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Tudo de novo a Ocidente

O CRUZEIRO DE RIO DE MOURO, JUNTO A ANTIGA ESTRADA PARA SINTRA

 

No sítio do Alto do Forte, num do lados da rotunda  existe um Cruzeiro que passa despercebido aos apressados condutores que ali  circulam. Segundo o Dicionário Houassis da Língua Portuguesa: "Cruzeiro é um substantivo masculino que designa uma grande cruz erguida  em certos adros de igrejas, estradas, praças (...)."

Estamos perante um exemplar, cuja colocação neste local teve como causa um episódio curioso. Esteves Pereira (1913) relata-o desta forma: "Á beira da estrada antiga de Lisboa a Cintra e ao lado dela vê-se o cruzeiro de Rio de Moiro (sic). Composto de base rectangular de 1m de altura, 2 degraus de uns 15 cm e uma cruz de 2m de alto de haste e braços cilíndricos com uma espécie de grinalda, colocada diagonalmente no ponto do cruzamento dos braços. É de pedra lioz lavrada sarabulhenta tendo apenas a frente da base lisa e na qual se lê em letra variada:

 

Aqui Chamou Deus D esta Vida Huma Boa

Mãe! Orae Pela Sua Alma. Em Saudosa

Memória Erigiram Seus Filhos Esta Cruz.

 

O mesmo autor refere que, a senhora  ia de Lisboa para Sintra de sege e morreu de repente deixando os filhos em grande consternação, por ser então aquele sítio um perfeito ermo. O cruzeiro deve ter sido colocado em meados do século XIX.

No ano de 1977, durante trabalhos realizados no local uma máquina escavadora com o braço, partiu um dos lados da Cruz  que por algum tempo ficou amputada. O presidente da Junta de Freguesia ao tempo, o Sr. Clemente Freire, mandou reparar o cruzeiro dando satisfação um pedido que então fizemos.

A antiga estrada de Lisboa a Sintra foi atribuído o nome de Rua Elias Garcia, em homenagem a José Elias Garcia, que faleceu em 1891 deputado Republicano durante a monarquia, vereador da Câmara de Lisboa e Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano da Maçonaria Portuguesa. A rua Elias Garcia é mais extensa de Portugal, pois vai das Portas de Benfica em Lisboa até Sintra.

O cruzeiro de Rio de Mouro devia ter uma envolvente mais de acordo com a sua  singularidade. As árvores que o adornam: Palmeiras, não seriam as mais apropriadas. Como os últimos temporais derrubaram um arbusto ornamental que estava perto do monumento, porque não substituí-lo por um cipreste com algum porte? O cipreste simbolizava a imortalidade, como está sempre verde oferece um aspecto idêntico em qualquer estação do ano. Para que o Cruzeiro não passe despercebido de noite deveria ter iluminação adequada.

Oxalá estas sugestões tenham eco...  

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