contra General Carmona, e das quais desistiu por considerar que não eram livres e justas.

Nesta epoca Norton de Matos, estava com idade 83 anos; mesmo assim quis comparecer honrando a memória do progenitor do amigo de toda a vida havia sido mestre Leal da Camara,

Não posso afirmar seria esta ultima visita de Norton de Matos a Rinchoa, atendendo iria falecer em 1955,vivendo em Ponte de Lima, pode muito bem ter sido.

Simbolicamente assinalando-se hoje a restauração da independencia nacional em 1640; não deixa  ser curioso verificar, em dia semelhante no distante 1953, esteve na nossa terra, um democrata que ao longo da vida lutou sempre pela restauração da democracia parlamentar e pluralista.

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