Na Gazeta dos Caminhos de Ferro nº1611 Fevereiro de 1955, deparamos com interessante noticia :
"Dentro de breves semanas iniciam os trabalhos de electrificação da linha de Sintra. De parabéns está também a população de Lisboa (...), porque vai ter transportes mais rápidos e frequentes, para um dos pontos mais encantadores do País.
Ao longo da linha criaram-se e desenvolveram-se povoações, como essa adorável RINCHOA, a que Leal da Câmara tanto quis".
Leal, fez intensa promoção, aproveitando certames onde afluíam multidões como a feira popular de Lisboa, ao tempo, realizada no parque de Palhavã, actualmente sitio da Fundação e jardins Gulbenkian; na de 1943 instalou o recinto de propaganda da Região da Rinchoa, com apelativo e bem concebido stand :
O articulista Rebelo Bettencourt finalizava . "Se foi D. Afonso Henriques que tomou Sintra, com esta electrificação da linha , faz simbolicamente a sua reconquista aproximando-a mais de Lisboa".
Infelizmente, melhoria da acessibilidade originou maior pressão urbanística aproveitada "bandos de patos-bravos",que estragaram quase tudo.
Paulatinamente tem vindo a tentar remediar o mal feito. Estou certo que chegaremos lá.
Nome de rua discreta onde a noite, talvez, ninguém passa ; durante o dia deve suceder o mesmo,porque sem saída, não há transito, estando em sitio quase escondido, poucos sabem da sua existência.
Fica na Rinchoa, zona da urbanização idealizada por Leal da Camara, no âmbito da empresa a "realizadora", que em conjunto com alguns amigos, formou para concretizar projecto urbanístico.
Um dos grandes amigos de Leal da Camara foi escritor, Aquilino Ribeiro,a quem ficamos devendo, biografia de mestre Leal. Sendo fantasista Leal da Camara gostava de levar esta sua faceta muito a sério. Não desejando por razoes esotéricas e fantasiosas deixar nomes de pessoas nas ruas do "estado livre da Rinchoa": imaginou nome adequado para perpetuar algo que referisse a amizade sincera com Aquilino.
O escritor de "quando os lobos uivam" , rescreveu muitas outras obras entre elas " cinco réis de gente ", onde narra infância de uma criança passada na sua Beira Alta natal.Embora o personagem tenha outro nome, Aquilino diria mais tarde ser romance autobiográfico.
Ora um dos frutos preferidos do menino do livro, eram os mostajos, que apanhava pelos caminhos e lombas da serrania beiroa nas imediações da Senhora da Lapa, colégio que frequentava. Assim Leal da Camara em homenagem ao amigo fantasiou atribuir nome rua dos Mostajeiros, a uma artéria da urbanizção.
Já aqui falei desta rua com outro propósito mas igulmente no ambito da fantasia de Leal, fica agora, desvelado completamente o topónimo.