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Tudo de novo a Ocidente

FRANCISCANO LAICO

Já escrevi neste meu "sitio" acerca da admirável instituição : Orfanato Escola Santa Isabel, sediado em Albarraque, freguesia de Rio de Mouro Município de Sintra, onde sou morador há mais de cinquenta anos.

Fundado pelo reverendo Agostinho da Mota, frade franciscano, afastado da ordem como resultado de intrigas e calunias que lhe levantaram, o orfanato denominado  "cidade dos rapazes", ficou a dever muito da nomeada, ao seu director Álvaro Augusto Vilela, funcionário superior do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa,  colocado pelo dono do Banco no lugar de dirigente do orfanato ; até a nacionalização da banca em 1975, o orfanato  beneficiou da protecção e apoio material, da família detentora da entidade  de credito.

A obra idealizada pelo doutor Agostinho da Mota, baseava-se na doutrina do ideal franciscano, as ruas do espaço do orfanato ostentam  nomes de rua da Paz rua da Caridade: nas dependências reservadas aos animais de criação para alimento dos residentes, objecto de cuidada higiene e bem estar animal, painel de azulejo lembrava: quem não trata bem os animais não trata bem as pessoas.

Álvaro Vilela, depois do falecimento de Agostinho Mota em 1938 , cuidou manter e  aprofundar o espírito da obra. O orfanato dispunha, enfermaria, farmácia, posto de controlo de surtos de malária, e até corpo privativo de bombeiros do qual Vilela era comandante.

Saindo portão principal junto ao muro na rua, mandou construir anexo com toda a dignidade "refeitório dos irmãos", casa aberta aos mendigos e necessitados que aparecendo ali hora das refeições, sentavam e comiam.

Álvaro Augusto Vilela nasceu em 1904, cumprindo-se assim este ano o 120º aniversário. Foi justamente homenageado várias ocasiões, a Camara Municipal de Sintra  deliberou atribuir o seu nome a uma rua da freguesia de Rio de Mouro.

Demonstrou ao longo da vida ser seguidor da mensagem fraternal  do nosso querido irmão São Francisco; não professando a Ordem foi  todavia, franciscano laico.

Homem culto mandou construir no terreno do orfanato uma dependência que chamou  "casa das luzes",  muita gente pensava  destinada   guardar  material de iluminação...     

QUEIJADAS CAPITULO I I

Retomando  temática do anterior post; em 1935 na extinta Assembleia de Sintra,  funcionou na Vila Velha de Sintra, Tude Martins de Sousa, proferiu notável conferência , mais tarde editada pela Comissão de Iniciativa e Turismo de Sintra, e onde segundo José Alfredo da Costa Azevedo meu querido amigo e correligionário entre outras curiosidades podemos ler : 

O  Casal de Paiões , em Rio de Mouro foi aforado em 1504, reinado de D. Manuel I, por dez quarteiros de pão meado,dois carneiros , bolos , um pucaro de manteiga e QUEIJADAS, para o Convento de Santo Eloi.

O  Casal do Cotão também em Rio de Mouro, foi aforado em 1585, já no domínio  espanhol , reinado de Filipe II de Espanha e primeiro de Portugal. 

O foro eram dez quarteiros de pão meado de trigo e cevada,três galinhas, um alqueire de grão, a pagar por Santa Maria de Agosto doze bolos,doze ovos e um carneiro, a pagar pela Páscoa, e mais DOZE QUEIJADAS.

Como pretendia demonstrar, aqui fica  prova em Rio de Mouro, já existiam no seculo XVI, queijadas rústicas, por certo diferentes das " finas " da actualidade, mas mesmo assim queijadas. O resto nem vou perder tempo a responder... 

  

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