No tempo ido, não há muito,no mundo rural campesino, a maioria das crianças quando chegava altura de ir para a escola, não encarava esse acto com muita satisfação.Sucedeu comigo, e para fazer ver quão útil seria, frequentar a escola; meu avô materno costumava enfatizar: temos de aprender a ler e escrever, porque até para ser carreiro, e andar com uma junta de bois, é preciso.
Não ficava muito convencido,mas teve de ser, contrariado lá fui.Não querem saber meu querido avô Augusto, tinha razão?!.
Descobri durante a pandemia, existência da obrigatoriedade, de se fazer exame, tipo "carta de condução ", para exercer oficio de carreiro e carroceiro,outros correlativos. Esta imposição esteve em vigor até a década 1960.
O exame era obrigatório para aceder a função de " cocheiro amador, e profissional; carroceiro guiando um animal,cocheiro guiando dois ou mais animais; carreiro guiando um boi ou vaca; carreiro guiando dois bois ou vacas".O resultado seria aprovado ou reprovado.
O exame constava de parte prática e escrita, quem não fosse aprovado ficaria inibido de conduzir na via publica, ou efectuar trabalhos de apoio agricultura.
Na região saloia, freguesia de Rio de Mouro era uma das onde existiam mais individuos com este mister de carretagem.
Na antiga freguesia de Nossa Senhora de Belém , de Rio de Mouro, Município de Sintra,a cujo território pertenceu até a década 1950 o da actual, autarquia Cacém-São Marcos;laboravam ao longo da ribeira de Vale de Lobos, Fitares da Jarda, ou do Papel, no tempo das chuvas, diversas azenhas, sobre as quais já algumas vezes escrevi neste blogue.
Deparei agora no registo paroquial dos baptismos da freguesia de Rio de Mouro, anos 1740-1754,indicação de haver sido baptizado uma criança, nascida na " azenha da barroca desta freguesia".Conhecemos assim uma nova moenda, situada ao fundo da quinta da barroca,perto do lugar do Cacém, naquela época como já referi,pertencia a Rio de Mouro.
Topónimo ainda existe, como podemos ver no mapa,mandado elaborar pelos serviços urbanísticos da CM de Sintra.
As árvores por mais simples e solitárias que algumas vezes aparentam,são resultado de gestos e decisões quiçá curiosas que nem fazemos ideia.
Vem a propósito um viçoso e robusto pinheiro manso, que cresceu num exiguio canteiro, na entrada de estabelecimento comercial,aqui na Rinchoa, concelho de Sintra, onde sou antigo morador.
Na Calçada da Rinchoa,a meio da subida para quem vem da estação dos comboios, existiu supermercado,muito frequentado pelas gentes do burgo, denominado "Polisuper". Agora ainda funciona superfície comercial com outro nome. Por volta de inicio da década 1980, alturas do Natal, no "Polisuper",vendiam tradicionais,pinheiros para quadra. Belo dia,o fornecedor dos " pinus", ofereceu as meninas do super, pequenino pinheiro manso ,com raiz,pronto a ser plantado em terra,que aquelas colocaram no canteiro referido.
Árvore, forte resistiu, sendo actualmente belo exemplar, que adorna não só a entrada,mas também a própria rua.
Agora os pinheiros de Natal são de outra espécie, maioritariamente artificiais, que está mais consentâneo com preocupações de preservação das espécies florestais.
O pinheiro do Polisuper, é memória de tempo já distante; oxalá continue a ser por muitos mais anos.Fica a "estampa".
Simples folha saiu quando da realização em 1944 do Congresso promovido pela Comissão de iniciativa das Mercês Rinchoa e Mem-Martins, onde pontificavam Leal da Camara, e Professor Doutor Joaquim Fontes, grandes impulsionadores do progresso desta região do Município de Sintra.
A "publicação",sem custos para os publicitados,pretendia realçar alguns estabelecimentos, importantes naquela época, e exerciam actividade na freguesia de Rio de Mouro.
Devemos referir o evento teve lugar no casino da Rinchoa, onde hoje funciona conhecido e prestigiado colégio na Avenida dos Plátanos.
A fabrica Cambournac, já não existe,lugar do Papel onde se situava, pertence agora freguesia de Agualva-Cacém, criada no inicio da década 1950.
A escola de Rio de Mouro era escola primária da Rinchoa, inaugurada em 1935, funcionando, actualmente,como núcleo dos saloios da Casa Museu Leal da Camara.
Restaurante, e pensão Maria Teresa,situado na zona onde hoje está prédio da agência bancária de um Banco Público;teve fama por ser frequentada por muita gente endinheirada de Lisboa, que vinha á Rinchoa para " cura de ares".
A localidade era reconhecida com tendo atmosfera propicia a cura de infecções respiratórias,nomeadamente, de crianças.
A casa Nina, actualmente existe, na rua dos Cravos, Rinchoa, na especialidade de padaria. A mercearia junto da Casa Museu Leal da Camara, no rés-do-chão da habitação da família fechou há muito; ainda conheci.A caixa do correio continua na parede da casa " Nina".
A mercearia "Fonte do Rouxinol", ficava onde está edifício Arcada na Calçada da Rinchoa.Mercearia e taberna, comunicando interiormente entre si.A mercearia acabou ficando casa de petiscos " O ROUXINOL", o qual mudou, quando da demolição, para Avenida de Fitares,e felizmente continua, tradição dos antigos pitéus, moelas, pi-pis,pregos bitoques,e frutos do mar de várias espécies. é uma "instituição" do bairro como se comprova fundada a 80 anos.
Aqui está como uma simples folha imprensa tem matéria daria um livro.