HISTÓRIA DA URBANIZAÇÂO QUINTA DE FITARES NA RINCHOA , SINTRA
Amiúde ouvimos com razão pessoas indignarem-se com atropelos urbanísticos cometidos um pouco por todo País, deixando transparecer tais desmandos, foram consequência das alterações sociais e políticas decorrentes da Revolução de 25 Abril 1974.Parafraseando celebre debate televisivo,é caso para dizer "olhem que não...".
Vou ilustrar com caso, considero exemplar. A Quinta de Fitares, antiga e extensa propriedade, existente na Freguesia de Rio de Mouro no concelho de Sintra, passou por diversas vicissitudes, até meados do século passado, quando grupo de pessoas abastadas, próximas do artista e escritor Leal da Camara, viu na urbanização do que restava da quinta boa oportunidade de investimento.
Depois de aturado estudo chegaram a conclusão, a quinta de Fitares, era apropriada a zona verde da chamada " cidade jardim da Rinchoa ", a ser edificada, unicamente com vivendas, na área do "Casal da Serra". A ligação entre todo este espaço deveria ser concretizada através da Avenida dos Cedros.
Esta aspiração urbanística, mereceu aprovação da Câmara Municipal de Sintra e Governo Civil de Lisboa, e detentores dos terrenos. O casal da serra foi vendido a uma empresa para construir; restando Fitares.
A viúva de Leal da Camara faleceu, as vivendas do casal da serra, passariam a prédios de três pisos mais tarde, acrescentados. A quinta de Fitares, e valioso manto florestal, permaneciam a margem, até 1967, quando um incêndio, de acordo com imprensa da época, teria sido de origem criminosa,reduziu a "carvão centenas de pinheiros e eucaliptos" da Quinta de Fitares.
Destruída a floresta,era agora mais fácil a especulação imobiliária. Adquirida pelo "rei do espumante ", Fitares, viria a ser tranformada a partir de parecer favorável em 1973, naquilo que hoje conhecemos... Assim acaba " era uma vez"...
Na imagem Avenida dos Cedros, indubitavelmente idealizada para ligar Fitares e Quinta Grande.