Neste dia fazemos chamada de atenção para importância de preservar e conhecer os centros históricos das nossas cidades vilas aldeias e simples povoações,paginas vivas da nossa história e identidade.
Não iremos dissertar acerca de centros históricos visitados e pretensamente conhecidos por muita boa gente.
Temos aqui neste cantinho do Município Sintrense, freguesia de Rio de Mouro, interessante e valioso centro histórico,injustamente quase desconhecido.
O centro histórico de Rio de Mouro,é aglomerado urbano onde podemos encontrar elementos relativos a insignes quintas, maioritariamente, do século XVIII, igreja Matriz de 1563, talvez mais caracteristico exemplar de uma orada de cunho rural , a menos de vinte quilómetros de Lisboa.
Um bem preservado conjunto de vila operária do século XIX,testemunho de importante fabrica de estamparia, existiu no burgo.
Fonte setecentista; rio de aguas cristalinas,capela do Espírito Santo, actual sede oficial da autarquia.
Nicho de Nossa Senhora da Piedade, igualmente oitocentista.Largo denominado do Registo Civil,ligação inequívoca ao ideario e propaganda republicanas.
Aristocrático,burguês,monárquico republicano, sacro e laico,tudo isto faz do centro histórico de Rio de Mouro, sem motivo apelidado de "velho",tudo contribui, diziamos, para fazer do nosso centro histórico,local a visitar e admirar porque merece ser conhecido....
O culto do Divino Espírito Santo, teria sido trazido para Portugal, pela Rainha Santa Isabel, esposa do Rei D. Dinis. Como património para usufruto da Rainha, o marido concedeu diversas Vilas do Reino, entre elas Sintra e Alenquer, onde se fundaram vários "Impérios", encarregues de difundir culto do Santo Espírito,impulsionados pelos frades Franciscanos.
Em Sintra,uma das Vilas doadas a Rainha Santa Isabel,a devoção enraizou-se, permanecendo,ainda hoje,muito adulterada na aldeia do Penedo, freguesia de Colares. com grande fervor nas ilhas dos Açores, e diáspora Açoriana, por todo Mundo.
Além do império, subsiste no Penedo, existiu no concelho de Sintra,pelo menos outro, na antiga freguesia de Nossa Senhora de Belém, de Rio de Mouro; cujas cerimónias se realizavam na ermida de Nossa Senhora das Mercês.
Curiosamente, na capela do Penedo, embora ,vulgarmente, apelidada de Santo António, como sabemos monje franciscano, é templo da evocação de Nossa Senhora das Mercês
Luís Cristiano Cinatti Keil,filho do compositor, pintor e poeta Alfredo Keil, autor da musica do Hino Nacional; e muito ligado ao desenvolvimento da Praia das Maçãs.
Luís Keil, Director do Museu Nacional de Arte Antiga, investigador e historiador, publicou, na Revista "A ÁGUIA", numero Dezembro 1917, estudo sobre o império do Penedo. Em nota de roda pé informa " nas Mercês próximo de Rio de Mouro, coroava-se também uma imperatriz ".
Ficamos cientes da existência de um império do Espírito Santo, Rio de Mouro, freguesia a qual até década 1950, pertenceram lugar e capela de Nossa Senhora das Mercês.
Outra particularidade, demonstra uma vez mais ligação,existiu ao longo dos séculos entre Rio de Mouro e sede do concelho, fazendo deste território, um dos que mais proximidade social e religiosa teve com a Vila de Sintra, a cujo, termo sempre pertenceu.
Desenho da mesa do bodo do Penedo , autoria Luis Keil, que ilustra estudo citado.
Voltamos de vez em quando,ouvir lenga lenga,laudatória a hipotética, superioridade moral e ética, do regime Salazarista que durante décadas dominou como quis Portugal.
A propósito de transparecia, cumprimento das lei, ausência de corrupção,deixo exemplo entre muitos de como no Estado Novo, funcionava.
Na década de sessenta, concretamente 1962,ainda com Oliveira Salazar,ao leme da ditadura,em Lisboa e arredores, também por todo Pais, piteu gastronómico consistia no enunciado, titulo deste apontamento.
A lei proibia caça e venda das avezinhas,no entanto, o comércio e consumo faziam-se a vista de toda a gente, sendo frequente nas inúmeras "tascas" que serviam tal comida, encontrar agentes da autoridade fardados,
Era assim naquele tempo; aqueles hoje clamam por mais transparência menos corrupção e respeito da lei, apresentando exemplo do Salazarismo, é por nunca comeram " passarinhos fritos ".
Para terminar,recordo, na região saloia,eram muitos locais convidando apreciar a iguaria, alguns verdadeiros centros de romaria dos apreciadores...
Nos idos década 1960, teve fama e proveito delicioso, refrigerante,gaseificado com sumo de maçã diluído na então muito consumida agua de Caneças, integrada naquela época no concelho de Loures; essa água era comercializada, na área da grande Lisboa, em típicas cantaras de barro vermelho, bem rolhadas com grandes rolhas de cortiça.
O refrigerante amplamente conhecido, por toda a região alfacinha,teve muitos apreciadores,fiéis enquanto durou, fui um deles; hoje remexendo papeis antigos deparei com publicidade relativa a bebida. Deu laivo de nostalgia, talvez haja ainda alguém desse tempo, também recorde. Não é possível beber.Lembremos pois. Saúde