Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Tudo de novo a Ocidente

NOME DE RUA SINGELO MEMÓRIAS QUE SUSCITOU

Manhã polvilhada por uma chuva miudinha,vulgo molha tolos; aqui para nós talvez haja sido sido tolice com tais condições de tempo fazer a caminhada habitual,   valeu a pena  sabem porquê ?

Num determinado ponto do percurso,ali por alturas do sitio de Ouressa,no caminho do antigo Cacém de cima, deparei na esquina do ultimo prédio curva de uma artéria com aspecto de ser pouco; concorrida placa toponímia coma inscrição.

                                                         RUA

                                                     MANUEL

                                       FRANCISCO   SERRA

                                       Futebolista ( 1935.1994 )

Num ápice veio a memória  longínquo tempo da minha juventude, década de 1960 . Havia iniciado meu percurso da vida laboral, terminado o ensino curso industrial  nessa antiga  "  universidade proletária ", a Escola Industrial Marquês de Pombal , em Lisboa primeiro em Alcântara , depois em Belém na Rua das Casa de Trabalho.

Dispondo de fundo de maneio próprio , era frequentador assíduo dos bilhares do Café Nilo, em Benfica, aonde chegava facilmente utilizando , carreira 29 de autocarros da Carris que  serviam o bairro dos funcionários da cadeia de Monsanto, o forte; aonde meu pai foi guarda prisional.O Bairro adoptivo era Benfica.Ai encontrei alguma vezes velhas glórias do SLB, que apesar de não ser o meu clube, simpatizava com eles, Caiado, Cruz , Ângelo, Aguas, este ultimo , havia sido meu vizinho quando morei no Bairro do Tacha,actualmente actualmente Buraca, Os jogadores iam ao  café Nilo porque o " lar do Benfica" como então se dizia ficava no sitio das Pedralvas, ali perto.

Mas entre os jogadores que falávamos e encontrávamos estava o Serra, defesa brilhante do tipo se passa o homem não passa a bola. Sabia que vivia  no  Cacém ao tempo freguesia de Rio de Mouro . Granjeou  nomeada, mas pouco bafejado pela sorte.

Não sabia, existia no Cacém uma rua com seu nome.  Abandonou o futebol de alta competição cedo, teria 27 anos, depois regressou ao clube de origem Atlético Clube do Cacém. O fim de vida seria trágico,sem emprego condigno vivia na quase indigência.

Morreu assassinado em plena via publica em frente da sede do Atlético do Cacém, com tiro de caçadeira, disparada por um primo, ao que dizem  motivado por desavenças familiares relacionadas com partilhas.

Descanse em paz ,  infortunado Serra, grande defesa, e futebolista digno. Aqui para nos a placa deveria registar, a seguir a referencia a sua condição de velha Glória dos meus rivais mas que saúdo e respeito Sport Lisboa e Benfica ou simplesmente SLB.

 

 

 



                                                       




 

 

 

TRAGÉDIA MARCOU FUTURO DA RINCHOA

Terça-feira segundo algumas crendices é dia aziago.Assim parece ter sido no distante 1943, quando proprietário residente no seu  Casal da Serra, uma das grandes quintas, da localidade da Rinchoa freguesia de Rio de Mouro, município de Sintra,resolveu deslocar-se até um forno de fabrico de cal, numa zona ainda distante da sua casa.

Decidiu fazer percurso a cavalo; ao transpor a via do caminho de ferro,na passagem de nível sem guarda, onde termina actualmente rua dos Girassóis, por motivo desconhecido ,talvez, distracção não pressentiu comboio de mercadorias sendo abalroado pela composição que ali circulava com velocidade; o cavalo foi trucidado, cavaleiro caiu sobre a maquina, só quando o maquinista chegou a estação das Mercês deram com o corpo inanimado.

Transportado no comboio para Sintra,onde no hospital local foram prestados primeiros socorros, dada gravidade do estado saúde, seria levado em ambulância, pelos bombeiros da Vila ao Hospital de São José em Lisboa, em cuja sala de operações viria a falecer no dia seguinte. 

O protagonista deste trágico acontecimento, vivia no Casal da Serra, na companhia   dos filhos e irmã,tinha 74 anos ,sendo viúvo.

Personalidade relevante da sociedade do seu tempo; importante industrial,  capitalista, accionista de diversas empresas, a data falecimento integrava os conselhos fiscais do Banco Lisboa e Açores, Companhia Previdente ( seguros e metalomecânica), Companhia Nacional de Navegação, (CNN), entidade que durante trinta anos até 1922, deteve monopólio das rotas marítimas de passageiros e mercadoria para as colónias.

Elemento destacado da vida social, presidia a Assembleia Geral do Atneu Comercial de Lisboa, colectividade da qual era sócio nº1. Republicano, maçon chegou a Presidente do Conselho geral da Ordem.Filantropo nunca regateou auxilio a quem considerava merecedor de ajuda.

Natural de Viseu,nasceu em 1869, seus pais iriam viver para Arganil, quando tinha dois anos de idade.

Devotado amigo da Rinchoa, idealizou para a sua propriedade, tratamento urbanístico idêntico ao da Quinta Grande,executado por  Leal da Camara. Avenida dos Cedros ficou preparada para ter seguimento para o Casal da Serra.

Havia garantido financiamento bancário para o empreendimento a que denominou : "cidade jardim".O tempo de guerra e seu passamento vieram causar entrave, que se revelaria insanável.

Januário António de Almeida, deixou três filhos herdeiros, que no inicio anos 50 do século passado venderiam os terrenos da quinta a entidade antecessora da Urbanil, que mais tarde seria construtora da urbanização da Rinchoa.

O repentino desaparecimento deste empresário seria determinante para a deriva que do ponto de vista urbanístico seguiram  na  Rinchoa.

A memória de Januário de Almeida perdeu-se, da opulenta quinta onde residiu, ficou nome da Rua do Casal da Serra, uma das artérias da urbe.

Gostava sinceramente da localidade,contrariamente aos seus amigos endinheirados, normalmente escolhiam para ultima morada cemitério dos Prazeres em Lisboa, mandou construir jazigo no cemitério paroquial de Rio de Mouro, onde seria sepultado. 

Foto de Januario Almeida  em 1939. 

 

casal januario.jpg

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Links

Curiosidades sobre o autor

Comentários - Alvor de Sintra

Quadros para crianças

Sites e Blogs de Interesse

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D