ASPECTOS DUM PORTUGAL QUE VAI DESAPARECENDO...
Muito se diz e escreve sobre o quotidiano do interior de Portugal, onde apesar do que tem sido feito para melhorar a vida das populações, não foi ainda possível suster a saída das pessoas, em busca de trabalho e mais promissoras condições, que permitam a realização das suas legitimas aspirações. Esta realidade proporciona imagens como a que deixamos.
Trata-se duma casa de habitação construída no século XIX, e desabitada há muitos anos. Curiosamente as janelas a varanda e tudo o que se pode ver na fachada é em madeira. Nada de ferros ou mesmo vidraças. Esta construção encontra-se na parte mais antiga da Vila da Pampilhosa da Serra, denominada de: "Aldeia Velha" é um exemplar de arquitectura popular digno de atenção. As madeiras que suportam o telhado são de castanho, assim como as da varanda: as telhas de "canudo" devem ter sido produzidas num "telhal" próximo. A fachada é de Tabique.
As particularidades construtivas da CASA DA TIA CONSTANÇA, com é conhecida, revelam o uso generalizado da madeira, para erguer habitações, no tempo da sua "feitura" devido à riqueza florestal da região nessa altura.
A envolvente tem aspecto ruinoso e compõe um quadro de decadência comum a muitas aldeias de Portugal. O destino das árvores, como diz o poema do antigo livro de leituras do ensino primário, hoje dito "básico" pode ser:
Talvez soalho de casa
Talvez caixão ...Talvez berço
Para um menino embalar.
Será talvez isso tudo...
E depois?Em que há-de dar?
Num terno e sentido sentimento de que "há um fim para todas as coisas amanhã" diríamos nós...