SINTRA QUE JÁ ERA REPUBLICANA ANTES DO 5 OUTUBRO 1910
Quando foi implantado o Regime Republicano, em muitas localidades de Portugal o poder pertencia a autarquias lideradas por autarcas Republicanos. No concelho de Sintra, as eleições de 1909 deram a vitória ao Partido Republicano em diversas localidades. Uma delas foi Rio de Mouro, para a Junta de Paróquia.
O Código Administrativo, em vigor o de 1896 chamado "de Hintze Ribeiro" por ter sido promulgado durante o governo daquele politico estipulava:
"A junta de paroquia compõe-se de três vogais nas freguesias de população não excedente a 1000 habitantes e de cinco vogais nas de população superior".
Rio de Mouro tinha uma junta com o número máximo de vogais, presidia à junta o Pároco, os vogais eram eleitos. As eleições deviam ser feitas no mês de Novembro, é curioso, faz agora 100 anos decorria, igualmente uma campanha autárquica. Uma das competências da Junta de Paróquia, referia-se ao "estabelecimento" ampliação supressão e administração de cemitérios fora da capital do concelho".
Este devia ser um problema a carecer de urgente resolução, a junta conseguiu soluciona-lo, conforme lápide existente no Cemitério local. Um dos mais influentes Republicanos, Cupertino Ribeiro proprietário em Rio de Mouro da fábrica de estamparia e, grande comerciante em Lisboa deveria ter contribuído para a realização da obra, porque foi feita por subscrição pública.
Politicamente, Rio de Mouro, teria um eleitorado propenso à mudança nas escolha dos seus representantes. A República tomou o poder antes da revolução o alargar a todo Portugal. Passado um século, o pensamento de Magalhães Lima permanece actual:
"O que fui e o que sou é acima de tudo, um apaixonado do ideal republicano, e nesse sentido nunca hesitei ante qualquer sacrifício a fazer. Quero morrer digno de mim mesmo. Penso hoje como pensei sempre: que a República tem de ser servida com isenção e por isso lamento profundamente a vaga de ambições, de vaidades e de mercantilismo que ameaçam subverter a sociedade portuguesa, esperando na hora do meu desaparecimento poder repetir a celebre frase de Pericles dirigida ao seu batalhão sagrado «se alguém mudou, não fui eu».
A cidadania que a República sempre defendeu como imperativo, nunca como hoje precisa de ser exercida pela maioria dos portugueses que são Republicanos pois vivemos numa República e aceitamos as suas instituições.