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Tudo de novo a Ocidente

FACTOS DE RIO DE MOURO NO FINAL DO ANIGO REGIME

A  freguesia de Nossa Senhora de Belém em Rio de Mouro, durante séculos foi a mais importante de todas as do termo da vila.

Neste território do Município de Sintra,possuíam propriedades,normalmente belas quintas,algumas das mais abastadas famílias do Portugal de oitocentos.

Já escrevi neste espaço,acerca de algumas,no entanto ainda há muito para desvendar.

Um dos grandes do Reino senhor de extenso domínio neste rincão Sintrense, foi o Visconde de Beire, Manuel Pamplona Carneiro Rangel Veloso Barreto de Miranda e Figuerôa, casado com D. Maria Helena de Sousa Holstein,irmã do Duque de Palmela.

Beire, freguesia do concelho de Paredes, no distrito do Porto, onde este titular detinha  Quinta do Paço da Torre, adquirida por herança paterna.

Uma das filhas do Visconde de Beire, casou com Conde de Resende,desse matrimónio nasceu Dona Emília Maria de Castro, viria a casar com o escritor Eça de Queiroz. Por herança recebeu  quinta de Vila Nova, em Santa Cruz do Douro, concelho de Baião que Eça imortalizou  no livro " A Cidade e as Serras".

Em Rio de Mouro Visconde Beire era senhor do Casal  de Francos, com sua azenha, matas, vinhas e terras de trigo, que  arrendadas proporcionavam  bom rendimento.

No casal existiu casa onde o visconde e seus familiares, por vezes se refaziam do bulício citadino.

Sendo a esposa de Eça herdeira do Casal,talvez numa visita que o imortal escritor, porventura, haja feito ao sitio,tenha relembrado a escrita de parceria com amigo Ramalho Ortigão," O mistério da estrada de Sintra".Quem sabe?

 Além da família Lara da quinta da Fonte Nova, dos Andrade da Quinta do Pinheiro, Visconde do Tojal, Visconde de Benagazil, podemos acrescentar agora Visconde de Beire, atestando a importância social e económica da nossa terra até a implantação do regime Republicano em 1910.

 

 

VOLTANDO AO AQUEDUTO DA MATA

Retomando a temática deste empreendimento, tributário do canal principal do aqueduto das aguas livres, já referido neste espaço,vou lembrar hoje,mais características desta obra,

Depois de receber as aguas das  nascentes da chamuscada e do molhapão,o aqueduto antes da aldeia da Venda Seca, aduzia precioso liquido,vindo do poço da quinta do grajal.

Esta nascente vertia agua de excelente qualidade,que foi também aproveitada para outros fins. Famosa agua da fonte do cedro, era base de  deliciosa laranjada designada  "fonte do cedro",durante muito tempo vendida em lojas da area da grande Lisboa.

Mais tarde cerveja com a marca "cergal", seria laborada com a mesma agua,sendo bebida  de muito boa qualidade.As aguas da nascente foram contaminadas com infiltração de efluentes prejudiciais que devem ter tido origem em qualquer obra levada a cabo nas imediações. 

Prosseguindo ao longo do traçado, passada Venda Seca, depois de atravessar a estrada de Belas a Mafra,pela serra da carregueira,engrossava caudal do aqueduto agua vinda por conduta própria do Casal do Broco, alturas da quinta da fonteeireira.

Finalmente o aqueduto da mata  ligava com denominado das Aguas Livres,no sitio do Casal do Pelão,abaixo da quinta das Aguas livres.

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