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Tudo de novo a Ocidente

MEMÓRIA DA PRAÇA DE TOUROS DE MELEÇAS

Algures antes da pandemia " covid " numa noite desloquei-me na companhia de querido e muito estimado amigo, até localidade de ARUIL, situada na freguesia de Almargem do Bispo, Município de Sintra para assistirmos a corrida de touros.

Malgrado frio agreste fazia, a praça daquelas tipo desmontável, estava cheia publico entusiasta pelas conversas que ia ouvindo verdadeiramente conhecedor e aficionado da temática taurina. O espectáculo decorreu com ritmo, muita alegria e participação da assistência que não se acanhava  pronunciar "olés" por tudo e por nada..

Confesso fiquei surpreendido com esta característica, estava longe supor encontrar tanto aficionado no território da horta saloia de Sintra.Descobri afinal  carinho acrisolado  com a festa brava,tem raízes fundas na tradição e história do povo da região.

Por agora quedo-me referindo, área vulgarmente citada como linha de Sintra, onde durante muitas décadas existiram praças de touros, em sítios com Porcalhota, Massamá, Sintra, sendo uma das mais frequentadas em Meleças.

Nesta ultima localidade havia sido inaugurada a 17 de Outubro de 1893, por iniciativa do grande marchante, criador de gado, José da Costa, praça de touros, situada na Quinta Grande com capacidade para 800 pessoas, onde se realizaram muitas corridas de garranos e vacas.Diziam, a praça surgiu por influencia de "diestro" da altura chamado  Manuel Araújo conhecido como "novilho". que pretendia sitio para se treinar...

As vacas taurinas da vacada de José da Costa proporcionavam sempre excelentes corridas, sendo por isso apelidadas de "sábias", uma delas "margarida", colheu com gravidade  na praça de touros de Sintra, o bandarilheiro Coelho Flor, o animal deu tão forte bolada nos rins que o fez perder os sentidos sendo necessário recolher a enfermaria.

A bravura das rezes, a comodidade da praça, facilidade do transporte permitia acorrer  Meleças gente, lotando  sempre as corridas.

A tradição dos espectáculos tauromáquicos é antiga no território Sintrense.   

 

COINCIDÊNCIAS ?

 Mateus Vicente de Oliveira,(1706-1785) cuja vida  e obra tenho estudado há algum e considero fascinante.

 Ilustre  arquitecto ; nasceu em Barcarena, concelho de Oeiras, sendo o pai  natural do lugar de Sacotes, freguesia de São Pedro de Penaferrim, concelho de Sintra,  progenitora veio ao mundo em Barcarena.

Os avós paternos, naturais ele do lugar da Tojeira, freguesia de São João das Lampas, ela freguesia de Nossa Senhora de Belém de Rio de Mouro, tudo concelho de Sintra. Não cito os avós maternos  de quem sei nomes e naturalidade para não tornar fastidioso  relato.

Mateus Vicente, passou a maior parte do tempo de infância inicio da adolescência na companhia dos avós em Sacotes, nunca perdendo ligação a Barcarena.

Em Sacotes esteve até os 17 , 18 anos, onde por certo teria aprendido mister da ourivesaria, ainda hoje na localidade deparamos com a rua dos Ourives, depois decidindo  trabalhar nas obras do Convento de Mafra na direta dependeria do arquitecto mor, João Frederico Ludovice.

Este facto ficou dever-se, Mateus Vicente, ter aptidão excepcional  para canteiro, ao mesmo tempo demonstrar ser artífice excelente na arte da ourivesaria. Ludovice, considerava indispensável  conhecimento de ourives, para ser bom mestre  na tarefa de aparelhar a pedra.

Ludovice, pessoa difícil de aturar pelo  seu temperamento irascível, Mateus Vicente talvez porque era ourives tinha paciência para lidar com o alemão.

Mateus Vicente de Oliveira, já arquitecto viria a projectar e dirigir as obras do palácio de Queluz, Basílica da Estrela, igreja de Santo António em Lisboa. Na região saloia são de seu risco a reabilitação da Igreja de São Martinho de Sintra, a minha muito querida Basilica de Santa Quitéria de Meca, concelho de Alenquer, chafariz de Arruda dos Vinhos... Fora da área da capital trabalhou no Mosteiro de Lorvão e Sé de Braga, entre muitos outros,

Actualmente considerado o maior ourives do período do barroco Português, sendo autor da custódia  do Palácio da Bemposta , resplendor do Senhor Santo Cristo nos Açores,custódias  da capela da Universidade de Coimbra, do Mosteiro de Lorvão, Sé Patriarcal de Lisboa, e do Mosteiro de São Vicente de Fora.

O escultor Francisco dos Santos, glória da estatuária  em Portugal nasceu em Rio de Mouro, onde havia nascido também , sua mãe, pai era natural da freguesia de São João das Lampas.

Em Rio de Mouro existiu no século XVIII, uma  comunidades de ourives da prata , mais tarde passaram para Évora

Coincidências , ou prova  no território dito saloio existiu gente com talento inato para as profissões de trabalhar a pedra e a prata, antes ainda da escola de Mafra, surgida para construção do convento ?. 

 

   

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